RRS James Clark Ross 1990-2020
The excellent team of the scientific cruise JR19001 onboard of the RRS James Clark Ross Nov-Dec. 2019!!! Thank you all!!!!
Latitude: 52.2 N
Longitude: 0.12 W
Pinguins gentoo Pygoscelis papua na praia ao fim do dia...
Esta semana voou
rapidamente. Há uma semana atrás estávamos a chegar às Ilhas Falkland após umas
das semanas mais intensivas de trabalho. Durante a expedição recolhemos mais de
1000 peixes de mais de 30 espécies, além de cerca de 50 individuos de 5 lulas...algumas muito raras e fascinantes!!!
Lula Bathyteuthis abyssicola
Peixe Poromitra prassiceps
E como se trabalha durante a expedição? Bem, nós temos turnos. Um dia comum no
navio durante a expedição num dos dias de recolha de amostra é o seguinte:
acordar por volta das 2 da tarde (sim, às 2 da tarde!!). Reunião cientifica com
toda a equipa às 3 da tarde, onde se discute o plano de trabalho para as
próximas 24 horas. Nessa altura as redes MOCNESS (que apanha geralmente várias
espécies de zooplâncton, como o camarão da Antártida Euphausia superba) e Neuston (que apanha zooplâncton junto à superfície)
já estão na água. Quando estas redes são recolhidas, a preparação da rede RMT25
(Rectangular Midwater Trawl) começa. Ou seja, temos de tirar a rede MOCNESS do
lugar para colocar a RMT25, pois ambas são colocadas a partir da popa do navio
(parte de trás do navio). Colocamos a RMT25 na água por volta das 5-6 da tarde
ao anoitecer na Antártida, pois é nessa altura que os peixes e lulas costumam
vir para águas menos profundas e são mais fáceis de apanhar.
Ricardo Matias (à esq.), José Xavier (centro) e Sophie Fielding (à dir.) a analisar a última rede...
Reded RMT25
Neste primeiro lançamento as redes vão até
1000 m de profundidade e demoram 2-3 horas a regressar à superficie. Cada RMT25
possui na realidade 2 redes; uma que abre entre os 1000 e 750 metros de profundidade
e outra que abre entre os 750 e 500 metros de profundidade, tudo feito automaticamente.
Isto é para perceber que peixes, lulas e outros organismos se distribuem de
acordo com a profundidade. Quando as redes são recolhidas, o peso total da captura
(ou seja, tudo o que vem da rede), e depois cada espécie é pesada.
O peixe Krefftichthys anderssoni, um dos mais abundantes peixes do cruzeiro.
Para os
peixes e lulas, cada individuo é medido e pesado, e se possível, saber o seu
sexo e estado de maturação. Cada individuo é então colocado num saco individual
para mais análises em Cambridge, onde fica situada a British Antarctic Survey.
A RMT25 volta novamente à água por volta das 9-10-11 da noite, mas desta vez
entre as profundidades 500-250 e dos 250 até muito próximo da superfície. O
estudo do conteúdo da rede é semelhante à do primeiro lançamento.
Lula Galiteuthis glacialis
Normalmente o
trabalho acaba por volta das 3-4-5 da manhã (mas vários dias foi até mais tarde!)...
agora deves estar a perceber porque é que acordamos às 2 da tarde...na prática,
se não estar a dormir estarás certamente a trabalhar ou a fazer algo
relacionado com a ciência que estás a fazer a bordo!
Para um dos
nossos projetos científicos, recolhemos amostras de lulas para estudos
genéticos, onde desejamos perceber como elas se vão adaptar às alterações
climáticas: será que possuem os genes que as permite produzir proteínas que as
faz sobreviver em águas mais quentes? Para descobrir isso recolhemos amostras
da pele, tecido muscular do corpo e tentáculos, além de tecido bucal...pois
diferentes tecidos podem-nos dar diferentes informações sobre proteínas presentes
nesses tecidos. Tudo muito interessante!
Depois do Natal,
passado entre as Ilhas Falkland e Punta Arenas (Chile), chegámos a Punta Arenas
no dia 26 de Dezembro. No dia seguinte de manhã estávamos a caminho do
aeroporto...as despedidas do navio RRS James Clark Ross foi emocionante, por
volta das 10.45 da manhã. Mais de 24 horas depois estávamos a chegar a Cambridge,
por volta das 21.30 da noite (mais de 24
horas entre aviões: Punta Arenas - Santiago do Chile (muda de avião – Madrid (muda
de avião) – Londres, seguido por autocarro até Cambridge). Após um breve
passeio pela cidade, onde deu testemunhar o belo sol de Inverno inglês, estamos
prestes a regressar a Portugal!!!! Até breve, para a próxima expedição!!!
Até lá, segue o futuro na página de
facebook: https://www.facebook.com/jose.c.xavier
RRS James Clark Ross
This week flown fast. A
week ago we were arriving at the Falkland Islands, after a few weeks of hard
work. During the expedition we collected > 1000 fish from 30 fish species,
and 50 individuals of 5 squid. Fascinating fish and squid showed up...
Fish Benthalbella sp.
How do we work during an Antarctic expedition
onboard of the RRS James Clark Ross? Well, we have work shifts. Here´s a common
day in the ship: wake up around 2pm (yes, two in the afternoon!!!). A scientific
meeting with all team members at 3pm to discuss the work plan for the next 24h.
At that time the nets MOCNESS and Neuston are already in the water, catching zooplankton
in the water column and nearly the surface, respectively. When these nets are
recovered, the RMT25 (rectangular Midwater Trawl) is launched. This operation
is carried out around 5-6pm around sunset, as this time is when fish and squid
start moving towards less deeper waters and are easier to catch. The RMT25 will
go up to 1000 m deep and take ~ 3 horas to return to the surface. Each RMT25
has, in reality, 2 nets: one that will remotely open between 1000 and 750 m
deep and another from 750 m and 500 m deep. This is to understand how fish,
squid and zooplankton are distributed according to depth. When the nets are
recovered, the total weight of the catch is recorded, as well as, and individuals
from each species. For the fish and squid, each individual is identified,
measured and weighed, and if possible, its sex and maturity stage.
The fish Borostomias antarcticus
Then, each
individual is packed for more analyses in Cambridge, at the British Antarctic
Survey. The RMT25 returns to the water, but now to operate between 5000 m and
250 m and between 250 m and the surface. Normally the work ends
around 3-4-5am (with some days, later)...by now, you are starting to understand why we wake up at 2pm…in
practice, if we are not awake, we are doing something related to the science
work we have to do…for one of our research projects, we collected samples from
squid for genetic studies, where we wish to understand how they might adapt to
climate change: do they possess genes that allows them to produce genes that makes
them survive in warmer waters? To find out, samples of tissues o skin, muscle,
tentacle and buccal mass were collected. This is because different tissues
may express different proteins. Everything very interesting!!! After Christmas,
spent between the Falkland Islands and Punta Arenas (Chile), we arrived in
Punta Arenas on the 26th December. On the following day, we were already on our
way to the airport….saying goodbye to the RSS James Clark Ross was emotional,
around 10.45am. > 24h we were back to Cambridge, at 21.30 local time (more
than 24h in planes: Punta Arenas- Santiago de Chile- Madrid – London, and bus
to Cambridge). After a brief walk in town city center, where we witness beautiful
Winter Cambridge sun, we are about to return home!!! See you soon!! To follow
more of our research in the future in
the Antarctic go to facebook: https://www.facebook.com/jose.c.xavier
All the best
Jose Xavier (with Ricardo Matias)
The science team, above, thanks the crew of the RRS James Clark Ross!!!
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