Latitude: 60.42 S
Longitude: 45 34
W
A primeira vez
que se chega à Antártida nunca mais se esquece. É certamente uma sensação de
descoberta que descobridores e exploradores como Fernão de Magalhães, Ernest Shackleton
ou James Cook tiveram... eu tenho a sensação que sim. O repentino ar a ficar
mais frio, os primeiros albatrozes no ar, os primeiros icebergues, os primeiros
pinguins ao vivo.
E reviver essas sensações com alguém que as está a sentir pela primeira vez, é muito gratificante, pois te relembra das minhas mesmas sensações em 1999, aquando da primeira expedição. “Olha o albatroz de sobrancelha cinzenta!!!!” dizia-me o Ricardo com uma voz de excitação num destes dias sobre uma das aves marinhas mais comuns nesta área a voar calmamente entre as ondas.
Ou a Roberta Johnson (A nossa colega Australiana) sobre icebergues: “Aquele é lindo!!!”.
Como já vi milhares destas aves nas expedições passadas, a minha excitação era mais contida, mas fez-me relembrar como é importante manter os olhos da curiosidade bem abertos para voltar a reviver estas sensações sem cair na armadilha do passado. Tudo isto vai contribuir para tornar cada expedição, uma experiência única, com memórias para o resto da vida. Antes de começarmos a recolher amostras, teremos fazer a “first call” (querendo dizer a “primeira chamada”) a várias estações da British Antarctic Survey. A “first call” é a primeira vez que o navio vai a essa estação naquele ano, após o Inverno Austral, para re-abasteçer a base cientifica. A primeira será a Base cientifica de Ilha de Signy (Ilhas Orcadas do Sul), cujo nome é referente à esposa do caçador de baleais norueguês Peter Sorlie, Signy Therese.
A estação de Signy começou em 1947 com caça há baleia nos anos 1920´s, sendo hoje considerada uma área importante para aves.
A chegada foi excelente, sem vento, céu quase limpo e um sol magnífico. Os cientistas passaram a maioria do tempo entre o topo do navio (a que chamamos “Monkey Island”) e a proa do navio, a comentar as cores e o tamanho dos icebergues, entre conhecer o que cada um cientificamente. O fim do dia permitiu ver as montanhas gigantes da Coronation Island e os vários glaciares. Houve momentos que permitiu ver o nevoeiro a descer nas suas encostas ao fim da tarde...lindissimo. No dia seguinte, tipicamente na Antártida, o tempo mudou drasticamente com muita neve e ventos fortes, que fez com que os trabalhos não avançassem. O que fazer? Esperar...
No dia seguinte, já com outro dia de sol, fomos ajudar em terra a remover neve, a transportar alimentos e equipamento, que fez o tempo voar. Com toda a gente a ajudar, tudo se consegue mais rapidamente. Foi bom estar em terra firme novamente, mesmo que tenha sido apenas por umas horas...
E reviver essas sensações com alguém que as está a sentir pela primeira vez, é muito gratificante, pois te relembra das minhas mesmas sensações em 1999, aquando da primeira expedição. “Olha o albatroz de sobrancelha cinzenta!!!!” dizia-me o Ricardo com uma voz de excitação num destes dias sobre uma das aves marinhas mais comuns nesta área a voar calmamente entre as ondas.
Ou a Roberta Johnson (A nossa colega Australiana) sobre icebergues: “Aquele é lindo!!!”.
Como já vi milhares destas aves nas expedições passadas, a minha excitação era mais contida, mas fez-me relembrar como é importante manter os olhos da curiosidade bem abertos para voltar a reviver estas sensações sem cair na armadilha do passado. Tudo isto vai contribuir para tornar cada expedição, uma experiência única, com memórias para o resto da vida. Antes de começarmos a recolher amostras, teremos fazer a “first call” (querendo dizer a “primeira chamada”) a várias estações da British Antarctic Survey. A “first call” é a primeira vez que o navio vai a essa estação naquele ano, após o Inverno Austral, para re-abasteçer a base cientifica. A primeira será a Base cientifica de Ilha de Signy (Ilhas Orcadas do Sul), cujo nome é referente à esposa do caçador de baleais norueguês Peter Sorlie, Signy Therese.
