segunda-feira, 23 de junho de 2014

Polar Exhibition: go where people go

In order to show what polar scientists have been doing, nothing better than putting an exhibition where people go. Therefore, a photography exhibition, coordinated by the Instituto de Educação e Cidadania (Mamarrosa, Aveiro, Portugal) and endorsed by the University of Coimbra, Portuguese Polar Program, between others, with 15 research teams across Portugal, was produced. Talks were given to the general public...The photos below illustrates the exhibition at Dulcevita Coimbra shopping center (Portugal) in June. HOPE YOU LIKED IT!!!



domingo, 13 de abril de 2014

Última semana NZ 2014| Last week NZ 2014




Quando se está na última semana de uma viagem ou expedição, a nossa cabeça começa a pensar principalmente em 3 aspetos:
-       Ponto 1. Rever o que falta fazer?
-       Ponto 2. Como o projeto correu?
-       Ponto 3. Fazer as malas e preparativos para o regresso

E o que estas questões estão relacionadas com javalis, borboletas e lulas do Oceano Antártico? Tudo!!!!!

Desde 12 de Março que estou na Nova Zelândia. O projeto que tinha o objetivo principal conheçer o papel de cefalópodes (o grupo que animais que reune os polvos, os chocos…e as lulas; eu estou a estudar principalmente as lulas) no Oceano Antártico, usando os albatrozes como os nossos “amigos” para apanhar as lulas por nós. Na verdade, as nossas redes só apanham 4-5 espécies de lulas, então ao estudar os boluses (tudo o que os filhotes dos albatrozes não conseguiram digerir desde que nasceram até deixarem o ninho, que inclui todos os bicos das lulas que foram consumidas por eles) estudei cerca de 40 espécies de lulas. Algumas ainda nunca foram apanhadas em redes, então as lulas têm nomes provisórios como Galiteuthis stC sp. ou Chiroteuthis sp. F. Com todas as amostras planeadas para este ano já analisadas, ponto 1 está solucionado.


O ponto 2 é importante. Depois de tanto trabalho (foram cerca de 6 000 bicos de cefalópodes analisados de mais de 50 amostras de diferentes anos), os resultados foram positivos. O próximo passo sera analisar ao detalhe estes resultados. Além das colaborações estabeleçidas, permitiu consolidar este trabalho junto destes colegas. Além disso permitiu também espandir experiências pessoais, que também são importantes nestas viagens a trabalho durante tanto tempo (mais de 1-2 semanas longe de casa). Nestas semanas deu para aproveitar uma oportunidade única de saborear vários pratos de cozinha Maori num evento organizado pelo instituto. Deu para experimentar Puha, uma planta bastante saborosa, que se comeu com carne de porco, lombo de cabrito e carne de javali. Também tive a oportunidade única de testemunhar o nascimento das Borboletas Monarch (borboletas que têm uma vida de apenas uns dias/semanas) e claro, de jogar futebol (pois as ondas não têm estado boas). 


Ponto 3. São sempre necessárias várias reuniões com os nossos colaboradores para nos certificarmos que está tudo de acordo com o planeado e que tens tudo para regressar … o regresso envolve mais reuniões, pois a equipa de Portugal precisa de fazer um update de todo o trabalho que tem sido desenvolvido aquando da minha ausência (mesmo que estejamos sempre em contato por email). E uma coisa é garantida…o jetlag!!!



When we are in our last week of a research trip or expedition, it is essential to focus on 3 main aspects:
1. What still needs to be done?
2. How everything went?
3. Pack and get ready to return
 What has that to do with wild boar, Monarch butterflies and squid from the Southern Ocean? Everything!!!! I have been in New Zealand since 12 March. The project aimed to study the role of cephalopods (group of animals that contains octopods, cuttlefish and squid) in the Southern Ocean, using wandering albatrosses as biological samplers. As research nets only catches 4-5 species of cephalopods, and wandering albatrosses catches 40-50 species, studying the beaks of cephalopods in boluses (indigestible items, including beaks, regurgitated voluntarily before they fledge) is perfect. This year I studied around 40 species of squid from the Southern Ocean. Some has never been caught in nets, so we have species called Galiteuthis stC sp. or Chiroteuthis sp. F. With all samples planned analyzed, this point 1 is done. Point 2 is pretty important. After analyzing about 6000 cephalopod beaks from more than 50 samples, the results were positive. Beyond work, it is important to maximize my stay far away from home. The institute organized a Wild Food Challenge in which Brian (a Maori) cooked wild boar, wild pork, wild goat, Puha which was excellent learning more about other cultures. Also, it was great witnessing the Monarch butterflies (that only live for days to weeks). Finally, in point 3, there are numerous meetings need to be done prior my departure to make sure that everything gone according to plan and preparing the meetings at home….one thing is guarantied…the jetlag!



