sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Pequenas coisas fazem a diferença | Little things makes the difference

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E como é fazer ciência na Nova Zelândia? Bem, possui grandes vantagens...mas são as pequenas coisas que fazem toda a diferença. Estes apoios atuais do Programa Polar Português permite ir a institutos estrangeiros para analisar amostras que foram recolhidas por colegas (neste caso Nova Zelandeses), reduzindo os custos (pois já não é necessário ir à Antártida (ou área de estudo) recolher amostras, que exige elevados custos das viagens, equipamento, burocracias, e muito tempo disponível para ir) e maximiza os resultados (pois assim permite ter mais tempo no laboratório a analisar as amostras, e escrever os artigos científicos). 

Com esta colaboração, que se estende para mais de 5 anos, os resultados vão desde artigos científicos, reforçar esta colaboração cientifica com colegas da Nova Zelândia, e ligações à educação e à diplomacia, beneficiando ambos os países. Mas ainda há mais...aprende-se a apreciar um diferente modo de vida ao fazer ciência, o que ajuda os cientistas portugueses a serem melhores cada dia. Assim que se chega a Wellington, longe da Europa, és logo acariciado por um calor ameno assim que chegas. Sim, é Verão!!! Sendo Wellington junto ao mar, um dia de sol torna-se num magnifico dia. Os gelados (provar Hokey Pokey é uma obrigação; cujo sabor é de baunilha e pepitas de caramelo) são fantásticos. E como estamos perto da Antártida, alusões a pinguins é constante (batatas fritas, por exemplo). 

 

Vê-se muita gente a correr, na praia da cidade (pequena mas acolhedora), competições de barcos Maori (a cultura Maori está à nossa volta constantemente, o que é muito bonito), e...muitos Europeus: existe um rumor que 60-70% dos habitantes de Wellington são europeus!!! A moeda é diferente do nosso Euro (New Zealand Dollars) e o que vi de Portugal foi as famosas sardinhas no supermercado. És logo convidado para jogar futebol (é logo “amigo” do Cristiano Ronaldo, que é confundido por apenas de sermos do mesmo país). 








No instituto, o modo de trabalhar é exemplar. Tens de seguir numerosas regras de segurança e de saúde no trabalho, que é levado muito a sério, o que nos ajuda a compreender as diferenças entre estes sistemas de trabalho europeu com o Nova Zelandês. O profissionalismo de todos é de enaltecer. Esta semana foi literalmente dentro do laboratório a ajudar a terminar as análises das amostras do José Queirós vindas da Antártida (José partiu na Quarta-feira) e começar com as minhas amostras de lulas vindas da dieta de albatrozes...mas explicar o que estou a encontrar fica para a semana


And how is to do science in New Zealand? Well, there are numerous advantages...but are the little things that makes all the difference. Today´s research support of the Portuguese Polar Programme allows scientists to go to research institutes to analise samples collected from colleagues (in this case, from New Zelanders), reducing the costs (as there is no need to go to the Antarctic/research áreas that requires high travel costs, equipment, burocracy and lots of time available) and maximizes the results (as it allows more time to be in the lab analising the samples, to write the research papers, reenforce the scientific collaboration with New Zealand, beneficial to both countries). With this collaboration, that goes over 5 years now, the results go from research scientific papers to education and diplomacy. But there is more than that...













It allows the scientists, under this scheme, to appreciate a diferente way of life in doing science, which helps the portuguese scientists to be better everyday. As soon as we arrive in Wellington, well far from Europe, a nice warmth welcomes you. Yes, i tis Summer here!!! As Wellington is by the Sea, a sunny day is a wonderful day. 



The icecreams (tasting Hokey Pokey is a must; the flavour is vanilla and caramel) are excellent!!! And as we are fairly close to the Antarctic, products with pinguins is common (such as fries packets). There is always people running in the promenade, on the city beach (small but cosy), competitions of boats Maori (the Maori culture is nicely everywhere, which is really nice) and...lots of Europeans: there is a rumour that 60-70% of the habitants in Wellington are Europeans!!! Here, we use New Zealand Dollars (no Euros around) and from what I have seen, only have seen our Portuguese famous sardines in the supermarket. When you say you are Portuguese, you are immediately invited to play football (you are seen as a “friend” of Cristiano Ronaldo, despite not playing like him). In the research institute, the work ethics is exemplar. Numerous rules on Health and Safety must be followed, ands are taken very seriously. I tis really importante for our education to understand the diferences between the work systems between New Zealand and Europe, and both function well! The profissionalismo of everyone is worth mentioning. This week was literally spent inside the lab, helping finishing the analyses of samples from the Antarctic of José Queirós (José left on Wednesday) and started with my samples from the diet of albatrosses....but I will explain more details on this work soon 
 


