Longitude:-39.90
Hoje estamos um pouco mais a norte da Geórgia do Sul, que pessoalmente considero um dos locais mais especiais da Antárctica. Foi aqui que tive o primeiro verdadeiro contacto com a Antárctica. A foto acima foi tirada em Bird Island (ilha adjacente à Geórgia do Sul onde se encontra uma das Bases cientifica da British Antarctic Survey), com vista para Willis Islands em direcção a Oeste, onde o navio James Clark Ross se encontra agora (percurso realizado em vermelho e Geórgia é a ilha um pouco abaixo, à direita).
Nesse dia, estava a bordo de um navio da "Royal Navy" Britânica chamada HMS Dumbarton Castle (eu chamei-lhe "Castelo saltador" (Bouncing Castle) pois abanava por todo o lado), que após 3-4 dias de autêntico martírio de ondas grandes, tempestades e tudo mais, foi um abrir uma janela de ar fresco, beleza extrema e a felicidade de chegar a um lugar novo, maravilhoso e fascinante, com a sensação que existe aqui tanta coisa ainda por descobrir...Será este sentimento que o nosso Infante D. Henrique, e tantos navegadores Portugueses, terá sentido quando chegou a lugares nunca antes navegados por Europeus? Abaixo está a estátua do nosso Fernão de Magalhães em Punta Arenas, Chile a testemunhar que todos nós podemos fazer a diferença e deixar um marco na história.
Tal como James Cook, um dos exploradores Britânicos mais conhecidos do Sec. XIX, percebi que está região transborda de vida: albatrozes no ar, pinguins, focas e baleias na àgua por todo o lado, com a Geórgia do Sul por trás. É demais evidente esta alegria de viver destes animais no seu habitat. Abaixo uma baleia franca austral Eubalaena australis (Southern Right whale), que eu chamo "uma baleia divertida!" e um albatroz de cabeça cinzenta a passar por perto. Ela deu saltos, mostrou a barbatana caudal, rodou, revirou, mostrou a cabeça muitas vezes que parecia dizer "Olá, tira a fotografia e diz olá a todos por mim!"...e todos nós a bordo com um rasgado sorriso a absorver isto tudo.
Hoje até tive o privilegio de ter um albatroz viajeiro ter vindo visitar-nos, anilhado com a anilha Branco P54 (White P54) em Bird Island (pequena ilha adjacente à Geórgia do Sul), na Base cientifica Britânica onde estive em 1999 e 2000.
Aqui parece que somos nós que estamos a ser observados...deve ser esta a sensação que os pinguins do Oceanário de Lisboa devem sentir quando os vamos visitar? Não é assim tão mau...apenas diferente!
(We are close to South Georgia!!!! South Georgia is a magical place. Why? Agreeing with the explorer James Cook, because is a region bursting with life, where whales, albatrosses, penguins and seals are in their own garden. Indeed, it feels like its them wacthing you like they were in the zoo and we are the attraction. Also because it was here where I first witnessed, in first hand, in 1999 the Magic that this remote place has and the feeling that much has to be discovered here. It made me think how the Portuguese Prince Henry, "The Navigator", felt when he sailed where no other European sailed before...evidence of being such an heaven for marine animals is the abundance of all around us. Today we had Southern Right Whales around the ship, with everyone with a big smile!!! Also got the visit of a friendly wandering albatross, ringed at Bird Island (small island, adjacent to South Georgia, where the British Antarctic Survey has a magnificent scientific base), and where I was privileged to spent more than a year there studying them. Such brilliant times, these...)