segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um dia...one day

















(vista da Base, à frente, a partir de Main Bay (aqui à esquerda) e La Roche, com 365 metros de altura)


Como é um dia de um cientista polar numa ilha Antárctica onde se vive rodeados por pinguins, focas e albatrozes?

Dia normal...nem por isso. Por exemplo, este Domingo....Acordei bem cedinho. Por volta das 8 da manhã (ainda é de noite até as 9) pois trabalha-se todos os dias, pois a ciência não pode parar. Aliás, seria engraçado de ver artigos cientificos com gráficos com pontos de interrogação de 5 em 5 dias...fins de semana, pois claro:))) Não, como cientistas sabemos muito bem que tudo depende dos estudos que estão a desenrolar-se e caso seja 1 da tarde, 5 da manhã, fim de semana ou férias do Natal, temos de estar preparados. Dedicação e espirito de sacríficio é algo importante...

















(Um pinguim gentoo Pygoscelis papua a dar-me uma piscadela de bom dia!!!!)

Depois fui logo à colónia de pinguins gentoo, a 5 minutos da base, para fazer uma contagem antes do sol nascer (sabendo quandos são, posso saber se eles andam por águas próximas a alimentarem-se). Nestes últimos dias tenho ajudado o Ewan Edwards (que estuda otárias do Antárctico) a estudar a biologia das otárias...fazendo medições e obter informações sobre o sexo e a estrutura populacional desta população. Para ver videos do trabalho dele basta ir a www.bbc.co.uk/expeditions/birdisland2008 . A tarde foi passada no laboratório para ver umas amostras, e voltei à colónia dos pinguins e dar uma visita ao Wanderer Ridge para rever os albatrozes viajeiros e de repente era tempo para jantar...o tempo voa aqui!

















(Ewan Edwards com uma otária do Antárctico Arctocephalus gazella)

















(um dos individuos de estudo do Ewan)

Não existe tempo perdido em transportes (excepto andar entre colónias), não há tanto tempo de secretária (mas ainda há bastante email para ver)...e muito trabalho por incrivel que pareça. Só para vos dar uma ideia, de momento estão a decorrer 10 mini-projectos parelelos ao mesmo tempo, e estão a imaginar gerir tempo, amostragens, relatórios, artigos, mais tudo o resto que é preciso tratar fora da ilha...

















(O Moleiro do Antárctico/Antarctic skua Catharacta antarctica a questionar-se sobre a minha camera: és para comer ou não? A pureza e instinto tão natural que todos os dias me faz sorrir...)

O que é diferente? Não se vê tanta gente (somos 5 pessoas numa ilha com milhares de albatrosses, pinguins e mamiferos marinhos), vive-se num autêntico jardim zoológico privado onde os animais são lindos, o cinema é 2 vezes por semana entre amigos e o bar tem menos de 1 metro...e muito mais:)))

So what is different from our every lifes from a daily city one? Well, loads of things. Lets give you the example of the last Sunday: woke up at 8 am (still dark here until 9am), then checked out the gentoo penguin colony just next door to assess how many penguins were there...we are looking at attendancy patterns of them at the moment. Then, Ewan Edwards, the young scientists that works with seals needed help to work on studies dealing with population dynamics of Antarctic fur seals. So there I went again happily to the field...it is so amazing working with such animals! In the afternoon, I spent some time in the labororatory before going up the colony of wandering albatrosses. Suddenly was time to go for dinner...brilliant island, this is....

2 comentários:

Fatima disse...

Olá boa noite.
Vim deixar um abraço e continuação de bom trabalho.
É um fascínio acompanhar esta viagem!

Lygia Maria Couceiro Braga disse...

Olá José,

Acabo de fazer o levantamento de toda a informação dos últimos dias.
Com frio ou sem ele, com as magníficas reportagens com que nos presenteia, continuo a ter inveja dessa vossa vida duríssima. Não estou a brincar, sei que é assim.
Mas estou certa que o entusiasmo permenente de se fazer o que se gosta é determinante para vencer as dificuldades.
Vejo que o número de projectos em curso é grande, o que deve manter-vos ocupados a tempo inteiro e mais algum tempinho que apareça.
Continuo atenta à notícias e espero não me ausentar de novo por tanto tempo.

Beijos,

Lygia