sábado, 31 de dezembro de 2016

A nossa gente!!! Our crew!!!













Estamos a meio da expedição! Incrível como o tempo voou. Neste período de tempo deu novamente para notar que uma expedição cientifica à Antártida só é possível com o profissionalismo, dedicação e paixão dos oficiais e da tripulação do James Clark Ross, além dos nossos muitos colegas cientistas. O seu esforço continuo é essencial para o sucesso da expedição. E isso nota-se TODOS os dias, com um brilho nos olhos de quem adora do que faz. Sob a supervisão do capitão Timothy Page, e pela cientista principal Sophie Fielding, o James Clark Ross possui um plano cientifico que é revisto diariamente, consoante os objetivos científicos e as condições do mar. Daí ter mencionado as regulares reuniões que temos sobre os vários aspetos da expedição.




 Um dos elementos nucleares é a operação dos aparelhos científicos que são sempre realizados com a supervisão, apoio e execução de vários tripulantes. As principais redes que usamos para recolher amostras, que temos estado a usar, tem sempre a supervisão de Peter Enderlein (com 16 anos ao serviço da British Antarctic Survey com mais de 40 expedições à Antártida), Dan Ashurst e Scott Polfrey, e com a assistência (em tudo, incluindo os guinchos) do Dave Peck (no instituto desde os 16 anos de idade; 31 anos no instituto), Martin Bowen, Samuel English, George Dale,  Alan Howard, Sheldon Smith, Francisco Hernandez e Graham Waylett fazem o apoio essencial nesta operação no convés. 




O navio é guiado por Waveney Crookes, Rob Bellis, Matt Chapman e o cadete Tom Dutton. Se tiverem 1 minuto, conversem com Waveney, Alan ou com o Francisco, que certamente vos inspirará a serem excelentes profissionais, que adoram o que fazem, e revelam aquela paixão pela Antártida que nós, de um ou outro modo, todos possuem. Todos ajudam todos, entreajuda e colaboração são sem duvida o mote das expedições polares. 
 












E caso haja alguma avaria técnica ligados ao navio, Craig Thomas resolve, tal com o Seth Thomas com questões relacionadas com eletrónica, e o Jeremy Robst sobre questões de informática. Ao nível da rádio e contatos com o exterior, o Mike Gloistein é a pessoa a contatar.

 







 Os engenheiros Gert Behrmann, Chris Mannion, Marc Laughlan e Steve Amner, com o apoio de Henry Glyndor e Gareth Wale, são fundamentais na operação dos motores do navio e o funcionamento do equipamento motor de um modo perfeito, dirigido por Neil MacDonald. Richard Turner é quem nos recebe a bordo e que torna a nossa vida mais confortável a bordo.  E quanto a comida, um aplauso para aqueles que cozinham (e servem) para nós todos os dias: Colin Cockram e Gary Morgan (com o apoio de Lee Jones, Nicholas Greenwood, Graham Raworth e Rodney Morton).



 Depois de tudo isto, se ficas doente, é só ir ao departamento médico, onde a médica Helen Jones te ajudará. Resumindo: é preciso o esforço continuo diário para que o sucesso de uma expedição seja alcançado. Cada pessoa possui um papel extremamente importante a bordo e isso reflete-se nos resultados. Cada uma das nossas amostras resulta de muito trabalho e dedicação de todos desta equipa fabulosa de tripulantes, oficiais e cientistas a bordo do James Clark Ross. Muito obrigado. Sem vocês, nada disto seria possível!!!!



Amazingly, we are already in the middle of the expedition! Incredible how time flies. It is important to note that an expedition to the Antarctic is only possible with the professionalism, dedication and passion of the officers and the crew of the James Clark Ross, together with our science colleagues. Their continuous dedication is essential for the success of our expedition. And this is noted everyday, with a smile from someone that loves what he/she does. Under the supervision of Captain Timothy Page, and by the Principal Science Officer Sophie Fielding, the James Clark Ross has a detailed scientific plan of the research cruise, reviewed daily, depending on the scientific goals and of the conditions of the sea. Therefore, we have meetings very regularly, to reach consensus and solve any pending issues.

