quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Conclusão Expedição Antártica: O que gostámos mais | Conclusion of the Antarctic Expedtion: What we enjoyed more








No final de cada expedição Antártica, fazemos sempre uma breve avaliação do que aconteceu no cruzeiro, dos resultados obtidos, do que correu bem, do que se gostou mais e dos próximos passos e se há alguma coisa que temos que melhorar. 
 


Esta expedição, chamada JR16003, iniciou-se a 5 de Dezembro 2016 e terminou a 24 de Janeiro 2017 (partida e chegada a Portugal) e teve lugar a bordo do navio Britânico James Clark Ross no Oceano Antártico. Esta foi a nona expedição Antártica para José Xavier e a terceira para José Seco, os únicos Portugueses a bordo. 











Nesta expedição, com cientistas do Reino Unido, Portugal, Alemanha, Itália e Polónia, e apoio fundamental dos oficiais e tripulação, teve o objetivo de recolher organismos no Oceano Antártico (na área de estudo chamada “Western Core Box” junto à Geórgia do Sul e junto à Frente Polar Antártica). Os organismos marinhos foram recolhidos usando diferentes tipos de redes, com diferentes tamanhos e malhagem, desde zooplâncton (ex. Camarão do Antártico Euphausia superba) a lulas e peixes. Recolhemos também amostras de água (para obter a matéria orgânica particulada). 



Todas as amostras foram recolhidas com o objetivo de compreender a biogeografia, habitat e níveis tróficos de organismos ao longo da cadeia alimentar, e também a bioacumulação de metais pesados. Um dos resultados mais surpreendentes foi sem dúvida encontrar o camarão do Antártico, que é conhecido por ser uma espécie tipicamente Antártica (e um elemento muito importante na cadeia alimentar Antártica), a norte da Frente Polar Antártica. Pessoalmente, também ter encontrado a lula Histioteuthis eltaninae (muito importante na dieta de numerosos predadores, mas rara nas nossas redes cientificas) foi uma das melhores surpresas.  Obtivemos quase todas as amostras que desejávamos, e o próximo passo é analisar as muitas amostras para conhecer o habitat e nível trófico das numerosas espécies (através de isótopos estáveis de Carbono e Azoto) e o seus níveis de metais pesados.





 Um agradecimento especial aos colegas cientistas, oficiais e tripulação do James Clark Ross e às várias instituições e programas (British Antarctic Survey, Universidade de Coimbra, Marine and Environmental Sciences Centre, University of Aveiro, University of St. Andrews, Integrating Climate and Ecosystem Dynamics Program (ICED), SCAR AnT-ERA (Antarctic Tresholds – Ecosystem Resilience and Adaptation, Program Polar Português PROPOLAR, Association of Polar Early Career Scientists (APECS Portugal)) que ajudaram para esta expedição ser um sucesso. A nível pessoal, o que mais gostámos: A passagem de ano ser passada literalmente à pesca com redes e peixes na mão, apanhar animais raros que muito irão ajudar-nos a perceber como o Oceano funciona, o convívio e profissionalismo entre todos, seguir o vosso entusiasmo e apoio online (através do blog e facebook) e a beleza da Antártida (particularmente aqueles 4 dias junto à estação cientifica Britânica de Rothera). Muito obrigado e até breve!!!!


At the end of an Antarctic expedition, we always do a brief review of what happened in the research cruise, of the results/samples obtained, what went right, what we enjoyed more and the next steps. This expedition, named JR16003, started on the 5th December and ended on the 24th January 2017 (starting and ending in Lisbon) and took place onboard of the RRS James Clark Ross in the Southern Ocean. This was the 9th expedition to José Xavier and the 3rd to José Seco, the only Portuguese onboard. In this expedition, scientists from United Kingdom, Portugal, Germany, Italy and Poland, with the support of the officials and crew, collected organisms from the Southern Ocean, in the area of the “Western Core Box” close to South Georgia and across the Antarctic Polar Front (APF). These organisms were collected using a range of scientific nets of different sizes and meshes, including zooplankton (such as the Antarctic krill Euphausia superba), squid and fish. Water samples were also collected (to obtain information of the Particulate organic matter in the water). 







All these samples had the objective to help us understand the biogeography, habitat and trophic levels of these organisms through the Antarctic food web, as well as the bioaccumulation of trace metals in these organisms. One of the most interesting results was finding Antarctic krill north of the APF (in warmer waters), as this species is typically Antarctic. Personally, catching Histioteuthis eltaninae (very important in the diet of numerous predators but rare in scientific nets) was also a surprise. Most of the samples needed were successfully obtained. 



Next step is to prepare and analyse the samples in the laboratory to study habitat and trophic levels (via stable isotopic analyses of Carbon and Nitrogen) and trace metals. A special acknowledgement to our colleagues scientists, officers and crew of the James Clark Ross and the various organizations and research programs (British Antarctic Survey, University of Coimbra, Marine and Environmental Sciences Centre, University of Aveiro, University of St. Andrews, Integrating Climate and Ecosystem Dynamics Program (ICED), SCAR AnT-ERA (Antarctic Tresholds – Ecosystem Resilience and Adaptation, Program Polar Português PROPOLAR, Association of Polar Early Career Scientists (APECS Portugal) that made this expedition a success. 






What we enjoyed more: The New Year Eve spent fishing with literally fish in our hands, catching amazing organisms that will help us understand the Southern Ocean, the professionalism and friendships amongst all, following your enthusiasm and support online (via the blog and facebook) and the beauty of Antarctica (particularly those 4 days close to the British Research station Rothera). Many thanks and talk to you VERY soon!!!








3 comentários:

Paulo Silva disse...

Houve alguma evidência da mudança do clima?

Jose Xavier disse...

Boa pergunta. Vimos muitos icebergues e surpreedentemente encontrámos o camarão do Antártico mais a norte do que o previsto. Na peninsula Antártica sabemos que essa região está realmente a aquecer...sugiro ler: Gutt J, Bertler N, Bracegirdle TJ, Buschmann A, Hosie G, Isla E, Schloss I, Smith CR, Xavier JC (2015) The Southern Ocean ecosystem under multiple climate change stresses - an integrated circumpolar assessment. Global Change Biology 21:1434-1453

Espeor que ajude

Grande abraço Jose

Paulo Silva disse...

Muito obrigado. Abraco. Bom trabalho.paulo