sexta-feira, 11 de abril de 2014

O SOM DA ANTÁRCTIDA





Que sons conseguimos ouvir na Antárctida? O som de um vento enregelado pelo frio polar? O som de milhares de pinguins, focas e albatrozes? Um som polvilhado com um verde insuspeito no imenso branco polar? O melhor é deixar a imaginação ouvir ao ler a experiência de quem lá viveu durante nove meses ininterruptos e que disso fez relato.
E esse relato pode ser lido em “O Som da Antártida”, um dos 45 textos em forma de diário escritos pelo cientista polar português José Xavier, e que compõem no conjunto o seu livro “Experiência Antárctica – relatos de um cientista polar português”, obra que acaba de ser publicada pela Gradiva, na colecção “Ciência Aberta”, com o número 207.
Este livro, que tem a revisão científica de Carlos Fiolhais, documenta “a mais longa expedição científica de sempre realizada por um português na região antártica”, escreve o seu autor na introdução do mesmo. “Não só relata os objectivos científicos dessa expedição, abordando questões actuais e pertinentes sobre as regiões polares, como também dá conta do quotidiano na Antárctida”.
Esta obra constitui um dos poucos relatos na primeira pessoa sobre o quotidiano da investigação de um cientista português e, mesmo que fosse só por este aspecto, destaca-se no panorama recente da divulgação de ciência em Portugal.
É um testemunho genuíno e apaixonado do autor, biológo marinho e investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra e do British Antarctic Survey (Cambridge), numa escrita clara e cativante, apaixonada mas rigorosa, pulsada com um entusiasmo contagiante não só pela Antárctica, como também pela ciência.
Em “Experiência Antárctica” os relatos estão compaginados com 31 fotos a cores o que acrescenta uma forte intensidade visual à excelente escrita de José Xavier, para além de engrandecer a presente edição com 198 páginas.
Ao lermos este livro ficamos não só na posse de diversos conhecimentos sobre a vida na Antárctida, uma natureza em estado puro mas onde a influência das alterações climáticas globais se fazem sentir com crescente preocupação, mas também na posse de informações preciosas sobre como é o dia a dia de cientistas a investigar num ambiente extremo. É um livro sobre a vida na Antárctida, mas também sobre a ciência.
José Xavier é um excelente comunicador de ciência e isso reflete-se neste livro que está escrito de forma a poder ser lido por todos. Lê-se como um livro de aventuras recheado de boa ciência.
É um livro destinado a todas as idades, uma obra que possui a qualidade de despertar apaixonadamente para a ciência. Recomendado a todos.

 Por António Piedade (em http://dererummundi.blogspot.pt/2014/04/o-som-da-antarctida.html)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O Marco....