sábado, 18 de fevereiro de 2017

De volta ao laboratório | Back to the laboratory











Como cientista, é preciso ir recolher amostras na área de estudo (no meu caso na Antártida), escrever artigos científicos, dar aulas, dar palestras nas escolas, ir a conferências, estar presente em organizações/programas internacionais, e, não esquecer, de trabalhar no laboratório.








 Eu adoro todas estas vertentes do cientista...e sim, estou sempre a aprender algo novo quase todos os dias. E foi o que aconteceu esta semana. Reuni-me com o meu estudante José Queirós, e revemos todo o seu bom trabalho a bordo de um barco de pesca na Antártida, cujos resultados serão usados para a sua tese de Mestrado na Universidade de Coimbra. Com as muitas amostras obtidas, um dos objetivos desta semana foi analisarmos estas amostras no laboratório de Darren Stevens, na NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) em Wellington, Nova Zelândia. 





A nossa prioridade foi identificar os cefalópodes, o grupo que animais que contém polvos e lulas, encontrados na dieta do bacalhau da Antártida Dissostichus mawsoni. Estes animais foram recolhidos durante 3 meses, de Novembro 2016 e Fevereiro 2017, e finalmente estávamos com eles nas nossas mãos. As lulas e os polvos foram identificados pela sua morfologia (quantos linhas de ventosas possui um polvo, poderá determinar o seu género ou até a sua espécie) e através dos seus bicos (mandibulas, tipo bicos de papagaio que os polvos e lulas têm). 




As espécies mais abundantes foram Psychroteuthis glacialis, uma lula muito abundante da dieta dos meus conhecidos albatrozes e pinguins, Kondakovia longimana uma lula grande e também a lula colossal Mesonychoteuthis hamiltoni. Muitas vezes encontrávamos só partes das lulas, tais como os tentáculos, bicos e alguma pele...mas dava para as identificar. Em caso de dúvida, recolhíamos tecidos para genética, que nos irá confirmar a espécie mais tarde. O momento alto da semana foi termos a atenção da TV Nova Zelandesa sobre o polvo gigante Megaleledone setebos que o José Queirós recolheu, que foi o maior de sempre encontrado na Antártida. Chegava aos 18.5 Kg e 120 cm de comprimento! Estão a imaginar a nossa alegria a analisar todas estas amostras; é como no Natal, em que cada amostra é como um presente de Natal que não sabes o que estará lá dentro. Muito trabalho mas com um sorriso enorme! Obrigado Renato, Marta, Afonso e Miguel pelo excelente jantar e como nos receberam em Wellington!!!!


As a scientist, it is important to go and collect samples in the field (in my case, in the Antarctic), write research papers, give talsk in schools, lecturing at University, go to conferences, be actively involved in international organizations/programs,..and not forgeting...to work in the laboratory. I really enjoy all of these tasks...and yes, I do learn something new almost eveyday. And that´s what happenned this week. I met my student José Queirós to review all his good work onboard o fan Antarctic fishing vessel, whose results will be used for his MSc thesis at the University of Coimbra. With so many samples obtained, one of the objectives of this week was to analyse these samples at the laboratory of  Darren Stevens, NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) in Wellington, New Zealand. Our priority was to identify the cephalopods (group of animals that contains squid and octopods) found in the diet of Antarctic toothfish Dissostichus mawsoni.
 These animals were collected during 3 months, from November 2016 and February 2017, and finally there we were with them in our hands. THe squid and octopods were identified according to their morphology (for example, Benthoctopus sp. Has 2 rows of suckers) and through their beaks (similar to parrot mandibles). The most improtant species found were Psychroteuthis glacialis (squid fairly common in the diet of my albatrosses and penguins), Kondakovia longimana (which plays a key role in the idet of numerous predators and can reach a large size) and the colossal squid Mesonychoteuthis hamiltoni. Many times we olny find some parts of them, such as their tencles, arms, flesh and their beaks...but enough to identify them. In case of doubt, we collected flesh to DNA analyses, to identify it to species level later on. The moment of the week was getting the attention of the New Zealand TV on a giant octopus Megaleledone setebos that José Queirós collected, that was the largest specimen ever found in the Antarctic; it had 18.5 Kg and 120 cm in length. You are probalby imagining our joy of analysing all these samples. It remind me of Christmas when  each sample was like a presente that you do not know what is inside and you do not know what will you find. A loto f work with a huge smile! Thank you Renato, Marta, Afonso and Miguel for the excellent dinner and for welcoming us so well in Wellington!!!


