quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Palestra em Lisboa! (Seminar in Lisbon)




























Acabei de regressar!



Caso estejam por Lisboa, terei uma palestra que é inserida dentro do ciclo de conferências "Na fronteira da Ciência" da Fundação Calouste Gulbenkian.


Esta palestra será no dia 26 de Março às 18 horas no Auditório 2. Para mais detalhes ir a





























Entretanto ficam aqui as últimas impressões da minha viagem, após a chegada às Ilhas Falklands. Quando cheguei a estas Ilhas, o dia foi passado a tratar de limpar tudo, colocar todos os aparelhos no seu lugar no convés pois já não serão necessários até ao próximo ano. Depois fui visitar um pouco da Ilha em redor de Stanley, a capital das Ilhas Falklands, com 1200 habitantes. ...e tive algumas surpresas.




































Nesta capital quase toda a gente tem um jeep e vivem em vivendas (ver em cima). Apesar de ser Verão lá, as temperaturas são por volta dos 10 graus...daí termos numerosas colónias de penguins e ainda haver um certo sabor ao Antárctico. Tive a surpresa de ver os penguins de Magalhães (altura máx. 70-76 cm, 3-6 kg de peso), em honra ao nosso explorador, e que se reproduzem aqui ou mais a norte (Brazil por exemplo)... já as àguas do Oceano Antárctico já são frias demais para eles. Lindos, não são?












(Did not mention the Falkland Islands. After we arrived from Antarctica, we stayed there for a couple of days before returning to UK. While there we had the privilige to walk around and check Surf Bay and Gipsy Cove, where Magellan penguins are common. If you are around Lisbon, check out the seminar on the 26th March 2008 at 6pm, at the Foundation Calouste Gulbenkian www.gulbenkian.pt/fronteiradaciencia/)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A partida...The starting point

Latitude:-51.99
Longitude:-54.55


















Estamos prestes a chegar às Ilhas Falklands e estou com um ar de pessoa que acabou de vir de férias: largo sorriso, olhos a brilhar e pronto para regressar ao (mais) trabalho. Fim? não...isto é o começo... vai ser bom voltar a ver os amigos, a família e o nosso mar Português, mas as saudades da Antárctica já começaram...













Ontem estava a falar com amigos durante o jantar do cruzeiro sobre como estas 6 semanas paradisíacas voaram, como trabalhar intensamente valeu a pena. As amostras estão recolhidas, muitas já foram analisadas, outras irão no navio para Inglaterra….a ciência continuará!


















Escrever este blog também foi um grande prazer. O meu grande objectivo foi sempre informar, motivar e divertir…e para isso, eu próprio tinha de passar por estas emoções. Espero que tenha conseguido transmitir um pouco do que é estar num cruzeiro científico, mostrar que os cientistas são pessoas normais, e que Portugal e a ciência Polar Portuguesa estão de parabéns no Ano Polar Internacional.



















Peripécias neste cruzeiro houve muitas. Fica aqui o testemunho do meu azar com equipamento electrónico. No meu caso foi a minha Pen USB (bloqueou), o meu computador (foi a hard-drive) foram-se abaixo e a minha câmera de filmar esteve por um fio (vá lá, o Jim Fox deu uma vista de olhos e voltou a funcionar)…quando um dos motores do navio deixou de funcionar já olhavam para mim com uma cara sorridente como a dizer “José, espero que não tenhas ido visitar a casa das máquinas!”


Aqui ficam uns dados interessantes sobre a viagem…
26 cientistas
2700 de milhas naúticas estudadas (5000 km)
mais de 1000 pessoas viram o blog (no período de um mês)
29 países de todo o mundo estiveram connectados a este blog (top 10 por ordem de importância….Portugal, Reino Unido, Brazil, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, França, Japão, Itália e Canadá) dos 7 continentes!


