domingo, 29 de março de 2009

Jovens cientistas! Early Career Scientists rocks!!!

Latitude: 55.15 Sul/South
Longitude: 41.21 Oeste/West

















(Peter Enderlein, Sophie Fielding, James Screen, Anton Van de Putte, Yves Cherel and Johnnie Edmonston a festejar mais um biscoito antes de irmos para o laboratório)

Quando se pensa num cruzeiro cientifico, tem-se logo uma ideia que quem vai neles são só cientistas muito conceituados, mais para a meia idade,....ou seja, que fosse uma seca! Puro engano amigos...



















(Hugh Venables estuda a oceanografia do Oceano Antárctico, desde correntes, as suas temperaturas...e como afecta a vida dos animais)
























(O jovem cientista Peter Ward, que estuda pequenos organismos no oceano Antarctico chamados amfipodes e copépodes à mais de 30 anos!)

Nestes cruzeiros internacionais, contêm uma grande número de jovens cientistas, a realizar muito boa ciência. Isto deve-se a muitos estarem em projectos cientificos que exige trabalho a bordo do cruzeiro, o que é excelente. Toda a dinâmica do navio é afectada por ter tantos jovens!
























(Daria Hinz, uma jovem cientista (em preto), a obter mais um aparelho de recolha de àgua, chamado Go-flow, que lhe fornece informações sobre o que compõe a água para estudos associados à produtividade dos oceanos: mais sais e nutrientes, mais vida!)


Neste cruzeiro temos estudantes a tirar o doutoramento (Daria Hinz - USA, Sebastian Steigenberger - Alemanha), pós-doutoramento (Anton Van de Putte- Belgica, eu) e vários outros jovens investigadores (Hugh Venables - UK, James Screen - UK, Ruth Hicks - UK,)...todos jovens investigadores com "sangue na guelra"!


















(eu em mais umas medições de peixes lanterna, que são dos mais abundantes na Antárctica e servem de alimento a pinguins, focas, baleias, lulas, outros peixes...uma festa!)


A Associação de jovens investigadores polares (Association of Polar Early Career Scientists - APECS; www.arcticportal.org/apecs) tem tido um papel muito importante durante o Ano Polar Internacional (www.ipy.org) na carreira destes jovens cientistas, organizando conferências e oficinas de trabalho (workshops) sobre temas importantes às suas carreiras, informá-los sobre o que se passa ao nível de emprego, dar-lhes informações de como melhorar o seu curriculo e obter contactos com cientistas de topo para obter novas oportunidades nas suas carreiras. Assim, os jovens cientistas polares são dos mais bem preparados e bem organizados logo a partir do inicio das suas carreiras...brilhante!




















(Anton van de Putte, eu, Angus Atkinson e Yves Cherel prontos para ir à pesca: Angus e Yves são autênticos "jovens cientistas" e tão entusiastas que é um prazer estar com eles. Estamos todos a colaborar num projecto internacional relacionado com o Oceano Antárctico)

















(Geraint Tarling, um dos grandes cientistas que está sempre bem disposto...e pronto para estudar o camarão do Antárctico krill Euphausia superba)





Mas gostaria de evidenciar que o carisma de ser um "jovem cientista" não tem idade. Muitos dos cientistas que estão a bordo têm tanta alegria no seu trabalho como os jovens cientistas. Na verdade, no laboratório sentimos que somos todos da mesma idade, o mesmo fascínio pelas espécies que aparecerem, aquela curiosidade de querer saber mais e de levantar mais questões...um paraíso sem dúvida!

















(Mick Whitehouse a explicar a importância dos nutrientes no Oceano Antárctico: se não houver nutrientes fundamentais na àgua, como o ferro, as algas têm dificuldades em se multiplicar)



If you think that in these scientific cruises is just only top scientists, old, boring...think again! It is true that there are top scientists on board, but they include top young researchers too...and all of them are as keen as everyone. That is why such scientific cruises are great to be in. In this one, we have Ph.D. students (Daria Hinz - USA, Sebastean Stegeinberger - Germany), post-doctoral researchers (Anton van de Putte - Belgium, me) and other young researchers (Hugh Venables, Ruth Hicks, James Screen all from UK), just to mention a few. The Association of Polar Early Career Scientists (APECS: www.arcticportal.org/apecs) has been brilliant during the International Polar Year (www.ipy.org) in promoting conferences and workshops all over the world, in advertising new jobs and opportunities to young researchers and provide them with tools to be the best in their research fields in the polar regions. But do not get mistaken...a good scientist have no age: everyone on board is as exciting as everyone else, no age applied. It is great fun to be in the laboratory with good discussions and questions coming from everyone. The silly thing to do is...to be quiet and shy when having a good question:)))

sexta-feira, 27 de março de 2009

A importância dos dados! The importance of data (by Nathan Cunningham)