domingo, 12 de fevereiro de 2017

A viagem para Nova Zelândia | Voyage to New Zealand



ANTARCTIC RESEARCH: TRIP NZ 2017
















 


Esta época de trabalho de projetos relacionados com a Antártida tem sido a voar. Fazendo as contas: com a co-coordenação da expedição do Mar de Ross e Kerguelen (José Queirós acabou de chegar a Wellington, após ter estado a bordo de um navio Australiano), a expedição da Geórgia do sul e Frente Polar Antártica (a bordo com José Seco), a coordenação de recolha de amostras da dieta de predadores (particularmente albatrozes, pinguins e lobos marinhos) na Geórgia do Sul, este será o quarto projeto e a última viagem de trabalho relacionado com projetos Antárticos deste ano. E valerá a pena!















Esta será a terceira ida à Nova Zelândia (depois de 2013 e 2014), para colaborar com os meus colegas do National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA), particularmente David Thompson, na bonita cidade de Wellington. Novamente ouvi as mesmas frases: “Mas a Nova Zelândia fica do outro lado do mundo, não fica?”, “Eu também quero ir!” e “Tu não páras um minuto no mesmo sítio!”.  E se fizermos um buraco no chão, iriamos ter à Nova Zelândia, como a dizer que não poderia ir mais longe de Portugal. Pois é... e isso vê-se no tempo que demora lá chegar.
A viagem de avião, de Portugal a Nova Zelândia, demorará mais de 2 dias (partida às 10.40 da manhã de dia 8 de Fevereiro 2017 com chegada às 11 da noite do dia 10 de Janeiro; são 13 horas de diferença em fuso horário, com a Nova Zelândia com + 13 horas que em Portugal). O avião partiu a horas de Lisboa e estou-vos a escrever de Londres (Heathrow Airport). Depois vou para Singapura, Sidney e finalmente Wellington, a capital da Nova Zelândia. Sim, cheguei bastante cansado...mas com o sorriso de sempre.


Já vos consigo ouvir a perguntar: “e o que vais lá fazer?” Bem, o programa Antártico Nova Zelandês é muito forte e possui excelentes equipas a trabalhar na Antártida (a Catarina Magalhães também trabalha com o programa polar Nova Zelandês), logicamente devido à sua proximidade deste continente. Eu vou estudar os bicos das lulas e polvos (peçam lulas grelhadas e vejam a sua “boca”, lá encontram “dentes” semelhantes aos picos de papagaio) que os albatrozes (Diomedea antipodensis e Diomedea gibsoni) da Nova Zelândia se alimentam. 





Como estes albatrozes cobrem enormes áreas do Oceano Antártico, e águas adjacentes em redor da Nova Zelândia, à procura de alimento (incluindo muitas espécies de lulas), nada melhor que estudar as suas dietas. Estes dados são a parte do puzzle que falta, após o nosso estudo publicado anteriormente (Xavier, Walker, Elliot, Cherel, Thompson (2014) Cephalopod fauna of South Pacific waters: new information from breeding New Zealand wandering albatrosses. Marine Ecology Progress Series 513:131-142). Como cereja no topo do bolo, vou estar com o José Queirós (cientista polar, e também meu estudante de Mestrado da Universidade de Coimbra) no laboratório com Darren Stevens (NIWA) a analisar as suas amostras trazidas do Mar de Ross e de Kerguelen, após a sua expedição desde Novembro 2016. 