A estação de Signy começou em 1947 com caça há baleia nos anos 1920´s, sendo hoje considerada uma área importante para aves.
A chegada foi excelente, sem vento, céu quase limpo e um sol magnífico. Os cientistas passaram a maioria do tempo entre o topo do navio (a que chamamos “Monkey Island”) e a proa do navio, a comentar as cores e o tamanho dos icebergues, entre conhecer o que cada um cientificamente. O fim do dia permitiu ver as montanhas gigantes da Coronation Island e os vários glaciares. Houve momentos que permitiu ver o nevoeiro a descer nas suas encostas ao fim da tarde...lindissimo. No dia seguinte, tipicamente na Antártida, o tempo mudou drasticamente com muita neve e ventos fortes, que fez com que os trabalhos não avançassem. O que fazer? Esperar...
No dia seguinte, já com outro dia de sol, fomos ajudar em terra a remover neve, a transportar alimentos e equipamento, que fez o tempo voar. Com toda a gente a ajudar, tudo se consegue mais rapidamente. Foi bom estar em terra firme novamente, mesmo que tenha sido apenas por umas horas...
E sim, as
reuniões diárias sobre ciência continuam, sempre com o intuito de definir
detalhes sobre os trabalhos científicos a realizar, além de termos as mais
recentes notícias sobre a agenda logística.
You will always remember the first time you arrive in
Antarctica. It is certainly a feeling of discovery that explorers like Fernão
de Magalhães, Ernest Shackleton or James Cook had in their times…I have
certainly felt it! The air starts to get colder, the first icebergs, the first
Antarctic penguins. Re-living these sensations with someone that is
experiencing Antarctica for the first time is very gratifying, as it reminds me
of my first time, in 1999. I heard Ricardo Matias saying “Look at the
black-browed albatross!!!” or Roberta Johnson (our Australia colleague)
expressing her feelings about an iceberg “This one is beautiful!!!” As I have
seen plenty of them, my excitement was initially more contained, but it
reminded me how important is to keep those eyes of curiosity wide open and
avoid falling into the trap of experiences of the past. Every little experience
here will make this expedition unique, with memories for the rest of our
lives…so, if there is anything happening, everyone is there to witness it J Before start collecting
samples for our research program, we have to do the “first call” to various
stations of the British Antarctic Survey. The first call is the first time that
the ship goes to a research station after an Austral Winter, to re-store stocks
of food and equipment, and people. The first stop is at Signy Island (South
Orkneys), given by the Norwegian whaler Petter Sorlie honoring his wife, Signy
Therese. The Signy Research Station started in 1947, with whaling occurring in
the 1920´s, being considered today as an IBA (Important Bird Area). The arrival
was excellent with no wind, almost clear skies and a sun. The scientists spent
more of their time between “Monkey Island” (the top of the ship) and the bow,
commenting of the different sizes and shapes of the huge amount of icebergs,
while taking the opportunity to discuss their own research projects. The end of
the day allowed to see the nice mountains of Coronation Island and its
beautiful glaciers. There were moments that allowed to see the fog going down
the mountains like a professional skier would do…beautiful. The next day,
typically for Antarctic, the weather changed with lots of strong snow and gale
winds, that did not allow our work to progress. What to do? Waiting…. Lucky
enough, on the next day, the good weather came back, and we went ashore to help
those staying at Signy Research Station. We shuffled snow, transported food and
equipment, a true team work. Everyone, from the ship crew (Captain Gerry,
Simon, Alan, Paula, Sam, Henry, ...), to the scientists, are amazing and so
nice. Time flown so fast. With everyone helping, everything was done quickly. It
was great to be in firm land, even if for a few hours... And yes, there are
still daily science meetings, always to keep all the science team informed
about the most recent information of the science plan of the cruise…
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