Latitude: 56.45 Sul/South
Longitude: 42.14 Oeste/West

















(Nathan Cunningham, British Antarctic Survey)


Além dos cientistas e dos membros marinheiros do navio James Clark Ross, existe um grupo de pessoas que não são nem um nem outro. Eles são aqueles que ajudam a tudo a correr bem...são aqueles que nos ajudam no apoio informático (Johnnie Edmonston), assistente logístico e de operações (Julian Klepacki) e aqueles que têm como preocupação em cuidar dos dados que se vão obtendo. Vamos falar sobre este últimos! Nathan Cunningham é o responsável por assegurar que os dados recolhidos são fidedignos (quando optidos por aparelhos cientificos de satélite) e podem ser usados pelos cientistas, quer agora querpor cientistas no futuro. Durante os 9 anos que trabalha na British Antarctic Survey, ele criou bases de dados para que os cientistas ao recolherem os seus dados, os regista-sem de um modo que pode-se ser usado não só por eles mas também pelas gerações futuras de cientistas. Hoje em dia, muitos dos estudos com mais impacto baseam-se não só nos dados que estamos a recolher mas também dados que foram recolhidos por colegas nossos à 5, 10, 15, 30 ou mais anos. O caso do estudo das alterações climáticas é o caso mais obvio...se não fosse o Nathan e os seus colegas, possivelmente não poderiamos analisar tão bem o problema. Nathan asseguram-nos que os dados que estamos a recolher podem ser utéis para as gerações futuras os poderem utilizar...mas não só. Com a quantidade de dados bem recolhidos, e disponíveis, actualmente novas colaborações, novas ideias surgiram...e de um modo muito mais rápido!

Aqui ficam as suas palavras, redigidas por ele mesmo, do que faz:


















(Map of where the ship is at present in relation to sea surface temperature. Nathan produces most of the amazing maps, getting together information from the ship, from satellites and from scientists)


We spend a lot of time on the cruise trying to measure and understand the Antarctic marine environment, so we can answer questions like how it might respond to climate change? To answers these big environmental questions the scientists need lots and lots of data.


















(Icebergue no meio do Oceano Antárctico|Iceberg in the Southern Ocean. Photo taken by Nathan C.)


Measurements of quantities, measurements of qualities, measurement of measurements, measurements of time, a measurement of space and the list goes on. My work as a data scientist is to help fit all these data together into the bigger scientific picture about Antarctica and climate change.



















(Baleia sardinheira Balaenoptera borealis |Fin whale; Photo taken by Nathan C.)


The exponential growth in the amount of environmental data means that revolutionary measures are needed for data management, analysis and accessibility. Data science is the activity of organizing, representing and making information accessible to both humans and computers. It has become an essential part of environmental science especially in multidiscipline institutes like the British Antarctic Survey (BAS), where you have to combine the expertise of a lot of different scientist to understand something as complex as the Antarctic environment.


















(Petreis Daption capense|Cape Petrels| Photo by Nathan C.)



Antarctica and it surround Southern Ocean is an amazing place with an abundance of species specially adapted to live in this cold wilderness. I have been at BAS for about 9 years now and been lucky enough to visit Antarctica every year. I have spent most of my time working on science cruises in the region of South Georgia, the Antarctic Peninsula and the ice edge and consider myself to be lucky at having the opportunity to work and experience such an inspiring and beautiful place.

quinta-feira, 26 de março de 2009

James Clark Ross: polar science for the planet!!!!

Latitude: 56.46 Sul/South
Longitude: 42.16 Oeste/West




(James Clark Ross at South Orkneys, Antarctica)


O James Clark Ross é considerado um dos melhores navios cientificos do mundo, estando ao lado de navios como o Germânico POLARSTERN ou o francês MARION DUFRESNE. E um navio destes precisa de uma boa gestão...





