terça-feira, 1 de março de 2016

Acordar | Waking up











Estamos a escrever-vos do aeroporto de Heathrow (Londres, Reino Unido). Estamos num cafezinho dentro do aeroporto, refugiados do frio (estes dias em Cambridge a temperatura rondou sempre os -2 C, mas felizmente com céu limpo) e a ouvir umas músicas bem relaxantes perfeitas para uma manhã de Domingo.  Estamos rodeados por várias de dezenas de pessoas e por vezes é surreal relembrar que há poucos dias atrás estávamos longe daqui, de tudo e de todos, onde pinguins e as baleias imperam. 

 











No último dia nas Ilhas Falkland, após todo o dia a arrumar equipamentos, limpar laboratórios e preparar relatórios, a Jen Thomas teve a excelente ideia de sugerir irmos na manhã seguinte à colónias de pinguins gentoo, antes de partirmos para apanhar o avião para o Reino Unido. Havia um pequeno senão. Era a noite de gala do cruzeiro (ou seja, todos teríamos de socializar um pouco, já em tom de despedida) e a possível partida teria de ser às 4 da manhã.  Isto porque a colónia eram cerca de 1.30 horas de distância (ou seja, isto só de ida) e teríamos de estar de regresso às 8 da manhã para continuar com os trabalhos finais do cruzeiro. 





Resumindo: às 3.30 da manhã lá estava eu, o José, a Jen e o Jon Watkins a tomar o pequeno almoço. Para nós era fantástico ter o Jon connosco, não só porque ele já tinha ido lá em anos anteriores (e sabia o caminho) mas também porque esta é possivelmente a sua última expedição, pois irá reformar-se este Verão. Partimos em noite escura, sem ver um palmo à frente da testa.  





 O vento era forte mas não muito frio. Há medida que nos aproximávamos da colónia o dia acordava. O nascer do sol foi magnifico, com cores lindas, dos azuis aos rosas/vermelhos. Lindo! Quando chegamos à colónia, tínhamos os pinguins gentoo a chegar à praia e um pinguim rei perdido no meio deles. Em fila indiana, uns a andar, outros a correr, o destino era irem para o mar para mais um dia de pesca. Passámos 30-45 minutos deliciados a presenciar o dia a desabrochar, rodeados de pinguins. Que bonito dia para terminar a expedição. Como em segundos, regresso aqui ao aeroporto e olho para as pessoas ao nosso lado (como vocês sabem agora :)). Nem imaginam as aventuras e os segredos que os nossos olhares e sorrisos dizem.


We are writing to you from Heathrow airport (London, UK). We are in a tiny café inside the airport, protected from the cold (these days Cambridge has been flooded with temperatures below 0 C) and listening to relaxing music perfect for Sunday morning. Having these dozens of people around us (so many people!) is surreal as a few days ago we were far away from everywhere, where penguins and whales are kings and queens. In the last day, after another day of sorting out the equipments, cleaning the laboratories and preparing reports, Jen Thomas had the great idea to suggest to go to the gentoo penguins colony in the nst morning, before going to the airport. We thought carefully, as that night we were having the cruise dinner (so everyone stay later to socialize, already in a farewell mood) and the possible departure of our adventure would have to be at 4am. This is because the colony is 1.3hours distance (only to get there) and we would have to be back to the ship at 8am to carry on with the final works. In a nutshell: at 3.30am we, Jen and Jon Watkins were having breakfast.



 For us, it was fantastic having Jon with us, not only because he knew the way (he been in that colony in previous years) but also because this could be his last trip South, as he is retiring this coming Summer. So this would be VERY special to all of us! We left still in total darkness, without being able to see anything beyond our noses. The wind was strong but surprisingly warm. As we were getting closer to the gentoo colony, the day was waking up. The sunrise was breathtaking, with magnificent colours ranging from blues to bright reds. Beautiful. When we arrived at the colony, we had hundreds of gentoo penguins queuing to go to sea, numerous in line like in a supermarket line ready to pay and a king penguin lost in the middles of them. Their destiny was to go for another day at sea, fishing for them and their young penguins. We spent 30-45 minutes with them, enjoying every minute of the sunrise and penguins everywhere. What a nice day to end our expedition.  Like in seconds, as I finish writing these lines, we return to our little cosy café in Heathrow airport, with people passing by us every second. Surely they do not have the faintest idea of the adventures and secrets that our eyes and smiles say...













1 comentário:

Anónimo disse...

As vossas histórias são de facto emocionantes e a forma como as transmitem tb :-) É bonito ver a emoção que colocam no vosso trabalho. Parabéns!

Alexandra Amaral
Escola DDuarte - Coimbra