Um palavra de agradecimento a todos que leram o blog, que o comentaram (casos da Fátima, Helena, Lygia, Edgar, Fernando, Cristina, Isabel, Gina Couto, Samuel, Emanuel, Afonso, entre muitos outros), onde se inclui muitos educadores, amigos, professores e alunos de varios paises. O meu sincero obrigado!

Muito obrigado a todos. Foram a minha alegria!!!!!
Dia 19 vamos para Inglaterra e dia 22 regresso a Portugal por uma semana...

PS Manterei esta página activa para manter-vos informados sobre o trabalho realizado por Portugal nas regiões polares.










(We are about to arrive at the Falkland Islands and I have a look of somebody that just came for vacations: big smile, shinning eyes and ready for work! Is this the end? Oh, no...this is just the beginning. It will be great to see friends, family, the students but I am already missing Antarctica. Been with king penguins 2 days ago and it seems it was a long time...yesterday I was talking to friends here and we realized how time flew away so fast....6 weeks gone. Here's a few numbers: 26 scientists, 2700 nm covered (5000 km), more than a 1000 people saw the blog (on for a month), 29 countries from all over the world have been connected to this blog (top 10: Portugal, UK, Brazil, USA, Spain, Germany, France, Japan, Italy and Canada) from the 7 continents! Thank you so much for reading the blog. It has been a privilege sharing my adventures with you. We will departure the Fakland Islands on the 19 February. I will keep this page active to keep everyone informed of our research work! Adeus)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

As pessoas e Rachael!!!! (The people and Rachael!)

Latitude: -52.86
Longitude:-46.47

Rachael Shreeve












Sim, é com as pessoas amigas e família com quem podemos realmente sentir uma total sintonia em conseguir partilhar momentos únicos. Isso é quase verdade também quando falamos do nosso cão, piriquito ou gato, e quando bem eles nos compreendem. Nesta viagem, as aventuras foram tantas e com tanta gente, que elas vão ficar obrigatoriamente ligadas à minha experiência Antárctica, incluindo aquelas que lêem o blog. Nesta expedição, tive como companhia 25 cientistas, e mais muitos tripulantes. Conheci uns melhores que outros, mas tenho amizade por todos eles. Aqui ficam as suas “carinhas larocas”…e se conseguirem achar-me, parabéns:)

















No entanto, durante a viagem existiu uma pessoa com quem trabalhei que merece destaque, pois possivelmente poderá o seu último cruzeiro e existe sempre uma certa nostalgia…Dr. Rachael Shreeve da British Antarctic Survey!

Ano 2008, 1994 e com o Jon (a sua cara metade)
















































Rachael é daquelas pessoas bem formadas, simpáticas, inteligentes, prácticas e com uma boa disposição que muito se assemelha à minha. Este foi o seu 14 cruzeiro cientifico ao Oceano Antárctico, sempre a estudar aqueles organismos pequenos muito importantes no mar, zooplâncton!!!! Abaixo estão algumas fotos da sua carreira e da presente expedição. Em grande Rachael!!!!

Rachael com MUITA fome!













A trabalhar com Peter Ward














Rachael e o nosso pessoal a estudar a melhor tactica de usar os aparelhos cientificos de pesca











Rachael e Rowan














A vista da nova casa em Cumbria, Reino Unido... bonita vista!













("It does not matter where you are but who you are with." I agree. It is sharing the moments with the people you love or care about that makes moments unforgetable. In this cruise, I had so many adventures, and with so many different people, that they will be remembered for many years to come , including with those that actively participated in the blog with their comments. In this cruise, I was with 25 other scientists, plus the cruise crew, and although I met ones better than others, I made a nice friendship with all of them. Of all the people I worked on the ship, one is worth mentioning because this is probably her last cruise...Dr. Rachael Shreeve of the British Antarctic Survey. Rachael is an intelligent, hard working, practical and very funny, always with positive thoughts about life...great to have around, especially on stormy days when I thought the ship was going to sink. In total she has been in 14 Antarctic expeditions and seen it all. Time flies so fast...)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Grytviken