(Capitão/Captain Graham Chapman in his workplace)



(Robert Paterson, Chief Officer, in one of those stormy days that attention and vigilance is important)


O que faz este navio ser um sucesso é percebermos que todos somos parte de uma equipa! Uma equipa em que todos fazemos esforços para que o objectivo principal de obter dados cientificos importantes sejam obtidos. A bordo temos mais de 20 cientistas de todo o mundo mas também temos uma vasta equipa de marinheiros, engenheiros, cozinheiros, ajudantes...um grupo de pessoas que nos apoiam e nos possibilitam estarmos a 100% cada dia que passa. E mais importante, sem eles, esta expedição cientifica não seria possível.

O capitão Graham Chapman e o chefe oficial Robert Paterson são 2 excelentes profissionais, muito cientes do trabalho a fazer e com uma alegria todos os dias que é bom de ver, mesmo nos dias em que o estado do mar está mau.



(Simon Evans, 2nd officer, with the crew member James Mcilhatton searching for wildlife and icebergs)


Para termos a certeza que o navio funciona, é necessário um grupo de engenheiros para vigiar os sistemas electricos dos motores do navio, toda a parte de engenharia do navio (sistemas de refrigeração, de aquecimento), entre muitas outras obrigações. O James Ditchfield, Steven Eadie e Glynn Collard, supervisionados por David Cutting, asseguram-nos que o navio continua a flutuar.



(James Ditchfield and Steven Eadie on the engine control room)




(Glynn Collard in one of the most exciting parts of the ship)

E quem nos ajuda quando colocamos os aparelhos cientificos na àgua? Eles são vários e com um entusiasmo tal como nosso...e com uma gentileza...em grande!



(George Stewart and Clifford Mullaney helping us deploying a Bongo net. Many others, including Derek Jenkins, John O´Duffy, Colin Leggett, Mark Robinshaw, Carl Moore, James Mcilhatton and Andrew Campbell have been helping us, the scientists tremendously)




(Peter Enderlein e Simon Wright, an example where Science and JCR crew go together to take science further)


Quanto à comida, o Keith e o Glen fazem as nossas alegrias diárias. Sempre dispostos a satisfazer as nossas necessidades gastronómicas. Só para vos dar uma ideia, hoje o jantar foi uma soupa de tomate, com prato principal de massa chinesa com camarão (e eram grandes) e uma tarte de maça com direito a gelado de baunilha...divinal!




(Derek Lee, Kenneth Weston and Colin Motte at the Salon dinner Hall ready to serve us the best food ever!)




(Glen Ballard, our great chef for our midnight meals!)





(James Newall and the chef Keith Walker...just before preparing another amazing meal for everyone at dinner time. Thank you guys!)



Mas esta união de sucesso extende-se ao estarmos em forma. A médica a bordo, Nerys

Lewis, organiza ginástica e exercicios 3 vezes por semana. Não há desculpas para não estar em forma!











(Ruth Hicks, Anton Van de Putte, Geraint Tarling, me, Alexander Spooner (3rd Officer) and the doctor Nerys Lewis ready to exercise!)






The RRS James Clark Ross (JCR) is well recognized to be one of the best research vessels in the world. To achieve such success it has to come through a lot of hard work. The secret of a lot of the success is the team work between the JCR crew and the scientists. From the Captain Graham Chapman, through Robert Paterson, the engineers team (lead by David Cutting), the deck crew (lead by George Stewart), the amazing chefs (Keith Walker and Glen Ballard), the stewards...everyone is simply fantastic at their jobs! To make the science we definitely need such a great team being us. Our results have a lot of contribution from all of them!!! Thank you all. Let´s the science continue...

terça-feira, 24 de março de 2009

Queremos pinguins! Penguins needed!

Latitude: 58.01 South
Longitude: 43.04 West
















(Pinguins rei Aptenodytes patagonicus na Georgia do Sul; King penguins Aptenodytes patagonicus at South Georgia)

Eu adoro animais!!!! Sejam eles pequenos, grandes, com 1 perna ou com muitas pernas. Na Antárctica, temos de tudo e o Oceano Antárctico é um autêntico paraíso. Desde ao peixe mais estranho que alguma vez vi, às lulas, e claro aos albatrozes, focas e baleias....mas os pinguins são definitivamente um dos favouritos de todos que gostam da Antárctica. O que custa é não poder ir ter com eles enquanto estiver aqui no navio...



















