Latitude:-52.86
Um dos grandes objectivos deste cruzeiro cientifico é caracterizar o comportamento de animais tipicamente adaptados ao Antárctico num contexto das alterações climáticas. O que é que os animais estão a a fazer agora e em que condições ambientais? Se recolhermos dados agora podemos saber o que poderá ser anormal no futuro...e como poderemos proteger os pinguins e todo este ecosistema.
Aqui quero-vós mostrar como estamos a estudar: onde os pinguins se alimentam, como se alimentam, se são selectivos do que comem e como podemos usá-los como indicadores do que se passa na natureza actualmente. Acima a foto de Hugh Venables a mostrar a nossa espécie de estudo, os pinguins rei Aptenodytes patagonicus...
Para resolver estas questões, planeou-se parte deste cruzeiro cientifico para avaliar o que existe nas àreas onde os pinguins vão. Serão as áreas onde os pinguins vão, mais produtivas, ou seja, vão onde há mais alimento?
Para sabermos onde os pinguins estão a alimentar-se, Martin Collins, da British Antarctic Survey, colocou vários aparelhos de rastreio via satélite (são pequenos aparelhos que emitem um sinal que é captado por satélite, o que nos permite saber onde o pinguim está a qualquer hora do dia), há umas semanas antes do início do cruzeiro. Abaixo, Martin e um pinguim rei com um aparelho de rastreio via satélite nas costas...
Os resultados mostraram que os pinguins rei vão a Frente Polar Antárctica, local onde as águas frias do Oceano Antárctico se juntam às águas mais quentes dos trópicos. Essa zona é particularmente rica em alimento, principalmente em lulas e peixe. Abaixo temos as viagens feitas por vários pinguins rei até ao momento (cada indivíduo tem os pontos das suas localizações em cores diferentes, para sabermos quem é de quem), todos vindos da ilha da Geórgia do Sul, onde foram colocados os aparelhos nos pinguins, pois os pinguins estam-se a reproduzir lá agora (ou seja, osp inguins vão à procura de comida e depois regressam à ilha para alimentar o(s) filhote (s)). Aquela linha vermelha que vai da esquerda para a direita é a posição média da Frente Polar Antárctica , e percebe-se que é ai onde os pinguins estão a ir.
Como essa Frente varia, precisamos de imagens de satélite das temperaturas das àguas da região. Abaixo está a mostrar as temperaturas das águas da região da Frente (estamos a falar de variações de 2-3 graus em pouco) em relação às posições de 2 pinguins. As temperaturas estão em graus centigrados...
Agora que sabemos onde os pinguins vão, só precisamos de lá ir com o navio e recolher algumas amostras do que lá existe, usando redes de pesca.
Próxima paragem: Frente Polar Antárctica!!!!!!
(One of the objectives of the cruise was to understand how top predators exploit the marine ecosystem. The cruise would be used to survey the areas where king penguins forage in order to assess how king penguins feed, what is likley they might have been feeding and how productive are those selected areas. To know where king penguins forage, Martin Collins put satellite tracking devices on saveral of them, while king penguins are breeding at South Georgia. They showed that they are feeding mostly at the Antarctic Convergence, a productive oceanic area where cold waters of the Antarctic meet the warmer waters from the tropics. Next stop: Antarctic convergence!!!!!)
8 comentários:
Olá!
Esses pinguins não vimos nós... mas, de facto, absorvemos muito bem a urgência de se perceber o impacto do ser humano na Antárctida que, parecendo tão longe, está tão perto.
Boa sorte para grandes descobertas!
Abraço,
Inês Murteira
A imagem destes Pinguins é de grande tranquilidade e afecto!
Oxalá ela transmita à humanidade a necessidade cada vez maior de paz e respeito por nós, pela natureza, pelo planeta, pela vida!
Continuação de boa viagem e bom trabalho
Uma pergunta de ignorante. Estes pinguins serão diferentes dos "Imperador" que foram celebrizados em filme recente?
Fernando Lopes
Uma curiosidade, dr. Xaviar:
No momento em que estou a escrever(domingo,3/2, entre 11 h. e meio dia) a RTP1 transmite um excelente documentário realizado na Antartida junto dos pinguins, suas crias e sua alimentação. Muito interessante e com imagens lindíssimas!
Aproveito para de novo o saudar e lhe agradecer pelo seu magnífico Blogue!
Victor Azevedo
Olá Fernando
Sim, os pinguins rei são diferentes do pinguins imperadores, apesar das semelhanças fisicas (os pinguins emperadores podem chegar ao 1.30 metros de altura enquanto os rei vão até aos 95 cm).
Os pinguins rei estão distribuidos principalmente nas ilhas Antárcticas mais a Norte enquanto os pinguins emperadores estão distribuidos principalmente junto ao continente da Antárctida). Na Geórgia do Sul, é uma das ilhas onde os pinguins rei se reproduzem, e daí termos utilizado eles para estudar o ambiente marinho.
Beijinhos e parabéns pela boa questão!
José
Olá Inês,
Fico muito feliz por saber que a vossa expedição à Antárctida correu bem. Assim que chegar quero saber todos os pormenores.
É muito gratificante saber o impacto que estamos a ter na Antárctida!
Beijinhos
José
Há tempos atrás, tive oportuidade de ver o documentario sobre os pinguins imperadores. Adorei e fiquei rendida completamente aquelas criaturas. Merecem mais admiração e respeito que muitos seres humanos que nos rodeiam.
Agradeço a sua explicação sobre as árvores genealógicas dos albatrozes :) Boa semana, bom trabalho e óptimas descobertas. Abraço. Helena
Obrigado Helena!
Beijinhos
José
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