 


 One of the important elements of the expedition related to our work is the deployment of the scientific equipment (e.g. research nets) that have to be conducted always under the supervision, support and execution of the crew with us scientists. The main research nets that we have been (or will be) using are overseen by our marine engineers Peter Enderlein (16 years at the British Antarctic Survey, with more than 40 Antarctic expeditions), Dan Ashurst and Scott Polfrey. On deck, managed by Chief Officer Iain Mackenzie, the crew assisting (with everything, including the winches) are Dave Peck (at the British Antarctic Survey since he was 16 years old; 31 years of service), Martin Bowen, George Dale, Samuel English, Francisco Hernandez,  Alan Howard, Sheldon Smith and Graham Waylett. The ship is steered by Waveney Crookes, Rob Bellis, Matt Chapman and cadet Tom Dutton. If you ever have a minute, do have a conversation with Waveney Crookes, Alan or Francisco, that certainly will inspire you to be excellent professionals, to find what you love enjoy doing, and understand their passion for the Antarctic that, in one way or another, everyone on board has. Everyone helps everyone. And if there is any technical issues related to the ship, Craig Thomas will solve it; Seth Thomas related to electronic issues, and Jeremy Robst to computing (yes, we have email thanks to him!). Radio and external links is with Mike Gloistein. The engineers, Gert Behrmann, Chris Mannion, Marc Laughlan and Steve Amner, together with the motormen, Henry Glyndor and Gareth Wale , keep the ship's motor equipment in a brilliant state, and are coordinated by chief engineer Neil MacDonald. Purser Richard Turner, who is the first to welcome us onboard, is the first person of contact to help and making his best to make our life confortable (and safe) onboard. And we can not forget to also applaud to those that cook (and serve us) everyday:  Colin Cockram and Gary Morgan (with the great support of stewards Lee Jones, Nicholas Greenwood, Graham Raworth and Rodney Morton). After all of this, if you need any special medical support,  the Doctor Helen Jones will help. In a nutshell: continuous daily effort of all these people is needed so that a scientific expedition reaches success. Each person onboard knows that they play such an important job that is reflected by the good results obtained. Each of the samples collected results of considerable work and dedication of everyone of this fabulous team of crew, officers and scientists on board of the James Clark Ross (plus all the support in Cambridge). Thank you for your excllent work. Without you, it would not be possible!!!!

 


To learn more about what the James Clark Ross does follow Mike´s blog:
http://www.jcr.nerc-bas.ac.uk/gm0hcq/jcr_update.htm

PS Thank you Jeremy!!!!! 

Jose Xavier & Jose Seco







sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal da Antártida - Merry Christmas

Votos de um excelente Natal para todos...a partir do navio cientifico James Clark Ross, na expedicao Antartica JR16003!!! Boas Festas

Merry Christmas to all from us at the RRS James Clark Ross!!!!

Conhecer o fundo do mar Antártico!!! Learning more about the Antarctic deep-sea















Já estamos há vários dias em trabalho. E as primeiras amostras foram recolhidas...para a equipa de geologia! Sim, a bordo temos também uma equipa que estuda a geologia marinha da região para perceber quando a América do Sul de separou da Antártida e compreender melhor como as correntes em torno da Antártida se formaram. 




Os resultados deste estudo não só terão implicações para a geologia mas também para a oceanografia e num panorama mais geral, para a nossa própria compreensão do nosso planeta hoje. A datação da separação destes dois continentes é relevante pois esta alteração poderá ter mudado o clima da região e possivelmente do planeta. E como se estuda a geologia do fundo oceânico?



 Através da recolha de amostras de rochas do fundo do mar. A equipa coordenada por Teal Riley, Charlie Bristow, Alex Burton-Johnson e Phil Leat,  usa uma draga para recolher amostras do fundo oceânico. Este foi o primeiro estudo deste tipo nesta região. O que se quer é apanhar as amostras de rochas nas zonas onde a profundidade decresce gradualmente de modo a que se apanhe rochas em vez de lama (no fundo e zonas sem declive). 



Apanharam uma variedade grande de rochas (várias que vinham do continente transportadas por glaciares), mas para nós biólogos, íamos sempre ao laboratório curiosos se apanhariam alguma vida nessas recolhas de amostras. E apanharam (foram mais de 300 kg!!!)!! Foi com muita alegria que, um dia, quando os fomos ajudar na recolha da draga, encontrámos belos corais de profundidade, esponjas, interessantes poliquetas (pequenas milhocas) e até uns maravilhosos crustáceos (incluindo um caranguejo e um lagostim pequeno).
 












 Fantástico! Eles já terminaram de recolher as suas amostras, agora estamos a preparar a iniciar a recolha das nossas amostras. O ambiente a bordo continua alegre, bem ao gosto da nossa época festiva. Muito ajuda ouvir a radio Britânica BBC Radio 2, que em muito é semelhante à nossa Antena 1, com quem estivemos a falar hoje de manhã com o José Candeias, que tanto faz pelo nosso País ao mostrar exemplos do que temos de melhor....Bons preparativos para o vosso Natal!





