A primeira visita de José Xavier, cientista, à EB1 de Febres, aconteceu no âmbito de um projecto do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra que pretende levar a ciência e o trabalho dos investigadores às escolas. “Por um lado damos a conhecer o nosso trabalho, por outro, obriga-nos a melhorar consideravelmente a nossa capacidade de comunicação, a forma como comunicamos ciência para um público tão específico”, explica. Para o investigador, é muito mais fácil comunicar em conferências, entre os seus pares. As crianças são um público bastante mais difícil, no sentido em que é preciso adequar a nossa mensagem aos conhecimentos e conceitos que elas conseguem compreender. No fundo, é “trocar por miúdos” aquilo que muitos “graúdos” não conseguem, eles próprios, assimilar.
“Neste caso estamos a demonstrar o que é ser cientista polar, estamos a tentar estimular o seu interesse pelo conhecimento e pela ciência em geral. Importante é que percebam que a ciência é fundamental”, considera. Na EB1 de Febres (e no Agrupamento “Finisterra”) José Xavier confessa ter encontrado uma equipa de docentes muito empenhada e interessada, e um entusiasmo pouco comum nos alunos. “Por isso foi surgindo uma ligação que me tem feito vir a Febres todos os anos. Hoje já nem falo só do que é ser cientista, já podemos abordar temas mais específicos sempre ligados ao programa curricular das crianças”.
Foi numa dessas visitas à EB1 de Febres que José Xavier foi desafiado pelo pequeno Marco, aluno do 1.º ano. A situação foi de tal forma marcante para o cientista, que prometeu a si mesmo arranjar uma forma de surpreender o menino quando regressasse a Febres. “Antes da hora de almoço o Marco olhou para mim, olhos esbugalhados e bola na mão, e desafiou-me para ir jogar à bola com ele. No meio daquela confusão, com dezenas de alunos de um lado para o outro, pensei, ‘pára tudo, temos que ir jogar à bola’”, recorda. O jogo durou meia dúzia de minutos e, no final, o Marco estava naturalmente triste por perder o seu companheiro de brincadeira. “Durante a tarde estava sempre a espreitar, a ver se me apanhava para mais uma dose de bola, mas não houve tempo. Na hora de irmos embora, o Marco começou a chorar. Desde esse momento assumi a missão de arranjar uma forma de ele não ficar triste”.
Surgiu, então, a ideia de oferecer uma bola de futebol ao Marco na próxima visita a Febres. Mas não seria uma bola qualquer, teria que ter uma característica especial: “Na altura da Páscoa estava a participar num workshop internacional em que participaram professores e cientistas de diversos países, e consegui que todos assinassem a bola. Acharam imensa graça à história do menino de Febres e quiseram colaborar”, conta. Dia 13 de Maio foi a data escolhida para entregar a bola ao Marco. Mas José Xavier trazia uma outra surpresa na “bagagem”: uma camisola oficial do clube de futebol favorito do Marco – o Benfica. “Apesar de ter sido a atitude do Marco que esteve na origem desta oferta, julgo que a bola deve ser oferecida à escola, para que todas as crianças possam usufruir dela e saber o que ela representa. O Marco foi a razão de tudo isto acontecer, mas a partilha é fundamental”.
Depois de uma aula sobre biodiversidade, em que alunos do terceiro ano apresentaram alguns trabalhos aos colegas e José Xavier falou, também, sobre o tema, a expectativa era grande. As crianças sabiam que estava reservada uma “surpresa” para o fim da manhã e não escondiam o entusiasmo. No pátio da Escola, junto ao campo de futebol, Marco recebeu a bola das mãos do investigador. O sorriso que lhe iluminava o rosto era o mais sincero testemunho da felicidade e alegria que enchiam o seu coração. Por entre palmas dos colegas, o pequeno recebeu, ainda, a camisola do seu clube. Vestiu-a de imediato e aquele sorriso, tão puro e inocente, não mais saiu dos seus lábios. “É um gesto simbólico, uma prova de que acreditamos no Marco, de que confiamos no potencial que ele tem. É um menino reguila, mas está nas nossas mãos canalizar a sua energia e coragem para os caminhos adequados”. Afinal, é nas crianças que depositamos a esperança de um futuro melhor, e é com carinho e amor que alcançaremos esse objectivo.
Autor: Redacção (Filipa do Carmo) do Jornal Aurinegra

terça-feira, 8 de abril de 2014

SEMANA POLAR INTERNATIONAL Março 2014 | INTERNATIONAL POLAR WEEK March 2014

Durante a SEMANA POLAR INTERNACIONAL de Março de 2014, realizada com a APECS Portugal, APECS Internacional com o Programa Polar Português PROPOLAR, que também reúne atividades educacionais desde a última semana polar (Outubro 2013), foram envolvidos  diretamente cerca de 10813 alunos, 23 cientistas e 239 professores e educadores de Portugal, Argentina, Brazil, Búlgaria, Canada, Chile, França, Noruega, Países Baixos e Reino Unido. 