Latitude: -53.54
Longitude:-39.83












Imaginem um dia daqueles em que tudo corre 5 estrelas...bem, foi ontem!!!!! Mil desculpas pela oportunidade perdida de vos dizer alguma coisa sobre ontem mas…sabendo que vos quereis que eu tire máximo partido desta experiência, o melhor é fazer como a minha Mãe diz “aproveita tudo e depois quando tiveres tempo conta. Nós esperamos!”. Daí, a grande maioria das vezes em que vos escrevo é quando já toda a gente está a dormir, o sol já se pôs…e aí, escrever-vos sempre com alegria, pois não estou a perderr nada e ajuda-me a reflectir sobre tudo isto. Em cima pinguins rei a aproveitar o sol...em baixo a sinueta de um lobo marinho.

















Ontem foi um dos melhores dias do cruzeiro…não imaginaria que em 24 horas teria estado com pinguins rei, elefantes marinhos, rezar numa igreja, ter feito escalada, ter estado no cemitério onde Sir Ernest Shackleton está enterrado e partilhar momentos com amigos num dia de Sol Antárctico que nunca tinha tido….compreendem agora porque não deu tempo? Para mais, ontem à noite era eu e o Nathan a organizar um quiz show, actividade muito Britânica de perguntas e respostas, que durou a noite toda…exausto no fim da noite portanto. Daí, ter preferido descansar e hoje vos dizer (com mais um sorriso rasgado) aquilo que foi este extraordinário dia na capital da Geórgia do Sul, Grytviken (que tem 4 pessoas que oficialmente moram lá, o resto são cientistas ou touristas pessoas que estão aqui temporariamente!!!!). A vista da baía onde Grytviken está é esta...
































Na Terça-feira à noite, estavamos ao largo de Grytviken, com ventos fortes, e o capitão Graham e o cientista Geraint Tarling informou-nos que se este vento se mantivesse não iriamos a terra e partiriamos directamente para as Ilhas Falklands, logo de manhã do dia seguinte. Surpresa das surpresas, o vento baixou, o James Clark Ross atracou e às 9 da manhã, foi-nos anunciado que teriamos tempo para ir a terra até às 4 da tarde, pois havia uma questão com um dos motores que os engenheiros precisavam de ver. Imaginem: um dia de Sol fantástico, sem vento, poucas nuvens, um calorzinho bem bom (15 graus Celcius, o que é muito bom para o Antárctico). Todos a bordo ficamos delirantes com a notícia!!!! Abaixo Sophie Fielding e Gabriele Stowasser a desfrutar da vista...


































Após uma breve mensagem da representante do Governo da Geórgia do Sul para nos dar as boas vindas, partimos à aventura pela Ilha. Eu e a Nina Bednarsek decidimos ir ao longo da praia para estar com os animais mais de perto, mas sempre com a preocupação de não incomodar demasiado. Tivemos com elefantes marinhos (podem chegar aos 5.5 m e mais de 2 toneladas), penguins rei (chegam quase a 1 metro de altura e aos 16 kg de peso) , lobos marinhos (podem chegar aos 2 metros e 200 kg) e sempre rodeados por uma paisagem Linda com glaciares, montanhas, colónias de pinguins aqui e ali. Os sons eram apenas dos animais e o leve som do vento a passear pelo arvoredo…são daqueles minutos e horas que nos faz bem à alma e parece que nos dão muitos anos de vida!






































(Remember some of the best days of your life? Well, this was it for me. I did not managed to send a message yesterday because simply there was a big surprise. Captain Graham and the Principal Scientific Officer Geraint Tarling informed us that we would stay in Grytviken for a few hours. For us was a very nice surprise because the wind was quite strong the previous day and it seemed that we would live South Georgia without getting ashore in Grytviken. Everybody was so happy! It meant that we could go "explore" a bit of the area. Miss Emma Jones, the South Georgia Government representative, gave us a very nice speech that emphasized on the beauty of South Georgia and how we should preserve it the best way we can, so that others can enjoy it after us. With these few hours in hands we saw elephant seals, king penguins, visit the grave of Sir Ernest Shackleton, prayed in the Church, visited the Museum and walked a couple of hours to the top of a hill in which you could see Penguin River. Those are the moments in which hours can give you extra years to your life...this was it!)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Baia de Hound (Hound Bay)

Latitude: -54.22
Longitude: -36.28
























Parece um roteiro de férias mas não é. Depois da Baía de Stomness (em cima) com as calibrações, tivemos de ir buscar todo o equipamento de campo para o trabalho com os pinguins rei na Baía de Hound (em baixo).