(Yves Cherel com uma T-shirt muito gira que dá para ver quais são os seus animais favouritos & Johnnie Edmonston, responsável pelos sistemas informáticos a bordo)

Estar no navio tem essa particularidade de estar no Oceano Antárctico mas sem tocar nalgumas coisas que vemos: vejo os albatrozes no ar mas não posso tocar, vejo as focas na àgua e nada...os pinguins a "falar" connosco quando estamos a por os aparelhos de pesca na àgua...e custa tanto não poder ir nadar com eles! Mas vou ter a desforra quando estiver em Bird Island, na Geórgia do Sul...
















(Elefante marinho Mirounga leonina na Geórgia do Sul. Calmos, porreirinhos...os pachorrentos da ilha)

















(Otária do Antárctico Arctocephalus gazella, em inglês, Antarctic Fur seal. São os curiosos que correm atrás de mim para ver qual o meu sabor...uns malandros cá do sítio!)

No entanto isso aplica-se apenas a esses animais, pois aqueles que aparecem nas redes cientificas, é uma alegria. Existem espécies com uma beleza fantástica. O peixe do Antárctico Poromitra crassiceps é um dos peixes mais fascinantes que alguma vez já vi. Não só devido ao seu ciclo de vida e de viver a grandes profundidades mas morfologicamente é daqueles peixes que nos deixa de boca aberta: a sua cabeça parece uma armadura dos cavaleiros do século XV...magnífico!

















(O peixe do Antárctico Poromitra crassiceps)

Outra espécie que me fascinou, mas por razões cientificas foi a lula/pota Psychroteuthis glacialis, que encontramos na última estação cientifica. Esta espécie deixa-me com um sorriso nos lábios não pela sua estética mas pelo que representa no ecosistema marinho da Antárctica.













(Lula/pota do Antárctico Psychroteuthis glacialis)


Esta lulinha "meia-leca"´tem um importante papel na dieta de várias espécies de pinguins e albatrozes, incluindo o pinguim rei e o pinguim emperador. Mais, encontramos 2 grupos de tamanhos de lulas desta espécie nas dietas e ainda não temos a certeza se essa diferença de tamanhos deve-se a dimorfismo sexual (machos e fêmeas terem tamanhos diferentes) ou possivelmente serem espécies diferentes.


(Pinguins emperadores Aptenodytes forsteri debaixo de àgua. Foto tirada por Jessica Meir, uma amiga e jovem cientista que estuda estes pinguins)
Assim, dá para ver que não só está tudo a correr bem e onde quer que eu esteja...vou estar com um sorriso! Até amanhã...
I love animals!!! Either big, small, with one leg or loads of legs, it does not matter. In the Antarctic, there is everything and is ultimately an amazing paradise. From the strangiest fish I have ever seen, to squid, seals and albatrosses...and of course, penguins. What is hard when on the ship is that you can see these big animals (seals, penguins, albatrosses) but can not touch them! However, this only applies while I am on the ship because when I get to Bird Island, South Georgia, I will be able to be with pinguins. However, on the ship, it is a privilege to work with animals that are simply AMAZING. The Antarctic fish that showed up in the last research station Poromitra crassiceps whose head looks like an armour used by soldiers in the XV century. Another amazing species found was the Antarctic squid Psychroteuthis glacialis. It looks like nothing special morphologically but its role in the Antarctic ecosystem is truely extraordinary, being important in the diet of various predators, including in emperor penguins diet. Looking forward to our next research station...tomorrow:)))

sábado, 21 de março de 2009

Grande dia de Ciência! Great day of science

Latitude: 59.41 South



Longitude: 44.03 West


















(Lula do Antárctico Galiteuthis glacialis; the Antarctic squid Galiteuthis glacialis)