Foram realizadas diversas atividades com destaque para as palestras nas escolas e universidades (47), conferências via skype (10), palestras em workshops, seminários ou actividades educacionais (9; onde se esteve em direto na internet), feira do livro (com a ex-ministra da educação Isabel Alçada)(1), visitas de estudo a Universidades (1), apoio em expedições educacionais (1), e interações com alunos  através de perguntas e respostas por email (1). 




Foram realizadas também várias atividades paralelas nas escolas, incluindo a exposição intitulada  “Nos limites da Ciência” sobre as regiões polares  em coordenação com o Instituto de Educação e Cidadania (IEC) que já tem estado em várias escolas em Portugal. Salienta-se a colaboração de José Xavier como consultor científico na Expedição ao Pólo Sul  de “Education Though Expeditions” (ETE ; http://www.eteteachers.org/) , que conjuntamente com Patrícia Azinhaga e apoio da comissão coordenadora dos projetos educativos e PROPOLAR, levou a bandeira Portuguesa ao pólo Sul. Esta iniciativa envolveu 150 escolas e mais de 7000 alunos diretamente.   



Salitenta-se igualmente a visibilidade cada vez maior da página de facebook das SEMANAS POLARES (https://www.facebook.com/semanaspolarespt). A página possui atualmente 249 “likes”, e teve 39 610 pessoas que estiveram associadas à página pelo menos 1 vez por mês (por exemplo, fizeram um click na página ou associar uma foto ou comentário) entre a última SEMANA POLAR (Outubro 2013).  O nosso amigo Antony Jinman levou a nova bandeira ao pólo sul!!!!!





-->
During the POLAR WEEK March 2014, organized by the Portuguese polar educational projects "Profession: Polar Scientist" and "Education PROPOLAR", with APECS Portugal, APECS International, with the Portuguese Polar Program PROPOLAR, gathering also activities since the last Polar week (October 2013), a total of  10813 students, 23 polar scientists and  239 teachers/educators from Portugal, Argentina, Brazil, Bulgaria, Canada, Chile, France, Norway, the Netherlands and United Kingdom were involved.  A wide range of activities took place, ranging from lectures in schools and Universities (47), skype calls (10), talks in workshops, seminars and speeches (9), book fair (1), school visits to Universities (1), polar expeditions (1) and interactions with students by email (1). Worth mentioning Antony Jinman that took the Portuguese flag to the South Pole. GREAT!!!!


 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Dia colossal | Colossal day








Acordo todos os dias às 7 da manhã. Se não tenho skype calls de trabalho (esta semanas tive 4, todas para a Europa), vejo emails até às 8. Pequeno almoço, agarrar na bicicleta e vou para o instituto. 20 minutos fantásticos ao longo da marginal de Wellington em direção a Greta Point…faz-se bem! Chegar ao escritório, mudar de roupa, cup of tea. 2 horas concentrado no laboratório a analisar amostras ou no escritório a escrever artigos/responder emails/reunions com os colegas Nova Zelandezes. Às Terça-feiras (se estiver bom tempo), os colegas vão jogar à bola à hora do almoço. Na verdade, os colegas tornam-se amigos quando se compartilha algo que dá prazer fazer conjuntamente. Qualquer Português, saiba jogar ou não futebol, é logo catalogado como Cristiano Ronaldo e toda a gente quer-te na sua equipa. Após o jogo, se estiver mesmo bom, vou dar um mergulho. Esta semana fui com o Henrik…estava bem gelada, sim senhor, mas soube muito bem….depois de sair da água.

Voltar ao instituto totalmente molhado, duche, regreso ao lab/escritório, focar novamente no trabalho. Melhor hora ppara ser produtivo: a partir das 6 da tarde! Saio pouco antes das 8 da noite, pois a partir daí a minha chave electrónica deixa de funcionar. Isto quer dizer na prática, que tenho de sair a essa hora! Mais 20 minutos de bicicleta, mas num caminho diferente: grande subida (diria 10 minutos a subir!) e depois é puro prazer a descer a colina de regresso à cidade. Com isto está o exercicio diário feito! Um detalhe: chegar a casa significa ter de subir 149 (cento e quarenta degraus) com a bicicleta às costas!!!! O engraçado é que a miha rua dizia “Avenue”. Na verdade, de avenida não tem nada, só mesmo (muitos) degraus! Comer qualquer coisa, ligar à Antena 1 para ouvir o comentário do Nicolau Santos (e com sorte ainda dá para apanhar o desporto)…bem há hora do jantar (pois aqui na Nova Zelândia são 12 horas de diferença)…