O amanhecer de Stomness ainda me estava na cabeça. Com a possibilidade de ir a uma colónia de penguins rei a Baía de Hound, eu estava com um brilho nos olhos. De início, julgava-se que seria por voluntariado para ir buscar o equipamento, mas depois percebeu-se que devido ao tempo limitado que tinhamos, apenas 5 cientistas precisavam de ir a terra. Estes seriam escolhidos por Geraint Tarling, o responsável do cruzeiro…fiquei super contente quando me disseram que eu tinha sido escolhido. Abaixo, eu e a ventania do dia em Hound Bay....












A ida a terra seria muito rápida. Seria chegar à colónia, trazer o equipamento para a praia (100 metros de distância), e colocar tudo num bote. Seria uma tarefa de 2 horas e não havia tempo para levar máquina fotográfica…e assim foi! (a foto abaixo de pinguins rei, foi tirada por mim em St. Andrews Bay no ano 2000)


2 botes, e um rebocador foram usados para trazer tudo. As ondas chegaram para deixar entrar a água a 2 graus pelas botas a dentro mas como estava sempre a andar de um lado para o outro, a água aquecia num instante. Os melhores momentos foram:
1- Quando cheguei à praia, eu e o Martin fomos os primeiros a pôr os pés na água e na areia. O sentir a água gelada nos pés!
2- Estar no meio dos penguins rei, com eles a passarem ao nosso lado em grupo a olhar para nós a pensarem de certeza “que penteado tão fora de moda estes novos penguins têm!”. No caso dos lobos marinhos foi ainda mais espectular pois eles vêm até nós…super curiosos. Por fim, as renas e os elefantes marinhos nos pastos verdejantes…
3- O sentir a terra firme. Já não pisava terra há semanas…que bom a sensação de segurança!
4- Por fim, o estar a fazer algo diferente. O estar em terra, ter o contacto directo com os animais…foi muito bom. Simplesmente magnifico!!!


















Claro para os que não foram escolhidos para ir estavam tristes…mas com aquele sorriso a dizer “que bom que te divertis-te por mimi também!” Em cima, todos a tirarem fotos desta Baia com B grande!

Proximo destino....a captial da Georgia do Sul...Grytviken!


(Stomness Bay was amazing, with its history and whaling station, so I was quite curious on Hound Bay would be like. Hound Bay is where the king penguin research is being carried out. We had to pick up some equipment there (there is no research station there, so it is like a Summer camp). At first I thought everyone could be a voluntier however, duie to time restrictions, only 5 could go ashore and collect the equipment. The Principal Scientific Officer for the cruise, Geraint Tarling, chose Andy Black, Dirk Briggs, Robin, Hugh Venables and me that would help Martin Collins!!!!! It had to be fast and in two hours the work was done. No time for photographs though...Hound Bay had its own personality of a place, with the king penguins everywhere, the elephant seals and reindeer around, the Antarctic fur selas chasing us as usual...great place!!!! Next , King Edward Point, at the capital of South Georgia...Grytviken! (which means "Por Cove" )

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Baia de Stomness (Stomness Bay)

Latitude: -53.57
Longitude:-34.96
A Georgia do sul ao fundo...

