Acabamos de terminar a estação chamada C3. Foram 2 dias excelentes a todos os níveis. Mesmo a trabalhar em turnos de 12 horas (6 da tarde até 6 da manhã), passo maior do tempo extra também no laboratório ou a correr o navio a tirar o máximo partido da viagem. Ao nível cientifico, foi excelente: começamos a perceber como este ano é consideravelmente diferente do ano passado, com camarão do Antárctico (Euphausia superba) estar em poucos números este ano (sabendo que nas àreas deveria haver muito devido aos pinguins que adoram camarão terem-se reproduzido muito bem nas ilhas próximas), termos finalmente recolhido amostras com espécies que ainda não tinham aparecido este ano nesta àrea geográfica e de ter encontrado espécies de uma beleza rara.
(Camarão do Antárctico Euphausia superba; Antarctic krill Euphausia superba)

Em relação ao último caso, foi interessante termos apanhado uma espécie de lula (mais correctamente deveria dizer pota) do Antárctico, Galiteuthis glacialis, que apesar de ser muito comum nas redes que estamos a usar, raramente encontramos uma viva e de boas condições. Foi fantástico aprender como ela se move e como respira. O seu corpo é praticamente transparente e nutricionalmente, possui pouca energia. Ou seja, quando encontro os bicos (ou mandíbulas) desta lula na dieta de predadores (albatrozes, pinguins ou focas), fico sempre a pensar que os albatrozes ou os pinguins as consume mais como aperitivo...



















(Gabi showing James the cranchiid squid Galiteuthis glacialis)


E porque será que esta estação se chama C3? Sim, o número 3 significa que é a estação 3 mas o que quererá dizer o "C"? Curioso... o "C" significa "condensed" de condensado. Esta estação tem inúmeras actividades cientificas que precisam de ser realizadas num determinado periodo de tempo limitado, daí concentrar...simples, não é? Tudo tem uma lógica...

Ao nível de diversão foi brilhante pois enquanto estavamos a colocar aparelhos na àgua, tivemos várias vezes, pinguins chinstrap como companheiros...maravilhoso foi mesmo ouvir eles a tentarem comunicar connosco e quando respondiamos eles aproximavam-se no navio...brilhante!
























Great two days of science!!!! We have just arrived at station C3. Even working 12 hours on and 12 hours off, we all spend time extra in the laboratory or running around the ship taking the best of the journey. It has been extremely busy. Scientifically speaking, it has been truely interesting: from the data from the acoustics (that assesses what exists in the water using sound), it shows that this year is considerably different from last year, with less Antarctic krill Euphausia superba in the water. Knowing that krill is a keystone species in the Antarctic marine food web (i.e. krill is important in the diet of numerous species of fish, squid, penguins, seals, albatrosses, whales,...), it is quite important to know what is going on. Even more interestingly, penguins breeding in nearby islands that feed on krill , had a good breeding success. So where did it come from? Therefore it is quite important to look into detail to the data collected and add other parameters (currents, water temperature,... ) to understand better the driving factors of the marine environment. Also found amazing squid species. Galiteuthis glacialis is a very common squid species in the diet of top predators (seals, penguins, whales, albatrosses), and usually only see its beaks in the diet samples, but today we caught a specimen in a very good condition. It was fascinating watching it moving across the water and seeing how beautiful it is.... more good days will come...I feel it!

Ciência Polar para o planeta! Malaysia vision: Polar science for planet Earth!

Latitude: 59.40 South
Longitude: 44.06 West

















Muitas vezes as regiões polares são vistas como áreas de muito gelo e muito longínquas. Falando com Khadijah Abdul Rahman-Sinclair durante o forum organizado pela Universidade de Informação e Tecnologia Mara da Malásia, deu para perceber que países como a Malásia estão muito bem informados sobre os pólos, querem saber mais sobre o que se passa lá e mais importante, querem ter um papel activo em todo este processo do que se pode fazer.








(Khadijah with Miriam Hebling Almeida (Brasil) and Louise Hoffman (USA) during one of the numerous meetings during the International Polar Year in Europe)

As questões que respondi directamente da Antárctica hoje para Kuala - Lumpur foram sempre nesse sentido práctico e inteligente: o que se passa na Antárctica, o que se pode fazer, e como podemos ter um papel activo. A audiência com mais de 250 alunos de Direito dessa Universidade estavam super interessados e deu para apreender o seu entusiasmo...muitas vezes basta entrar em contacto com a Association of Polar Early Career Scientists (APECS, www.arcticportal.org/apecs). Foi também um grande prazer Khadijah!
