Nesta semana, no meio desta rotina houve uma surpresa. Andando pelo corridor passo por um escritório que tem na parede uma foto espetacular de pessoas (potencialmente cientistas) junto de uma lula colossal Mesonychoteuthis hamiltoni que vive na Antártida. Ela é a maior lula do mundo, que pode chegar a mais de 20 metros de comprimento. Claro que tive de ir falar com o cientista que estava no escritório. Mark Fenwick foi um dos cientistas que tratou da lula colossal que está agora no Museu Te Papa de Wellington (a capital da Nov Zelândia)…adorei falar com ela e ter a experiência de viva voz de alguém que já teve o privilégio de ter uma lula colossal nas mãos. De momento, vou-me contentando com os bicos destas lula que encontro nas dietas dos albatrozes que ando a estudar…bem, está na hora de pegar na bicicleta e voltar a casa…

I wake up normally at 7am. I have usually a work skype call (just to give you an idea, I had 4 this week, as most collaborators live in Europe) or check emails. 8am: time to have breakfast, pick up my bike and go the institute. Lab or office work for 2 hours. Lunchtimes are usually working or football. If its hot, we might go for a swim. Shower, get back to work…usually until just before 8pm (as my office keys stop working then). Get on the bike again another 20 minutes of pleasure: go up a hill and then enjoy riding down the other side of the, towards Wellington. Turn on National Radio Antena 1, time for the Portuguese morning news while having dinner (as the time difference is 12 hours; NZ is ahead). This week it was special because I met Mark Fenwick, the scientist that helped to put the colossal squid in the New Zealand Museum Te Papa…noticed a poster on it in his office while passing by. Just brilliant man! Me, I am still happy with working with their beaks….found in the diets of top predators…hummm, time to get back on the bike;)


domingo, 30 de março de 2014

Sempre bom saber mais| Always good knowing more


Lembraste o que te levou a gostar logo daquela pequena capela em forma de castelo em Fornos de Algodres? Ou aquela 9 sinfonia de Dvorák? Ou aquela manta feita à mão pela Rita?








Muitas vezes é algo imediato: ao ver, ao ouvir ou a sentir. Mas muitas vezes é sabendo o contexto que faz apreciar ainda mais essas coisas…saber que
para ficarmos fascinados pela Capela de Nossa Senhora da Encarnação no Casal Vasco (Fornos de Algodres; fotografia do Municipio de Fornos de Algodres), bastou ler um pouco mais sobre a sua história (com várias pedras sigladas da época medieval) que vai até aos tempos românicos. Para a sinfonia de Dvorák, saber que esta sinfonia foi levada por Neil Amstrong na viagem à Luan a missão Apolo em 1969. Quanto à manta, basta notar a dedicação da Rita a fazer crochê à medida que a manta cresce e cresce…

Todo este contexto faz-nos ficar mais fascinados com o que nos rodeia…no meu trabalho é igual. Quando fui convidado para vir à Nova Zelândia para analisar amostras da dieta de albatrozes, desejei logo saber mais sobre a história por trás do estudos destes magnificos animais nesta parte do planeta!












A investigação em albatrozes na Nova Zelândia tem sido conduzida há décadas, com Kath Walker e Graeme Elliott fazendo um trabalho estraordinário com estas aves. A sua visão para estudar os diferentes aspetos de ecologia alimentar dos albatrosses Gibson e Antipodas levo-os a recolher boluses (são aglomerados de elementos não digeríveis que são regurgitados voluntariamente pelos filhotes dos albatrozes antes de deixar o ninho, que inclui principalmente os bicos de lulas e polvos mas também penas, pequenos plásticos, entre outros) nos últimos 22 anos!! Ao identificar os bicos à espécie, podemos começar a perceber o que estes albatrozes andaram a comer no mar. Mais ainda, estas espécies de lulas e polvos são muito difíceis de apanhar com redes de pesca, tornando essa informação ainda mais valiosa. Nos anos 1990, Mike Imber da NZ Wildlife Service, já tinha verificado que havia umas diferenças entre as dietas das duas espécies de albatrozes. Depois disso, Kath e Graeme fizeram rastreio com aparelhos de geolocalização (com erros de 150-180km), que mostravam que os albatrozes iam a diferentes zonas dos oceanos. Agora tenho o enorme privilégio de seguir os passos de Mike Imber e com os colegas David Thompson e Soniya MacArtney…vamos continuar com a história….