We are now in the second week of work. This first part of the expedition was lead by the geologists Teal Riley, Charlie Bristow (with his twitter account @rothesaypenguin), Alex Burton-Johnson and Phil Leat. They are trying understand when did the South American continent and Antarctica got separated. The results of their study will have major implications not only in the field of geology but also in oceanography and biology, as this change in the continent layout could have a been a key alteration in the conditions of the Southern Ocean and how that influenced what we see today. To answer these questions, they need to collect rocks from the sea bed, using a dredge). This is the first study of this kind in this area of the Southern Ocean. They collected a wide range of rocks (different sizes and kinds), reaching more than 300kg of samples. At least in one of the samples they caught some amazing deep sea corals, sponges and some astonishing crustaceans (including a crab and a mini lobster). That was a really interesting catch for us, biologists! The geology team already finished their work, we are now already collecting our first samples. Soon we will have some more animals to study, just before Christmas!

Jose Xavier & Jose Seco 

 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Ciência na Antártida: a tua segurança conta / Science in the Antarctic: Safety always first!










A  vida de  cientista polar é muito interessante. Para podermos recolher as nossas amostras a bordo do navio James Clark Ross, há um grupo de preparativos para a expedição que não estão há vista de todos. É necessário conhecer o navio, saber como trabalhar em segurança e perceber as regras de trabalho a bordo. De facto,  esta preparação começa muito antes da expedição. Todos os cientistas, oficiais e tripulação têm que fazer um curso de segurança a bordo (chamado PST ou STCW 95), pois sem este não é possível trabalhar a bordo. 




Caso não tenhamos o curso, ou se o tiramos à mais de 5 anos, não poderemos estar a bordo do navio (nós tirámos os nossos nos últimos 2 anos). Nestes cursos aprendemos sobre a estrutura e funcionamento de diferentes tipos de navios, o que fazer em diferentes casos de emergência e todas as regras de segurança a bordo. Tivemos provas de natação, testaram se seriamos capazes de saltar de um navio em segurança (na prática damos um salto de uma plataforma de 3 a 5m para uma piscina, que honestamente parece bem mais alta quando estamos lá em cima!), ensinaram-nos a maneira correta de vestir e usar os fatos de sobrevivência e como abrir as jangadas de socorro. Aprendemos também como apagar incêndios e que extintores devemos usar em diferentes fogos (CO2, espuma ou água). Esta formação é essencial, treina-nos como reagir num caso de emergência e ajuda-nos a criar um espirito de camaradagem, pois em caso de acidente, não são os bombeiros que nos vêm socorrer, mas sim todos os que estão a bordo. Prestem atenção aos sinais de “SAÍDA DE EMERGÊNCIA” onde quer que estejam, seja na escola, no escritório ou em qualquer outro edifício.    





Assim, a primeira coisa que fizemos, quando chegamos ao navio, foi ter uma reunião de segurança com um dos oficiais (Richard) onde nos é explicado onde são os “Ponto de Encontro” em caso de emergência e onde estão os barcos/jangadas de emergência. Já fizemos dois exercício de emergência, onde se testaram os alarmes do navio, o tempo de reação dos tripulantes e algum do equipamento de socorro. Nestes exercícios aprendemos sempre imenso, são divertidos e são revistas todas as questões associadas à segurança do navio. A ciência é divertida e muito importante, mas temos que colocar a nossa saúde e segurança sempre em primeiro lugar!!! Amostras já começaram a ser recolhidas... mas isso fica para a nossa próxima conversa.



 Life of Antarctic scientist is truly interesting! As soon as we get onboard of the RRS James Clark Ross, there is a group of tasks to be carried out prior doing the science, that is generally overlooked. Primarily, it is essential to know the ship, how to work in safety and understanding the work practises. Truly speaking, this preparation starts well before we get onboard. All scientists, officials and crew have to take a Personal Survival Course (PST or STCW 95), as without it you are not allowed to work on the ship. We took ours recently. In this course you learn about the different types of ships, learn what to do in case of an emergency and all regulations onboard relate to health and safety. We did swimming tests, learned how to jump from heights (simulating jumping off board of a ship), how to correctly wear the survival suit and the rescuing boats. We also learn how to take out fires in a safety manner.  Do please pay attention to “EMERGENCY EXIT” in your school, office or any other building. Therefore, the first thing we do when we get onboard is to get familiarised with the ship, where our cabin is located, where is the nearest exist and where is our Muster point in case of emergencies. We already had 2 emergency drills since we arrived. We do enjoy them because we have a unique chance to meet everyone (and know other colleagues and crew better) while learning more about an issue to important to all of us.  Science is important and fun, but we always have to put health and safety first!!! Samples already started to be collected....but that´s for our next chat!

Jose Seco & Jose Xavier