(Khadijah Abdul Rahman-Sinclair with students in United Nations TUNZA meeting in Norway)



The Polar regions are many times seen as a land of ice and for being far, far away. By talking to Khadijah Abdul Rahman-Sinclair it was possible to realizar how well Malaysia is a great example for the polar community and how well informed they can be in rleation to what is happennig. To promote the Polar Oceans day of the International Polar Year, the University Information & Technology MARA, (UiTM) organised a Forum called ‘International Polar Year - I’m involved, are YOU?’. This Forum was providing a platform for students to understand the effects of climate change on the Polar Regions that is affecting people living in this part of the world. About 200 students from UiTM Association of Environmental Law and the Science Association attended. The students had have the opportunity to obtain ideas on how to be more active in polar regions subjects, including getting familiar with the Association of Polar Early Career Scientists (APECS), to get connected into discussions with me as a scientist in the field and to do their part in taking positive actions, in order to save the Polar Regions and the environment at large.



Here is the message from Khadijah:
Dearest, Dearest Jose,

Thanks a million!!! Especially for taking the Malaysian flag to the Antarctic and talking to us on Polar Oceans Day.

The students gave the topic/questions which I read out to you. My talk on my IPY involvement went very well. Many students never heard of IPY though knew about climate change. This talk gave them the link to connect the ideas, knowledge and what they can do... to go to the next level, to understand the polar regions more. 236 students from the Law Faculty, and the forum was organised by the members of Enviro Law Association.

All the best down there... you are really really down under!

From warm Malaysia...

Khadijah






Thank you Khadijah! All the best from Antarctica. It was a true pleasure talking to you!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sucesso no Brasil! Success in Brazil

Latitude: 59 56 S



Longitude: 44 14 W




























"No problem!" disse-me o Charlie, o responsável pelas comunicações do navio cientifico James Clark Ross. "Podes telefonar com toda a segurança que mesmo estando no meio do Oceano Antárctico, longe de tudo e a muitos km de distância de uma cidade digna desse nome, vai tudo correr bem!" O seu optimismo concretizou-se e assim foi....correu tudo muito bem!




















(Charlie, the radio officer of the James Clark Ross)




A conversa para a Rádio Claretiana FM (Brasil) foi uma alegria! Adorei conversar com a "Tuca Miranda", com a Miriam e os seus alunos e escuteiros que estiveram presentes no estudio. Natasha, Rodrigo, Murylo e Matheus....foi um prazer conversar convosco!



Falamos sobre coisas super interessantes e excelentes questões, desde como as alterações que se estavam a verificar na Antárctica podia afectar o Brasil, o que poderiam fazer e também perceber como o meu tabalho, a bordo do James Clark Ross, pode ajudar a compreender o que se está a passar. A Miriam enviou-me estas fotos, que adorei. Isto porque não tinha ideia do que era ser desse lado. Brilhante!















Houve um pormenor paralelo à entrevista, que gostei muito. A entrevista teve previsto pequenos intervalos onde se põe música. Eu fiquei tão contente quando houvi a Tuca dizer... "e agora vamos ouvir Gilberto Gil, Caetano Veloso e voltamos à conversa...". Não só adoro música Brasileira mas também conheço bem estes excelente músicos brasileiros. Excelente escolha, Tuca!!!!

A Prof. Miriam deixou esta mensagem, que me deixou muito feliz e com um sorriso enorme:










"Muito obrigada pela entrevista! Meus profundos gradecimentos também à British Antarctic Survey, que permitiu sua comunicação conosco.É incrível o que se consegue com o avanço da tecnologia... falar com você, directo da Antárctica, à bordo do RRS James Clark Ross. Fantástico!É uma honra participar ao seu lado do Ano Polar Internacional!E é uma honra para nós, brasileiros, juntarmos nossas vozes às de nossos irmãos portugueses nessa luta pela preservação de nosso planeta e para desacelerar o processo de aquecimento global. E é lindo ver tantos jovens de todas as partes do mundo se preocupando com o futuro de todas as espécies. Agradeço também à Rádio Claretiana FM por se juntar a nós nessa empreitada. Sem dúvida é um acréscimo importantíssimo!É também com muita alegria que lhe conto do entusiasmo do Grupo Escoteiro Santa Cruz, representados no estúdio pelos escoteiros Natasha Belchior e Rodrigo Arena, ao se juntar a nós. Fiquei muito feliz também pelo entusiasmo de Murylo César e Matheus Bíscaro em participar da entrevista, representando a juventude da cidade de Rio Claro.Enfim, faz-me mais do que feliz ver essa onda crescer cada vez mais nesse imenso Brasil!Um grande beijo! Miriam H. Almeida"


O mesmo sucesso aconteceu no colégio Puríssimo de Coração de Maria, onde mais de 40 alunos da escolas e professores levantaram excelentes questões sobre as regiões polares. Abraço ao Prof. Alexandre, prof. Gislaine e claro, novamente à Prof. Miriam e seus alunos. Adorei!


