What leads you to enjoy even more seeing a nice chapel, listening to a classical music symphony or feeling the smoothness of a small blanket made by crochet? Sometimes is learning more about its context. More information about an amazing beautiful chapel that it was built in the Roman times, that the 9 Symphony of Dvorak was taken by Neil Amstrong on his trip to the Moon in 1969 and that the crochet blanket was made with so much love and care. Such context really makes us more fascinated of what surrounds us….in my work is the same… Research on albatrosses in New Zealand has been carried out for decades, with Kath Walker and Graeme Elliott doing an amazing work on the conservation of these amazing seabirds. They vision to study at different aspects of the feeding ecology of Gibson´s and Antipodean albatrosses (at Auckland and Antipodes Islands, respectively), took them to collect boluses (indigestible items that are regurgitated voluntary by albatross chicks, prior to fledging; these include cephalopod beaks, but also feathers, fishing hooks, fishing lines, amongst other items) for the last 22 years. By identifying the cephalopod beaks to species level, we could start looking to where these albatrosses might feed. In the 1990´s the NZ expert on cephalopod identification, Mike Imber from the NZ Wildlife Service, had already found a tiny sample that Gibson´s and Antipodean wandering albatrosses had markedly different species of cephalopods in their diets. Following this work, Kath and Graeme were able to satellite track them, in order to truly understand their foraging ecology, along with their feeding ecology, both extremely useful for their conservation. Boluses started to be collected again in 1995 when the albatross populations crashed and Kath and Graeme wondered if they were still feeding in the same areas. Using geolocation data loggers (location errors is bigger, up to 150-180 km, but they last longer, more than 2 years), both showed that their sea distributions expanded (going further but getting less food), though there were still going to the Tasman Sea (Gibson´s wandering albatross) and the Pacific Ocean (Antipodean wandering albatross). I, along with David Thompson and Soniya MacArtney, have the huge privilege to follow Mike Imber´s footsteps and aid Kath and Graeme to assess the cephalopod component of the diet of both wandering albatross species, through boluses….let´s the story continue…


 

quarta-feira, 26 de março de 2014





 O livro «EXPERIÊNCIA ANTÁRTICA - Relatos de um Cientista Polar Português», dentro da colecção Ciência Aberta, sairá em Março 2014. Ir a https://www.gradiva.pt/

 Veja o vídeo em que revela o trabalho que tem desenvolvido. https://www.youtube.com/watch?v=GebvruDcHa8

Espero que gostem!


The book "Antarctic Experience: views from a Portuguese Polar Scientist" (in Portuguese) by José Xavier, within the Collection Ciência Aberta (Editora Gradiva), sairá em Março. Go to https://www.gradiva.pt/ and see a video about his work there at
https://www.youtube.com/watch?v=GebvruDcHa8


Hope you like it!

domingo, 23 de março de 2014

Portugueses na TV | Portuguese people on TV



Ser cientista polar exige muitas vezes ter de ir recolher amostras nas regiões polares. Alternativamente pode estabeleçer colaborações com outros colegas que podem recolher essas amostras, e só ser necessário analisar essas amostras no laboratório. No meu caso, eu estou na Nova Zelândia onde trabalharei num dos institutos mais reconhecidos para analisar amostras da dieta de albatrozes que vivem em todo o Pacifico. 



