sábado, 18 de fevereiro de 2017

De volta ao laboratório | Back to the laboratory











Como cientista, é preciso ir recolher amostras na área de estudo (no meu caso na Antártida), escrever artigos científicos, dar aulas, dar palestras nas escolas, ir a conferências, estar presente em organizações/programas internacionais, e, não esquecer, de trabalhar no laboratório.








 Eu adoro todas estas vertentes do cientista...e sim, estou sempre a aprender algo novo quase todos os dias. E foi o que aconteceu esta semana. Reuni-me com o meu estudante José Queirós, e revemos todo o seu bom trabalho a bordo de um barco de pesca na Antártida, cujos resultados serão usados para a sua tese de Mestrado na Universidade de Coimbra. Com as muitas amostras obtidas, um dos objetivos desta semana foi analisarmos estas amostras no laboratório de Darren Stevens, na NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) em Wellington, Nova Zelândia. 





A nossa prioridade foi identificar os cefalópodes, o grupo que animais que contém polvos e lulas, encontrados na dieta do bacalhau da Antártida Dissostichus mawsoni. Estes animais foram recolhidos durante 3 meses, de Novembro 2016 e Fevereiro 2017, e finalmente estávamos com eles nas nossas mãos. As lulas e os polvos foram identificados pela sua morfologia (quantos linhas de ventosas possui um polvo, poderá determinar o seu género ou até a sua espécie) e através dos seus bicos (mandibulas, tipo bicos de papagaio que os polvos e lulas têm). 




As espécies mais abundantes foram Psychroteuthis glacialis, uma lula muito abundante da dieta dos meus conhecidos albatrozes e pinguins, Kondakovia longimana uma lula grande e também a lula colossal Mesonychoteuthis hamiltoni. Muitas vezes encontrávamos só partes das lulas, tais como os tentáculos, bicos e alguma pele...mas dava para as identificar. Em caso de dúvida, recolhíamos tecidos para genética, que nos irá confirmar a espécie mais tarde. O momento alto da semana foi termos a atenção da TV Nova Zelandesa sobre o polvo gigante Megaleledone setebos que o José Queirós recolheu, que foi o maior de sempre encontrado na Antártida. Chegava aos 18.5 Kg e 120 cm de comprimento! Estão a imaginar a nossa alegria a analisar todas estas amostras; é como no Natal, em que cada amostra é como um presente de Natal que não sabes o que estará lá dentro. Muito trabalho mas com um sorriso enorme! Obrigado Renato, Marta, Afonso e Miguel pelo excelente jantar e como nos receberam em Wellington!!!!


As a scientist, it is important to go and collect samples in the field (in my case, in the Antarctic), write research papers, give talsk in schools, lecturing at University, go to conferences, be actively involved in international organizations/programs,..and not forgeting...to work in the laboratory. I really enjoy all of these tasks...and yes, I do learn something new almost eveyday. And that´s what happenned this week. I met my student José Queirós to review all his good work onboard o fan Antarctic fishing vessel, whose results will be used for his MSc thesis at the University of Coimbra. With so many samples obtained, one of the objectives of this week was to analyse these samples at the laboratory of  Darren Stevens, NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) in Wellington, New Zealand. Our priority was to identify the cephalopods (group of animals that contains squid and octopods) found in the diet of Antarctic toothfish Dissostichus mawsoni.
 These animals were collected during 3 months, from November 2016 and February 2017, and finally there we were with them in our hands. THe squid and octopods were identified according to their morphology (for example, Benthoctopus sp. Has 2 rows of suckers) and through their beaks (similar to parrot mandibles). The most improtant species found were Psychroteuthis glacialis (squid fairly common in the diet of my albatrosses and penguins), Kondakovia longimana (which plays a key role in the idet of numerous predators and can reach a large size) and the colossal squid Mesonychoteuthis hamiltoni. Many times we olny find some parts of them, such as their tencles, arms, flesh and their beaks...but enough to identify them. In case of doubt, we collected flesh to DNA analyses, to identify it to species level later on. The moment of the week was getting the attention of the New Zealand TV on a giant octopus Megaleledone setebos that José Queirós collected, that was the largest specimen ever found in the Antarctic; it had 18.5 Kg and 120 cm in length. You are probalby imagining our joy of analysing all these samples. It remind me of Christmas when  each sample was like a presente that you do not know what is inside and you do not know what will you find. A loto f work with a huge smile! Thank you Renato, Marta, Afonso and Miguel for the excellent dinner and for welcoming us so well in Wellington!!!


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