Este fim de semana foi muito especial. Estou com um sorriso daqueles quando acabamos algo de que estamos orgulhosos…a parte científica do meu grupo terminou hoje! Foram 2 dias super intensos. Vejamos: acordei as 6 da manhã de Sexta-feira (ainda habituado ao horário da meia noite ao meio dia) e desde essa hora, foi uma correria final por mais de 24 horas mas sempre muito divertido. O nosso trabalho acabou a beber champagne às 6 da manhã, exaustos. Eu, Martin Collins, Rachael Shreeve e Gabriele Stowasser felizes!



















Nessa altura, já estavamos a chegar a Bird Island (a ilha onde se encontra uma base científica da British Antarctic Survey e onde estive a fazer os meus primeiros estudos em 1999 e 2000) para ir buscar 3 cientistas.













Assim, tive de resistir em manter-me acordado pois eu queria voltar a ver a ilha onde passei mais de 6 meses seguidos, onde tive tantas aventuras…e sentir o grande privilégio de a ver novamente ao vivo. De 2000, a base está renovada, maior mas o resto está lá tudo: os penguins, os lobos marinhos a fazer a barulheira do costume, as colónias de albatrozes com os filhotes bem pequeninos à espera que os pais venham…



















Posteriormente a isso, dormi 4 horinhas pois também não queria perder nada de Stomness Bay (para calibrar alguns aparelhos), uma baía que alberga a famosa Fábrica da pesca da baleia onde o explorador Sir Ernest Shackleton foi salvo, após 22 meses no mar e ter andado num barco de 5 metros de Elephant Island (Península Antárctica) até à Georgia do Sul. Muita história no ar… Stomness Bay com detalhes sobre a Fabrica da Baleia (que funcionou ate 1961). Vale a pena ler o seu livro "South"...






























Agora estamos ao largo da Geórgia do Sul, a obter mais umas amostras….

Simplesmente estou com um sorriso daqueles de felicidade a pensar “que excelente fim de semana!”

Aqui temos Stomness Bay as 4.30 da manha ao nascer do Sol...





(This weekend was tremendously exciting...big smile on my face! My group finished all the research planned, after we worked hard for long hours. So, we had a small glass of champagne at 6 in the morning with a beautiful sunrise. Despite being very tired I stayed up to see Bird Island Research Station of the British Antarctic Survey. Been there in 1999 and 2000 and it was so good to see it again. Lots of good memories came to mind. Very special palce, Bird Island! We picked up 3 scientists there before heading to Stomness Bay to do calibration of the acoustics devices. This Bay contains a whaling station built in 1907, and was operational until 1961. It was here that Sir Ernest Shackleton arrived after two years of travelling to the Antarctic on his Tras-Antarctic Expedition. Shackleton arrived here after weeks of sailing on a small 5 metre boat James Caird from Elephant Island (Antarctic Peninsula, 800 mi away) and 36 hours of walking in the mountains (he arrived on the other side of South Georgia)... explorers true story!!!! Now we are just offshore South Georgia to obtain a few more samples...big smile!!!!)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Ciência em ondas de 5 metros (Science Surfing on 5 metre waves)

Latitude:-51.13
Longitude:-37.06


















Com as tecnologias de hoje, tudo é quase possível…mesmo conversar para uma conferência em Portugal no meio de uma tempestade no Oceano Antárctico. As ondas estavam com mais de 5 metros, o vento com rachadas com mais de 45 nós (um ventinho desagradável ronda os 15-20 nós) não foi fácil, mas foi muito bom!


















Como foi bom conversar em Português e ouvir as vozes de amigos. Que bom saber que todos estão bem e que a expedição dos 7 jovens estudantes portugueses e a tutora Ana Salomé na expedição à Antárctica foi uma experiência de uma vida!!!!


Sem dúvida, os cientistas portugueses, o Comité Português para o Ano Polar Internacional, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (principalmente o papel fundamental do seu presidente João Sentieiro) e a Agência Ciência Viva (incluindo o papel essencial de Ana Noronha e a sua equipa), têm mostrado ao mundo como se pode ligar a ciência e a educação de um modo a que tudo o que é importante cientificamente chegue a todos. Muitos parabéns!