Esta semana foi passada a ver MUITAS amostras e a relembrar os bicos das lulas mais complicadas. É incrível que mesmo com mais de 10 anos a identificar bicos de lulas da Antártida, ainda é preciso verificar tudo ao detalhe, ser muito exigente comigo próprio e nunca facilitar, o que realça a complexidade na identificação . Na verdade, esta metodologia de taxonomia é muito importante pois tenho de ter a certeza do que estou a identificar. Se tenho dúvidas sobre um bico, eticamente tenho a obrigação de o classificar com desconhecido (em vez de ficar tentado a classificá-lo a uma ou outra espécie que o bico seja parecido). Isto porque é fundamental saber exatamente (e corretamente)o que os albatrozes andaram a comer, e sermos capazes de produzir modelos matemáticos corretos sobre como funciona o Oceano Antártico. E nos primeiros dias não foi fácil, pois são muitas horas de diferença entre Portugal e Nova Zelândia (hoje falei às 9 da manhã com colegas de Portugal, onde era 8 da noite do dia anterior).



Como a Nova Zelândia fica do outro lado do mundo de Portugal, eu esperava que não receberia qualquer informação de Portugueses, ou até mesmo da Europa. Puro engano. As notícias da estação televisiva da Nova Zelândia pareçe-se muito com o nosso telejornal: começa com as notícias locais e nacionais, depois aborda os grandes assuntos internacionais (de momento, é o que se passa na Crimeia e o desparecimento de um avião das linhas áerias da Malásia), terminando com o desporto (sim, sei que a Irland ganhou as 6 nações de raguebi) e a metereologia (estive no meio de o ciclone Lusi há uma semana).



Mas ao estar no outro lado do mundo esperava não ouvir e ver Portugueses na TV. Desde que aqui estou já vi aqueles que já se esperava, refletindo a imagem do que Portugal é hoje no mundo. Adivinha quem são? Estou logicamente a falar de José Mourinho e de Cristiano Ronaldo, com assuntos relacionados com futebol. O terceiro foi uma surpresa: David Prescott apareceu na TV da Nova Zelândia a relatar um campeonato do mundo de surf. Como cientista Português, é tão bom reconhecer estas caras que me são familiares. Também é bom conheçer novas pessoas, novos colegas, estabeleçer novas colaborações….mas antes de tudo (e antes de sermos cientistas), somos seres humanos, com gostos, preferências, opiniões, que adoram o surf, que torçem pelo Mourinho, que vibram com um golo do Ronaldo, que ficam felizes por receber mais uma receita para fazer por email, e que possui os mesmos desafios diários como toda a gente… e ver Portugueses na TV faz-me certamente sentir-me um pouquinho mais perto de casa!



Being a marine scientist means going to the field regularly to collect samples. As an Antarctic scientist, going to the Antarctic is a MUST...except if you have colleagues that can collect the samples for you. That is exactly why I am in New Zealand. Some colleagues from New Zealand collected the samples, and I am in Wellington (capital of New Zealand) analyzing them. This week I analyzed LOADS of samples in the lab. It is interesting to realize that I had to review everything I knew about cephalopod beaks identification, even if I worked in this field for more than 10 years. Identifying the beaks correctly is fundamental, and it requires a lot of attention to details, to correctly characterize the diets of the albatrosses and consequently provide valuable (and correct) data to models for the Southern Ocean. In these first days, it was not easy due to the jet lag. Even being on the other side of the world (the furthest way from Portugal), I still hear about Portugal: guess who? of course, about football...and logically José Mourinho and Cristiano Ronaldo. Interestly enough, I also say David Prescott, a juri on world surfing championships on a NZ Sports TV.  These small things make you closer to home...














sábado, 15 de março de 2014

Talking to the Young Zoologists and Zoology Club members!!!















 Today I will be talking to the some of the most keen young zoologists in the world, under the supervision of Rosalyn Wade (Cambridge University Museum of Zoology)...via skype from New Zealand!!!!

A few weeks ago, Rosalyn was explaining to students in Portugal, via skype as well, in which we learned so much about the interesting animals that the Museum contains and how it is useful for science as well as for education for the future generations...



This blog reaches 60 000 views!!!



Muito obrigado!!!!!

Many thanks!!!

Thank you Antony Jinman!!!

LETTER TO ANTONY JINMAN


Dear Antony

THANK YOU for taking our flag to the South Pole.



Your expedition was brilliant. We followed all your adventures everyday!!!!

 Meeting you in person last year, at our international workshop on polar education, was already a great sign that a lot of good things were coming...

We got inspired not only to enjoy our research and its value to society but most importantly to be better persons!

