Longitude: - 44.03
Durante este cruzeiro é evidente a importância do Ano Polar Internacional, o programa cientifico e educacional sobre os pólos, sendo o último há 50 anos. Portugal está representado num Ano Polar Internacional pela primeira vez na sua história.
O melhor exemplo vem desta viagem, onde cientistas de vários paises estão a colaborar conjuntamente, incluindo Portugal. A British Antarctic Survey é uma das instituições com maior relevância, estando envolvida em mais de 50 projectos associados ao Ano Polar Internacional. Portugal colabora com esta instituição desde 1997.
Aqui no navio James Clark Ross, estamos a conduzir uma das mais extensas avaliações da cadeia alimentar do ecosistema marinho do Oceano Antárctico nunca antes vista, examinando a cadeia alimentar e ciclos de vida de numerosas espécies de todos os tamanhos, desde as algas unicelulares até às baleias. Este cruzeiro, que cobre todos os ambientes marinhos do Oceano Antárctico, desde junto à extensão de gelo até à Frente Polar Antárctica. Todos os 26 cientistas a bordo estão a estudar fenomenos e hipoteses cientificas de grande importância, que ajudará a determinar como estes organismos marinhos estão vulneráveis às alterações climáticas evidentes nesta região do planeta.
O meu papel neste cruzeiro é avaliar o papel fundamental de várias espécies de peixe na cadeia alimentar, através de estudos da sua abundância, e da sua distribuição vertical e horizontal. Como são abundantes na coluna de àgua, e pouco se conhece sobre várias espécies de peixe, estamos a avaliar que àguas preferênciais (ao nivel da temperatura da àgua, por exemplo) cada espécie de peixe tem, e como varia essa abundância consoante o habitat (junto ao gelo, no mar aberto, junto à Frente Polar Antárctica), e que efeitos alterações climáticas poderão ter na sua abundância. Como muitas destas espécies de peixe têm um papel importante na dieta de predadores (pinguins, albatrosses, focas, baleias), está-se também a fazer rastreio via satélite a pinguins rei de modo a sabermos onde eles se vão alimentar destas espécies de peixe. Abaixo é a rede RMT25 (arrasto pelágico rectangular de 25 metros quadrados) que, devido ao seu sistema de abrir e fechar, permite avaliar a distribuição vertical de organismos marinhos.
De momento, estamos norte das Ilhas Orcadas a obter mais amostras de àgua, algas, animais que vivem na coluna de àgua (peixe, lulas e crustáceos). Interessante que à medida que mais para para Norte algumas espécies começam a diminuir a sua abundância, devendo-se a elas estarem mais bem adaptadas ao gelo. Ou seja, se o gelo desaparecer...
David Pond a analisar mais uma amostra de zooplancton (organismos marinhos muito pequenos, quer servem de alimento aos peixes, lulas e outros animais maiores)...observações de muito valor para nos ajudar a perceber as alterações climáticas e o funcionamento dos ecossistemas marinhos durante o Ano Polar Internacional.
(During this cruise, it is obvious the importance of the Internacional Polar Year (IPY) in it. Portugal is participating for the first in its history and this cruise is an excellent example for the international collaborations that are being carried out in IPY. The RSS James Clark Ross is carrying out one of the most comprehensive surveys of pelagic life in the Southern Ocean yet seen, examining life cycles and food webs of creatures of all sizes, from microscopic single celled algae to the largest baleen whales. The survey, called DISCOVERY 2010, will span the entire range of Southern Ocean environments, from the ice-edge to the polar front. It will involve 26 scientists from a number of UK and international institutes. Many of the creatures they will study are pushing the limits of what animal physiology can endure. This survey will help determine how vulnerable they are to the predicted changes in this rapidly altering sea region)
1 comentário:
Olha... Olá Zé!!! =)
(Imagina-me com ar de parvinha, a dizer adeus ao ecrã...)
Vinha à procura das fotos da Ana, e em vez disso, aqui estás tu e o teu entusiasmo contagiante. Pois espero que esteja tudo a correr tão bem e a ser tão bom como parece.
E eu também tenho uma novidade... JÁ TÁÁÁÁ!!! Não consegui acabar antes dos 30, como era o plano, mas também foram só 2 dias depois. Entreguei finalmente a tese, e tenho a dizer que gostei bastante da sensação. Agora é esperar para apresentar. =)
Bom trabalho para ti e até já, que eu prometo ir passando para saber como estás tu no meio do gelo.
Um beijinho muito grande!
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