(Students of the college Puríssimo Coração de Maria with the teachers Prof. Miriam, Prof. Alexandre and Prof. Gislaine)
Miriam, o prazer foi todo meu!

The radio interview from Antarctica to Brazil were a total success. An hour of interview with amazing questions about climate change, global warming, how the polar regions can affect the planet and Brazil in particular was highly interesting. The questions put by the students and scouts Natasha, Rodrigo, Murylo e Matheus were brilliant. Many thanks to Prof. Miriam Almeida and Tuca Miranda, the responsible for the interview at Radio Claretiana FM (Brazil). Prof. Miriam sent a message of thank you to the British Antarctic Survey for the excellent assistance in making this interview possible. Similarly, another entreview took place at the College Puríssimo Coração de Maria on which was a great experience as well. This interview is part of the International Polar Year day on the subject "Polar Oceans". See www.ipy.org for more information.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Brasil e Malásia à escuta! Brazil and Malaysia listening!

Latitude: 60.12 South
Longitude: 44.24 West
















Antárctica é um paraíso no nosso planeta: é voltar às origens do mundo, onde tudo é lindo e faz-nos sentir uns autênticos privilegiados de estarmos aqui. Hoje em dia a importância da Antárctica vai muito além da sua beleza. Muita da ciência realizada aqui tem implicações em todo o planeta no seu todo, como é o caso obvio dos efeitos das alterações climáticas e do degelo.
Portugal, Brazil e Malásia foram 3 dos países com maior projecção ao nível de promoção da ciência e educação polar durante o Ano Polar Internacional, dando um exemplo de como é possível transmitir o que os cientistas nos dizem para todos...crianças, adolescentes, adultos, estudantes, barbeiros, médicos, surfistas, politicos, jornalistas... e no futuro a todos os habitantes do mundo! Durante as numerosas reuniões ao nível internacional com alguns dos representantes do Brazil (Miriam Almeida) e Malásia (Khadijah Abdul Rahman-Sinclair), nomeadamente em Estrasburgo, Stavanger, St. Petersburgo e Genebra, foi possível reunir uma equipa forte interessada em mostrar a importância das regiões polares para países não polares, ou seja, países que não tenham uma ligação forte às regiões polares cientificamente. Como maioritariamente os países do mundo são não polares, criou-se ligações a várias organizações mundiais, como as Nações Unidas, para evidenciar várias perspectivas do Árctico e da Antárctica, quer cientifica quer educacionalmente.

(I, Miriam Almeida & Dave Carlson, Director of the International Polar Year Office during one of the numerous meetings we had in the last 3 years)
Hoje e Sexta-feira, a Prof. Miriam Almeida vai entrar em contacto comigo directamente do Brazil. Será uma entrevista para a Rádio Claretiana FM (Brazil), onde estarão vários estudantes seus e escuteiros que levantarão questões associadas à ciência polar. Na Sexta-feira será uma conversa com estudantes do Colégio Púrissimo de Coração de Maria (Brazil). Eu estarei algures no Antárctica, no Mar de Scotia, na Península Antárctica.
Também na Sexta-feira, haverá outra entrevista mas para Malásia, que será orientada pela representante da Malásia, Prof. Khadijah Abdul Rahman-Sinclair.
O grande objectivo destas entrevistas é mostrar exemplos de ciência polar, mostrar a importância das regiões polares para o planeta e mostrar que todos nós temos um papel importante na preservação do meio ambiente.











