sábado, 14 de março de 2009

Ciência Polar para quê? Why Polar science?


48 21 West
60.16 South

Questiono porquê fazer ciência na Antárctica? Porque é que será importante, já que está tão longe? E porquê estarmos neste cruzeiro? Estas questões são importantes. A Antárctica é uma das melhores regiões do planeta para se conhecer o impacto das alterações climáticas no planeta. O degelo, o aumento do nivel médio do mar, o impacto destas alterações no comportamento e sobrevivência de espécies são algumas das questões levantadas.














Este cruzeiro, chamado JR200 (JR corresponde ao nome do navio, RRS James Clark Ross e 200 corresponde ao numero do cruzeiro. Ou seja já houve 200 expedições à Antárctica neste navio), tem a particularidade de reunir uma grande variedade de cientistas de todo o mundo (eu a representar Portugal, Inglaterra, Escócia, França, País de Gales, Alemanha, Estados Unidos) para classificar a cadeia alimentar em diferentes ambientes marinhos no Mar de Scotia, Antárctica. Como este cruzeiro faz parte de um grupo de cruzeiros para avaliar a sazonalidade da abundância de espécies. Os últimos 2 foram no Verão e Primavera, este último é no Outono. Queremos perceber que flexibilidade ao nivel do ciclo de vida das animais marinhos e examinar como a variabilidade do meio ambiente (as correntes, a temperatura da àgua, o vento, por exemplo) pode afectar toda a cadeia alimentar no Oceano Antárctico.











(Gabi, Yves, I and Anton)


Este ano o cruzeiro é liderado pela Dr. Rebecca Korb, que estuda fitoplâncton (ou seja, algas). Na práctica ela vai recolher algas para perceber qual a diversidade de espécies é que existem, a sua abundância em diferentes zonas do Oceano Antárctico.















(Rebecca and Nathan defining strategies for the research)





Hoje foi um excelente dia, onde testamos as redes que vamos utilizar e foi uma autêntica alegria estar no alto mar (temperatura do ar é 1 grau positivo!) e começar a identificar espécies e avaliar a abundância de algumas delas. Esta altura do ano é muito interessante, pois em Signy Island (mais a Sul) os pinguins estão a reproduzir-se lindamente enquanto em Bird Island (mais a Norte), alguns pinguins estão a ter verdadeiras dificuldades. Como cruzeiro vai de uma à outra, vamos perceber esta dinâmica de deslocação e transporte de peixe, lulas, crustáceos e muitos outros por toda esta zona, muito mais uando a corrente vai de Signy Island to Bird Island. Porque haverá uma diferença tão grande? Porquê tantas diferenças entre ilhas quando se esperava que quando os pinguins de uma ilhaes tivessem bem, os pinguins da outra também estariam? Estamos a tentar descobrir....







Why is Antarctica important? and our research? The polar regions are some of the very best places in the world to assess how climate change can impact the impact our planet. Sea level rising, the ice melting processes and the behaviour of animals in relation to climate change, and their survival, are some of the issues that normally raised when talking about Antarctica.

This scientific cruise named JR200 (JR stands for the name of the ship, James Clark Ross, and 200 for the number of the cruise. This means that this cruise in the 200th since the ship started carrying on science). The cruise gets together scientists from all over the world (England, Wales, Portugal, France, Sctoland, Germany, USA). This is the third of 3 of the scientific cruises – previous cruises in spring (Nov 2007) & summer (Jan 2008). The goals are to classify pelagic communities & foodwebs within different environments across the Scotia Sea & give a seasonal aspect, to collect body condition indices & other parameters to examine life-cycle flexibility across the Scotia Sea and to examine physical variability as a forcing factor in pelagic community variability. This year is Rebecca Korb, the responsible for the cruise. Today has been a brilliant day (although the temperatures are around 1 degree celcius) and the work has started pretty well. This season is particularly interesting as islands that we passe by has different destinies this year: at Signy island (more south), the pen guins did pretty well (i.e. reproduced well meanig loads of food around) whereas at Bird Island (more North), some penguins were having difficulties. Knowing that the current flows from Signy Island to Bird Island, why did the food got to Bird Island too? That is one of the questions that we might be able to answer during this cruise....See you tomorrow!











4 comentários:

Anónimo disse...

Por aqui o Inverno "desapareceu". A temperatura deve ter chegado hoje aos 24º. Se boa vontade chegasse mandava-lhe uns grauzitos de calor.Fico curiosa de saber o porquê da tal diferença entre os pinguins...Continuação de bom trabalho. Bjs. Helena

Jose Xavier disse...

Olá querida Helena!

Obrigado pelos comentários!!! Quem me dera agora uns 24 graus...pelo menos tenho os albatrozes para companhia:)

Beijinhos

José

Lygia Maria Couceiro Braga disse...

Olá José,

Espero que os enjôos tenham passado.
Deve ser fantástico navegar na companhia das baleias. É claro que contamos com as suas sessões fotográficas para nos deleitarmos com as imagens de um mundo que nos fica tão distante.
É curiosíssimo o fenómeno que se passa com os pinguins das duas ilhas. De facto, por vezes, as previsões falham. É por isso que os cientistas t~em sempre coisas novas para descobrir. A natureza surpreende-nos fugindo à regra.
Já estou à espera da explicação para este facto.
Bom trabalho e águas calmas.
Bjs,

Lygia

Anónimo disse...

O ano passado, em conversa com uma pessoa que ambos conhecemos, sobre o livro que foi lançado, eu dizia que acompanhar estas viagens, era um fascínio.
Continuo a pensar o mesmo, e provavelmente ainda aparecerá por aí mais um livro.
Que venha ele!
Que os objectivos sejam cumpridos e que os seres humanos ajudem poupando e respeitando o ambiente, mar, a ciência, a humanidade!