segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Project ICECAP 2025: Felicidade dos pinguins, focas leopardo e outros amigos /Happy penguins, leopard seals and other friends




Esta semana foi “uma semana e peras” passada com um sorriso gigante. Fizemos muita coisa e estivemos sempre super ocupados: foi comer, dormir e trabalhar mas não nos podemos queixar. Foi MARAVILHOSO e eu explico porquê. 

No inicio da semana colocámos as primeiras redes de pesca para o projeto dos peixes, em colaboração com a equipa Búlgara (liderada pela Borislava K. Margaritova (Bobi), da Búlgaria). Estávamos um pouco ansiosos pois seria a primeira vez que estas redes iam ser usadas no Oceano Antártico (compradas prepositadamente para este projeto). Colocámos várias redes de tresmalho (18 mm, 40 mm e 45 mm de malhagem) e testámos em vários locais. Também pescámos com canas de pesca com a ajuda do médico da Base Tsvetan Vasilev, um exímio pescador e conhecedor dos melhores locais. O objetivo é avaliar a biodiversidade de peixes nesta região, particularmente analisar a contaminação por microplásticos nas espécies mais abundantes: será que os microplásticos está presentes nos peixes desta região? 


A Simona Georgieva também está a estudar parasitas numa variedade de animais, incluindo peixes, lapas, pinguins e focas. Também começámos o estudo de focas leopardo, ao percorrer todos os dias as praias nesta parte da Baia Sul (liderada por Emily Sperou e Ariel Leahy, dos Estados Unidos), envolvendo também viagens por mar nos zodiacs (pequenos barcos a motor) muito com a ajuda de Elka Vasileva. Adicionalmente fomos a Hannah Point recolher amostras de pinguins do nosso projeto para estudar o seu estado de saúde (recolhendo amostras para estudar hormonas, doenças, habitat, nível trófico e  contaminação).


Por fim, colocámos na água uma experiência sobre microplásticos, que vai avaliar a colonização microbial nos microplásticos (na prática, foi colocar sacos com diferentes tipos de microplásticos e avaliar como se processa a sua colonização microbial.


Para terem uma ideia, o dia em que fomos à colónia de pinguins gentoo de Hannah Point foi passado assim: acordar às 7.15 da manhã  (são 3 horas mais cedo do que em Portugal), ir fazer exercícios matinais para estar em forma. Pequeno almoço por volta das 8.30h com uma reunião breve por volta das 9h a rever os planos do que se vai fazer no dia. Ao concluir-se que o tempo está bom, após o pequeno almoço, ir ao laboratório confirmar todo o equipamento necessário para ir a Hannah Point trabalhar com os pinguins.  Por volta das 11h, ir recolher as redes de pesca com a Borislava K. Margaritova no zodiac, regressando à Base antes de ir para Hannah Point. Ir para Hannah Point (que demora cerca de 20-30 minutos de zodiac). Aí, vestir todo o equipamento necessário (para poder trabalhar com pinguins, num contexto de gripe aviária) e apanhar 15 pinguins (na primeira vez foi pinguins gentoo),com a ajuda da Emily Sperou e Ariel Leahy. Muito obrigado. Demora cerca de 4h. Ao regressar, percorrer a Baia Sul à procura de focas leopardo que adoram blocos de gelo para descansar. Encontrámos 3 nesse dia. Regressar à Base às 9 da noite!!!!



Que grande dia. Estávamos exaustos mas super felizes por termos não só recolhido amostras para os nossos projetos mas também por conseguido aproveitar o dia ao máximo. Avançámos muito nos nossos projetos. Tudo foi possível por termos uma grande equipa, desde o Kamen Nedkov a orientar tudo (como comandante da Base), à Elka Vasileva, Vladimier Gigov, Lyuben Lyubenov, Alaksandar Naydenov, Anastas Abadjiev, Tsvetan Vasilev, Samuil Chelbiev e o Krasimir Krastev no apoio no zodiac e na Base!!!