Quanto ao navio, esse não parou de rolar! Para um lado….para o outro. De vez em quando vez uma daquelas ondas maiores vem, aí parece que o navio trespassa as ondas. James Clark Ross é um navio enorme, com 100 metros de comprimento, e a segurança e experiência da tripulação deixa-nos descansados. Eu e os meus colegas passamos bastante tempo a admirar esta fúria polar a nos passar apenas a poucos metros ao lado. Temperatura da água aqui: 2 graus! Mas nada perturba as aves marinhas...a sinueta de um "white-chinned petrel" num dia de mau tempo...




























No entanto, nada disso incomoda Jeremy Robst, um dos responsáveis pelo sistemas informáticos a bordo: anda sempre de T-shirt, estejamos na Antárctica junto ao gelo, quer estejamos no meio de uma tempestade.













Próximo destino: a bela da Geórgia do Sul!!!



(Today the James Clark Ross surfed the waves! More than 5 metre waves, winds from above 40 nots, the Southern Ocean shows us once again how storms are. Meanwhile, in the middle of this one, I had a phone call from Portugal regadring the conference meeting on which the high school students that have been on an Antarctic expedition, within the Portuguese educational Program for the International Polar Year, Latitude60!. It was so nice hearing Portuguese again and describe to all how exciting is to be here. Portugal is in an International Polar Year for the first time in its history and the Portuguese scientists, the Portuguese Committee for the International Polar Year, the Foundation for Science and Technology (FCT) and the Agency Ciencia Viva should be congratulated for showing the world what Portugal can do in terms of science and education. Well done!)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Anjos do Oceano (Angels of the Ocean)

Latitude: -50.43
Longitude: -34.39

















Sabia que existe anjos nos oceanos? Sim, é mesmo isso que a Nina Bednarsek, uma estudante de Doutoramento que estuda na British Antarctic Survey. Mas não só…estuda também as
borboletas dos oceanos… e na Antárctica existem ambas!


















Nina é da Eslovénia e estuda este grupo de organismos que se chama moluscos gastrópodes. Apesar de serem pouco abundantes no Oceano Antárctico, estes organismos são muito interessantes ecologicamente. Eles são dos organismos que podem ajudar-nos a compreender melhor a acidificação dos oceanos, que está associado à questão das alterações climáticas.






















A acidificação dos oceanos é um dos assuntos mais em foco na ciência hoje em dia. Devido ao aumento do dióxido de Carbono na atmosfera, este dissolve-se nos oceanos. Devido às características únicas do Oceano Antárctico (águas frias), o dióxido de Carbono dissolve-se na água, ficando mais acída. Assim, para avaliar os efeitos da acidificacão dos oceanos, e que consequências pode ter nos organismos marinhos (principalmente na formação da sua concha), Nina está a bordo a tentar resolver estas questões. Boa sorte!

Quanto ao resto, a ciência está a correr dentro do previsto, com várias amostras retiradas onde os penguins väo-se alimentar. Assim, em breve estaremos na Geórgia do Sul para mais aventuras...























(Did you know that there are Angels in the Oceans? Indeed, there are aquatic butterflies as well and Nina Bednarsek studies them both in the Antarctic. Nina is from Slovenia and she is doing her Ph.D. at the British Antarctic Survey studying gastropod molluscs called Pteropods. For her, pteropods makes her eyes smile and it is easy to understand why...these animals are beautiful when swimming! Although not very abundant in the Antarctic (we think because we still trying to know where they are, really!), they are one of the best ways to understand the process of acidification of the Oceans. As CO2 is increasing, and the Antarctic Ocean caracteristics (cold waters, high density, etc), CO2 dissolves at a different rate here and might tell us how climate change (i.e. changes in CO2 in the water) can affect marine organisms (mainly their shell). Nina is trying to get some of these answers on board...good luck Nina!!!!! Regarding the rest of the science, we collected samples from where the penguins have been feeding and soon will be heading to South Georgia!)