(Khadijah, Louise Hoffman - USA & I in Strasbourg during the Education and Outreach working group of the International Polar Year)
(As I promised to Khadijah and Malaysian friends in Norway, here is the flag of Malaysia in Antarctica...Thank you so much for having such privilige of bringing it over)
Antarctica is a true paradise in our planet Earth: is like returning to our origins, when everything is pristine, pure and beautiful, where all the animals are our friends and make us feel privileged to be here. But today Antarctica, and the polar regions, is far more than that: most of the science carried out here has repercusions on the planet as a whole, as the example of climate change studies and the sea level rising. Portugal, Brazil and Malaysia were 3 of the countries recognized to be most active during the International Polar Year, both in terms of the science and education and outreach. These countries gave an example to the world on how is possible to communicate to the general public what scientists have been trying to tell us...but in an easy and accessible way. During the numerous international meetings with representatives from Brazil (Prof. Miriam Almeida) and Malaysia (Khadijah Abdul Rahman-Sinclair), namely in Strasbourg, Stavanger, St. Petersburg and Geneva, it was possible to build a strong team interested in showing the importance of the polar regions in non polar countries. As the majority of the countries in the world are non polar countries, connections with world organizations were established, including the United Nations, to emphasize the various perspectives of the Arctic and of the Antarctic, both educational and scientifically. Today and Friday, I will be interviewed from Antarctica to radio stations and educational organizations from Brazil and Malaysia, with Prof. Miriam Almeida and Prof. Khadijah Abdul Rahman-Sinclair, respectively. The main objective of these interviews is to provide examples of the science carried out in Antarctica, its importance in an Earth perspective and show how each one of us has a role to play in the preservation of our planet.

terça-feira, 17 de março de 2009

Os primeiros icebergues! The first icebergs!!!!

Latitude: 60 29 South



Longitude: 48 05 West













Este foi o meu primeiro icebergue do ano! Por mais icebergues que veja na vida, nunca me farto deles...são como cornetos de chocolate e baunilha num dia de Verão!!! Nos icebergues existe uma magia de cores, uma elegância de se manterem a flutuar, um desejo de nadar até lá e pisar naquele gelo e neve onde nunca ninguém pisou. Já vi icebergues bem maiores...mas este foi o primeiro. Deveria ter 500m a 1 km de comprimento e uns 30-50 de altura. O sol, que tinha se atrevido passar pelas nuvens, fez com que houvesse nuances de brancos diferentes, tornando-o ainda mais belo. Vimos mais um icebergue mas era mais parecido com uma plataforma de gelo, e deveria chegar aos 5-10 km de comprimento. E eu...já tinha ganho o dia...























Estes icebergues apareceram a caminho da estação cientifica numero 2. Nesta altura a que vos escrevo, já estamos a 60 graus Sul, no meio do Oceano Antárctico. Vamos continuar um pouco para sul e as probabilidades de vermos mais icebergues são maiores. Em comparação com o cruzeiro do ano passado (que decorreu mais cedo, em Dezembro a Janeiro de 2008), nesta latitude já estaria rodeado de icebergues. Por estarmos já no fim do Verão Austral muitos dos icebergues já derreteram....






















Temos visto muitas baleias sardinheiras (Fin whales), otárias (Antarctic fur seals), albatrozes (albatroz viajeiro, albatroz de cabeça cinzenta) e ainda estou a rever como posso tirar-lhes umas fotografias. De momento, eles têm estado um pouco distantes do navio devido ao estado do mar, mas se isto acalma vai ser uma alegria. Vamos fazer figas....
Today I saw my first iceberg of the year. Yes, it was special. And yes, I have seen loads of them before, and even bigger one´s but this one...was my first of the year. I do not know why but icebergs fascinates me. They are noble, possess an unique array of colours...and can be huge. This one has 500 to 1km long and up to 50 metres high. I can take loads of photos of it , no problem....No wonder people that do not come across them often, also are fascinated by them! Last year, our cruise took place earlier (December-January 2008), and by this geographical position, we would have been surrounded by numerous icebergs and my time watching them was considerably higher than it is now...we have not seen many. However, wildlife is still with us. I have been seeing fin whales, Antarctic fur seals and albatrosses (and other seabirds like white-chinned petrels, cape pigeons, skuas) but I am still looking for the right time to get them by my camera. As the weather has not been great, it is not easy to catch them. Fin whales are so shy, and seeing their fin is a kind of a miracle. Albatrosses loves to come close but rain and strong winds makes them move further away from the ship. Hopefully we will get good sunny days soon...Fingers crossed!!!