O nosso projeto CEPH 2017, envolve instituições de Portugal, Nova Zelândia, Reino Unido e França, com o apoio do programa polar português PROPOLAR, e estará a decorrer até ao fim de Março 2017!  Até lá, muitas aventuras para vos contar e muito trabalho no laboratório...com um grande sorriso!

 

















This season of Antarctic related projects has been going so fast. Let´s do the maths:

Co-coordenation of the expedition to the Ross Sea and Kerguelen (José Queirós is still onboard of the Australian ship), expedition to South Georgia region and the Antarctic Polar Front region (onboard with José Seco), coordination of the collection of samples of the diet of Antarctic top predators at South Georgia (particularly seabirds and seals), this is the 4th Project and the final trip related to Antarctic projects this year. And it will be worth it!

This will be my 3rd work trip to the beautiful New Zealand (after 2013 and 2014), to collaborate with my colleague David Thompson at the National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA), in Wellington. Again, I heard the same phrases from friends and colleagues: “But New Zealand is on the other side of the World, right?”, “I want to go too!” and “You never stay still!”. If we made a hole on the ground we would reach New Zealand, as saying “you can not go further away from Portugal than this!”. Indeed, this is easily checked by the time it takes to go to New Zealand.

The trip by plane, from Portugal to New Zealand, will take more than 2 days: departure at 10.40am of the 8th February 2017 and arrival at 11pm on the 10th of February; it´s 13 hours of difference, with New Zealand + 13 horas than in Portugal). The plane departured on time from Lisbon and I am writing you from London (Heathrow Airport). Then, I shall go to Singapure, Sydney and finally, Wellington, the capital of New Zealand. Yes, I will be very tired when I arrive...but with the same big smile of always.

I can already hear you:”What are you going to do?” Well, I will finish the Project that we started a few years ago. The New Zealand Antarctic program is very strong and possess excellent teams working in the Antarctic. I will be working on cephalopod beaks (from squid and octopods; do look to the “mouth” of the squid/octopus, in there you will find their “teeth” similar to parrot beaks) that New Zealand albatrosses (Diomedea antipodensis e Diomedea gibsoni) feed on. As these animals cover huge areas of the Antarctic and Pacific, nothing better than to study their diets. These data will be part of the puzzle that is mising, complemeting our previous published work (Xavier, Walker, Elliot, Cherel, Thompson (2014) Cephalopod fauna of South Pacific waters: new information from breeding New Zealand wandering albatrosses. Marine Ecology Progress Series 513:131-142). With the cherry at the top of the cake, I will be with José Queirós (Antarctic scientist and also my MSc student of the University of Coimbra) on the lab with Darren Stevens (NIWA) analyzing samples just brought from the Ross Sea and Kerguelen regions (José Queirós has been on his expedition since November 2016).

This Project CEPH 2017, includes institutions from Portugal, New Zealand, United Kingdom and France, with the support of the Portuguese Polar Prgoram PROPOLAR. It will be carried out until the end of March 2017!  Until then, many adventures to tell you and much work in the laboratory...with a big smile!!




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Conclusão Expedição Antártica: O que gostámos mais | Conclusion of the Antarctic Expedtion: What we enjoyed more








No final de cada expedição Antártica, fazemos sempre uma breve avaliação do que aconteceu no cruzeiro, dos resultados obtidos, do que correu bem, do que se gostou mais e dos próximos passos e se há alguma coisa que temos que melhorar. 
 


Esta expedição, chamada JR16003, iniciou-se a 5 de Dezembro 2016 e terminou a 24 de Janeiro 2017 (partida e chegada a Portugal) e teve lugar a bordo do navio Britânico James Clark Ross no Oceano Antártico. Esta foi a nona expedição Antártica para José Xavier e a terceira para José Seco, os únicos Portugueses a bordo. 











Nesta expedição, com cientistas do Reino Unido, Portugal, Alemanha, Itália e Polónia, e apoio fundamental dos oficiais e tripulação, teve o objetivo de recolher organismos no Oceano Antártico (na área de estudo chamada “Western Core Box” junto à Geórgia do Sul e junto à Frente Polar Antártica). Os organismos marinhos foram recolhidos usando diferentes tipos de redes, com diferentes tamanhos e malhagem, desde zooplâncton (ex. Camarão do Antártico Euphausia superba) a lulas e peixes. Recolhemos também amostras de água (para obter a matéria orgânica particulada). 