All the best

Jose Xavier

Please check http://www.eteteachers.org/ for Antony´s amazing projects!!!






Workshop Nacional um sucesso!

Apenas um pequeno comentário...




-->
A workshop nacional “Educação & Ciência: da Investigação Polar à Sala de Aula”, organizada pelo Instituto do Mar da Universidade de Coimbra e o Instituto de Educação e Cidadania no dia 1 de Março 2014, foi uma iniciativa após o sucesso da workshop internacional para professores/educadores que decorreu na Universidade de Coimbra, em 2013 (Walton et al. 2013).

-->
A workshop internacional de 2013 foi a primeira workshop que trouxe  professores, educadores e cientistas polares, depois da última conferência do Ano Polar Internacional, em Montreal (Canada) em 2012.  Os objetivos dessas iniciativas pretenderam estabelecer meios para facilitar as colaborações com cientistas polares e providenciar informação e acesso a instrumentos educacionais. Além disso, também pretende ajudar os cientistas polares a melhorarem as suas capacidades de comunicação, seja, por exemplo, com alunos de diferentes idades, com os media, com os políticos, com o público em geral, permitindo o estabelecimento e crescimento do Polar Educators International (PEI). 


         
 Após o Ano Polar Internacional e o fim do programa educacional LATITUDE60!, Portugal continuou a ter uma grande visibilidade ao nível educacional, mas com atividades a serem realizadas geralmente pelas Universidades e Institutos individualmente (Kaiser et al. 2010; Baeseman et al. 2011; Zicus et al. 2011; Xavier et al. 2013). Só mais recentemente, com os projetos Profissão: cientista Polar e Educação PROPOLAR, várias iniciativas conjuntas, associadas ao Programa Polar Português (PROPOLAR), à Associação de Jovens Cientistas de Portugal (APECS Portugal) e PEI, começaram novamente a surgir, incluindo a workshop internacional mencionada acima organizada em Portugal, a exposição itinerante (agregando fotografias das principais equipas de investigação polares portuguesas) e a participação nas SEMANAS POLARES internacionais.





-->
Esta workshop teve lugar no Instituto de Educação e Cidadania (Mamarrosa) foi explicitamente dirigida a professores e educadores portugueses, pois após a workshop internacional, foi notório que havia a necessidade de reunir pela primeira vez todos estes professores e educadores com cientistas polares para: 

1-      Fornecer noções básicas sobre a ciências marinhas, terrestres, sociais e relações internacionais das regiões polares  aos professores e educadores (através de palestras de (jovens) cientistas polares),
2-      Conhecer e difundir os projetos educativos e iniciativas educativas existentes em Portugal e no estrangeiro sobre as regiões polares,
3-      Dar exemplos de atividades educativas que os professores e educadores poderão fazer facilmente nas suas escolas/instituições educativas,
4-      Conhecer e partilhar experiências de professores e educadores que mais têm realizado atividades educativas com a comunidade científica polar portuguesa.



As inscrições esgotaram em Janeiro, mais de 1 mês antes da data de encerramento das mesmas. Esta workshop contou como um total de 49 participantes de todo o país (dos quais 13 eram cientistas), com 11 palestras orais (das quais 5 foram científicas), 2 skype calls (uma para a região Antártica e outra para o Algarve) 3 demonstrações de atividades que professores/educadores podem realizar na sala de aula. Todas as palestras foram bem recebidas, com alguns temas (como as alterações climáticas e aquecimento global) a receberem várias e interessantes questões por parte dos participantes. Excelente dia!!!

José Xavier, Patrícia Azinhaga e Sónia Ferreira

PS. The National workshop on Polar Science and Education for  Portuguese teachers and educators took place at the Institute of Education and Citizenship (Mamarrosa, Portugal) on the 1st March 2014 got together 49 participants from all over the country, with scientific lectures in the morning (on Marine, Terrestrial and Atmospheric sciences and international collaborations, by polar scientists), educational lectures (given by the most experienced teachers/educators) and educational hands-on activities that the least experienced teachers/edcuators could do in their classroom. A total of 11 oral presentations, 2 skype calls (one to the Antarctic) and 3 demonstrations were carried out during the day! Brilliant day!