Os últimos dias foram passados entre procurar mais focas leopardo (com sucesso), analisar peixe no laboratório (muito divertido aprender a diferenciar Notothenia rossii de N. coriiceps) e preparar a próxima ida às colónias de pinguins. Que dias de sonho!

Continuamos em contato

José Xavier & José Seco


.....

(english version below)



This week was “an AMAZING week” spent with a huge smile. We did so much science, had new experiences and been so busy : sleep, eat and work but we can not complain. It has been marvelous and I will explain why.



At the beginning of the week, Borislava K. Margaritova (Bobi) started deploying the first (trammel) fishing nets for the fish project, led by the Bulgarian team. We were a bit anxious as it was the first these nets were being deployed. Various multi-mesh trammel nets were deployed (18mm, 40 mm and 45 mm mesh size; bigger the mesh size bigger the fish) in various locations. Fish were also caught using rods with the help of Tsvetan Vasilev, the doctor of the base (also a great and experienced fisherman). The objective was to evaluate the fish biodiversity in the region, particularly analyse the contamination by microplastics in the main fish species: can microplastics be in fish in such remote area in the planet? Simona Georgieva is studying parasites in a variety of animals, including limpets, fish, penguins and seals. 





Then, the research project on leopard seals also started, initially by walks along the nearby beaches in this area of the South Bay (Livingston Island) searching for them, and later on by zodiac (small boats with a moto) (project lead by Emily Sperou and Ari Leahy, USA). Additionally we also went to Hannah Point to collect samples for our project on penguins on their health status (collecting samples to study hormones, diseases, habitat trophic levels, contamination). Finally, we also started a experiment called plastisphere on microplastics, to evaluate microbial colonization in microplastics in the Southern Ocean (in praticise, it consists of bags with different types of microplastics to assess how microbial colonization on microplastics takes place in Antarctic waters. 




To have an idea, a day when we went to the colony on gentoo penguins at Hannah Point was spent like this: wake up at 7.15h (3h hours earlier than in Portugal/UK), do morning exercises to maintain our fitness. Breakfast around 8.30h with a brief informal science meeting with everyone on base to decide what science will be carried out on the day. If the weather forecast looks good, after breakfast, go to the laboratory to review all the equipment needed to collect the samples necessary to go to the colony of penguins at Hannah point. Around 11h, go to collect Bobi´s fishing nets, return to base to leave Bibo and the catch and go to Hannah Point. To go to Hannah Point it takes around 20-30 minutes depending on weather conditions. It is needed to put a Viking  suit (dry suit) for safety as the freezing cold waters are around 0 degrees celcius. At Hannah Point, as soon as we arrive on the beach, we needed to get a suit (following the procedures due to avian influenza) and study 15 gentoo penguins with the excellent help of Emily Sperou and Ari Leahy. Thank you so much to both!! The collection of samples took 4h. On our way back via South Bay, we went searching for leopard seals on ice floes. They love mini-icebergs to relax. We found three leopard seals that day. We arrived at Base at 21h!!!



What a day. We were exhausted but very happy with not only obtaining samples essential for our science projects (on fish, penguins and seals) but also enjoying such wonderful day. Everything has been possible due to a great team, from Kamen Nedkov (Base commander), to Elka Vasileva, Vladimir Gigov, Lyuben Lyubenov, Alaksandar Naydenov, Anastas Abadjiev, Tsvetan Vasilev, Samuil Chelbiev and Krasimir Krastev in the zodiac and in the everyday tasks on base!!! BLAGODARIA :)


These last few days were spent searching for more leopard seals (with success), analyse fish at the laboratory (so much fun learning more about Notothenia rossii and N. coriiceps) and prepare our next trip to Hannah point (to study chinstrap penguins this time). What such dream days!!!

Keep in touch!!


José Xavier & José Seco