Todas as amostras foram recolhidas com o objetivo de compreender a biogeografia, habitat e níveis tróficos de organismos ao longo da cadeia alimentar, e também a bioacumulação de metais pesados. Um dos resultados mais surpreendentes foi sem dúvida encontrar o camarão do Antártico, que é conhecido por ser uma espécie tipicamente Antártica (e um elemento muito importante na cadeia alimentar Antártica), a norte da Frente Polar Antártica. Pessoalmente, também ter encontrado a lula Histioteuthis eltaninae (muito importante na dieta de numerosos predadores, mas rara nas nossas redes cientificas) foi uma das melhores surpresas.  Obtivemos quase todas as amostras que desejávamos, e o próximo passo é analisar as muitas amostras para conhecer o habitat e nível trófico das numerosas espécies (através de isótopos estáveis de Carbono e Azoto) e o seus níveis de metais pesados.





 Um agradecimento especial aos colegas cientistas, oficiais e tripulação do James Clark Ross e às várias instituições e programas (British Antarctic Survey, Universidade de Coimbra, Marine and Environmental Sciences Centre, University of Aveiro, University of St. Andrews, Integrating Climate and Ecosystem Dynamics Program (ICED), SCAR AnT-ERA (Antarctic Tresholds – Ecosystem Resilience and Adaptation, Program Polar Português PROPOLAR, Association of Polar Early Career Scientists (APECS Portugal)) que ajudaram para esta expedição ser um sucesso. A nível pessoal, o que mais gostámos: A passagem de ano ser passada literalmente à pesca com redes e peixes na mão, apanhar animais raros que muito irão ajudar-nos a perceber como o Oceano funciona, o convívio e profissionalismo entre todos, seguir o vosso entusiasmo e apoio online (através do blog e facebook) e a beleza da Antártida (particularmente aqueles 4 dias junto à estação cientifica Britânica de Rothera). Muito obrigado e até breve!!!!


At the end of an Antarctic expedition, we always do a brief review of what happened in the research cruise, of the results/samples obtained, what went right, what we enjoyed more and the next steps. This expedition, named JR16003, started on the 5th December and ended on the 24th January 2017 (starting and ending in Lisbon) and took place onboard of the RRS James Clark Ross in the Southern Ocean. This was the 9th expedition to José Xavier and the 3rd to José Seco, the only Portuguese onboard. In this expedition, scientists from United Kingdom, Portugal, Germany, Italy and Poland, with the support of the officials and crew, collected organisms from the Southern Ocean, in the area of the “Western Core Box” close to South Georgia and across the Antarctic Polar Front (APF). These organisms were collected using a range of scientific nets of different sizes and meshes, including zooplankton (such as the Antarctic krill Euphausia superba), squid and fish. Water samples were also collected (to obtain information of the Particulate organic matter in the water). 







All these samples had the objective to help us understand the biogeography, habitat and trophic levels of these organisms through the Antarctic food web, as well as the bioaccumulation of trace metals in these organisms. One of the most interesting results was finding Antarctic krill north of the APF (in warmer waters), as this species is typically Antarctic. Personally, catching Histioteuthis eltaninae (very important in the diet of numerous predators but rare in scientific nets) was also a surprise. Most of the samples needed were successfully obtained. 



Next step is to prepare and analyse the samples in the laboratory to study habitat and trophic levels (via stable isotopic analyses of Carbon and Nitrogen) and trace metals. A special acknowledgement to our colleagues scientists, officers and crew of the James Clark Ross and the various organizations and research programs (British Antarctic Survey, University of Coimbra, Marine and Environmental Sciences Centre, University of Aveiro, University of St. Andrews, Integrating Climate and Ecosystem Dynamics Program (ICED), SCAR AnT-ERA (Antarctic Tresholds – Ecosystem Resilience and Adaptation, Program Polar Português PROPOLAR, Association of Polar Early Career Scientists (APECS Portugal) that made this expedition a success. 






What we enjoyed more: The New Year Eve spent fishing with literally fish in our hands, catching amazing organisms that will help us understand the Southern Ocean, the professionalism and friendships amongst all, following your enthusiasm and support online (via the blog and facebook) and the beauty of Antarctica (particularly those 4 days close to the British Research station Rothera). Many thanks and talk to you VERY soon!!!