Esta foi a
segunda vez que fiz trabalho de campo a Antártida. A primeira foi em 2011 à
ilha de Livingston. Mas estas duas experiências não poderiam ter sido mais
distintas, tanto porque desta vez estou a bordo de um navio e não numa base
cientifica e porque agora sou estudante de Doutoramento e assim mais responsável
pelo meu projeto e pelas amostras que tenho que recolher.
Começando pelo início,
tirei a minha licenciatura em Biologia na Universidade de Coimbra e juntei-me
ao grupo de ciência polar em Abril de 2011 (há quase 5 anos! O tempo voou!). Já
durante o meu mestrado (em Ecologia, na mesma Universidade), tive a
oportunidade de participar numa campanha polar em 2011/2012 a estudar a dieta
de duas espécies de pinguins e desde então que continuei a trabalhar em ciência
polar, da qual já saíram vários artigos científicos. Depois de acabar a tese
vieram os congressos, o início da escrita dos artigos científicos e as
candidaturas a bolsas e a programas doutorais.
Depois de dois
artigos publicados e algumas candidaturas submetidas veio finalmente a resposta
positiva! Em Abril de 2015 comecei o meu doutoramento, no programa doutoral
Do*Mar entre a Universidade de Aveiro e a Universidade de St. Andrews
(Escócia). Durante os próximos 3 anos vou estudar os metais pesados presentes
da cadeia alimentar Antártica!
Assim este ano
tive a oportunidade única de participar num cruzeiro cientifico a bordo no
navio de investigação Royal Research Ship James Clark Ross, da British
Antarctic Survey (Reino Unido). Onde recolhi amostras (água, microalgas,
zooplâncton, peixes e lulas, pinguins) para depois identificar e quantificar os
metais pesados. O trabalho a bordo no navio é muito intensivo. Tinhamos turnos
de 12horas e mesmo fora das nossas horas de trabalho estamos sempre disponíveis
para ajudar colegas que precisem. Depois há também as dificuldades inerentes a
estarmos isolados do mundo (estávamos a certa de 1300km da vila mais próxima),
são as condições climatéricas que ditam se vai ser possível trabalhar ou não, e
temos que estar a contar com esses atrasos e alterações no plano de trabalhos
de última hora, mas penso que são estas dificuldades que tornam o Oceano
Austral ainda mais fascinante. Ter a oportunidade de estar a bordo de um navio
de umas das mais conceituadas instituições de ciência polar do mundo e poder
estar a trabalhar lado a lado com alguns dos melhores cientistas da minha área
de investigação, enquanto estamos rodeados por Icebergues, focas, pinguins
albatrozes e baleias, foi sem qualquer duvida uma das melhores experiências da
minha vida tanto a nível pessoal como profissional.
This
was the second time doing fieldwork in the Antarctic. My first was in 2011 at
Livingston Island. But these two experiences could not have been more
different, because this time I'm on board a ship and not on a scientific base.
Also now I am a student of PhD and more responsible for my project and for the
samples that I have to collected.
I
took my degree in Biology at the University of Coimbra (Portugal) and joined
the Polar Science group in April 2011 (almost 5 years ago! Time flies!). During
my master degree (in Ecology at the same university), I had the opportunity to
participate in a polar campaign in 2011/2012 to study the feeding ecology of
two species of penguins and since then I have continued to work in polar
science, which have left several scientific articles. After the finishing my thesis,
it was time for conferences, writing papers and grant application.
After
two published research articles and some applications submitted finally came the
“Yes!” that I was waiting for! In April 2015 I started my PhD in the doctoral
program Do*Mar between the University of Aveiro (Portugal) and the University
of St. Andrews (Scotland). Over the next three years I will study the trace
metals in the Antarctic food web!
So
this year I had the unique opportunity to participate in a scientific cruise onboard
of the Royal Research Ship James Clark Ross, of the British Antarctic Survey
(UK). Where I collected samples (water, microalgae, zooplankton, fish and
squid, penguins) for posterior identifications and quantification of trace metals.
Working on board the ship is very intensive. We had 12 hours shifts and even
outside of our working hours we were always available to help colleagues in
need. Then there are the difficulties of being isolated from the world (we were
at 1300km from the nearest village), the weather conditions dictate whether it
will be possible to work or not, and we have to be counting on these delays and
last minute changes in the work plan, though I think that these difficulties
make the Southern Ocean even more fascinating. The opportunity to be on board a
ship of one of the most renowned polar science institutions of the world and
working side by side with some of the best scientists in my research field, as
we are surrounded by Icebergs, seals, albatrosses, penguins and whales, was not
without any doubt one of the best experiences of my life both personally and
professionally.
By Jose Seco
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