terça-feira, 15 de março de 2016

Workshop de Educadores Polares de Portugal

Tivemos uma workshop fantástica com educadores e professores polares portugueses com o objetivo claro de melhorarmos as ligações entre cientistas e educadores/professores Portugueses que trabalhem com questões relacionadas com as regiões polares. Palestras de cientistas, atividades educacionais, conhecer colegas de profissão e um debate, houve espaço e tempo para tudo! A educação Polar está no bom caminho!


 Para saber mais ir a

https://regioespolarespazinhaga.wordpress.com/2016/03/10/workshop-educacao-ciencia-um-dia-de-eo-polar-em-portugal-workshop-education-science-a-polar-eo-day-in-portugal/

https://www.facebook.com/educacaopropolar/

Entretanto já começou a SEMANA POLAR de Março. As SEMANAS POLARES  são coordenadas pela APECS PORTUGAL (Associação de Jovens Investigadores Polares de Portugal;http://www.portalpolar.com/apecs-portugal.html), com a APECS internacional (http://apecs.is) e a Polar Educators International (http://www.polareducator.org/), com o EDUCAÇÃO PROPOLAR do Programa Polar Português (http://www.propolar.org/).

Com as SEMANAS POLARES pretende-se aprofundar os conhecimentos sobre as regiões polares, levantar questões como as alterações climáticas, o degelo ou questões tão simples "como é lá ir!"através de actividades ao nível nacional e internacional, tal como palestras ou skype calls com cientistas portugueses ou estrangeiros que trabalham no Ártico e Antártida.

Para saber mais:    

http://www.portalpolar.pt/semanas-polares.html

facebook.com/apecs.portugal







domingo, 6 de março de 2016

Final: É agora o início | The End: Now is just the beginning

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A nossa expedição científica JR15004, a bordo do navio Britânico James Clark Ross,  iniciou-se a 8 de Janeiro de 2016 e estendeu-se até dia 28 de Fevereiro. Nessas semanas, estivemos a recolher amostras importantes para conhecermos quais os metais pesados presentes na cadeia alimentar marinha Antártica em redor das Ilhas Orcadas do Sul. Estiveram 18 cientistas e 29 tripulantes neste cruzeiro dedicado exclusivamente à ciência Antártica.   






Os interesses dos outros cientistas variam da biologia de peixes, à abundância do camarão do Antártico até o que fazem os pinguins e os lobos marinhos (comem camarão do Antártico?). Os resultados muito preliminares leva-nos a pensar que a biodiversidade de peixes (principalmente os peixes mictofideos) decresce à medida que nos aproximamos do continente Antártida (encontramos maioritariamente Electrona antarctica e Gymnoscopelus braueri, com Bathylagus spp. ocorrendo regularmente também). 









A abundância do camarão do Antártico foi notória com a presença de baleias, em zonas associadas a canhões (como o canhão da Nazaré, onde a profundidade aumenta muito rapidamente).  Os pinguins e os lobos marinhos tiveram uma dieta variada (quer peixe quer camarão) e as zonas onde procuraram alimento sobrepõem-se onde as maiores concentrações do camarão ocorreram (mas ainda é precisar verificar estas relações). As nossas amostras de metais pesados foram recolhas com sucesso e espera-se que estejam prontas para serem analisadas no laboratório no fim do Verão. Vamos dando notícias sobre os resultados!!!!!Fiquem atentos






Aproveitamos assim o ultimo blog desta campanha para agradecer à APECS, PEI, PROPOLAR, BAS, SCAR - AnT-ERA, SCAR – EGBAMM, ICED, FCT, Universidade de Coimbra, Universidade de Aveiro, Universidade de St. Andrews e a todos os que acompanharam a nossas aventuras! Até breve! 

 














Our research expedition JR15004, onboard of the RRS James Clark Ross (United Kingdom), started on the 8 January 2016 and ended in 28 February. On those weeks, we have been collecting samples from a wide range of marine organisms to analyse their trace metals. We wish ot understand their role in Antarctic marine food webs, particularly in regions where fisheries operate (like South Orkneys, where the expedition was carried out). A total of 18 scientists and 29 crew were in this cruise exclusively dedicated to science. 



Other scientists onboard were interested in the biology of fish (particularly myctophid fish, abundance of Antarctic krill and feeding/foraging ecology of penguins and Antarctic fur seals.  Our results are still very preliminary but we reckon that the biodiversity of fish decresces as we get closer to the Antarctic continent ( we found mainly Electrona antarctica and Gymnoscopelus braueri, with Bathylagus spp. occurring regularly too). The abundance of Antarctic krill was particularly noted when there was plenty of baleen whales around, usually associated to canyons. The penguins and Antarctic fur seals had a varied diet (on Antarctic krill and fish), with the foraging areas overlapping with those from where the concentrations of Antarctic krill occurred (but more data analyses is needed to confirm this statement).  Our samples on trace metals were collected successfully and we hope they will be ready to be analysed in the laboratory in late Summer 2016. We shall keep you informed on the results!!! Stay tuned!!!

Jose Xavier and Jose Seco


 



terça-feira, 1 de março de 2016

Acordar | Waking up











Estamos a escrever-vos do aeroporto de Heathrow (Londres, Reino Unido). Estamos num cafezinho dentro do aeroporto, refugiados do frio (estes dias em Cambridge a temperatura rondou sempre os -2 C, mas felizmente com céu limpo) e a ouvir umas músicas bem relaxantes perfeitas para uma manhã de Domingo.  Estamos rodeados por várias de dezenas de pessoas e por vezes é surreal relembrar que há poucos dias atrás estávamos longe daqui, de tudo e de todos, onde pinguins e as baleias imperam. 

 











No último dia nas Ilhas Falkland, após todo o dia a arrumar equipamentos, limpar laboratórios e preparar relatórios, a Jen Thomas teve a excelente ideia de sugerir irmos na manhã seguinte à colónias de pinguins gentoo, antes de partirmos para apanhar o avião para o Reino Unido. Havia um pequeno senão. Era a noite de gala do cruzeiro (ou seja, todos teríamos de socializar um pouco, já em tom de despedida) e a possível partida teria de ser às 4 da manhã.  Isto porque a colónia eram cerca de 1.30 horas de distância (ou seja, isto só de ida) e teríamos de estar de regresso às 8 da manhã para continuar com os trabalhos finais do cruzeiro. 





Resumindo: às 3.30 da manhã lá estava eu, o José, a Jen e o Jon Watkins a tomar o pequeno almoço. Para nós era fantástico ter o Jon connosco, não só porque ele já tinha ido lá em anos anteriores (e sabia o caminho) mas também porque esta é possivelmente a sua última expedição, pois irá reformar-se este Verão. Partimos em noite escura, sem ver um palmo à frente da testa.  





 O vento era forte mas não muito frio. Há medida que nos aproximávamos da colónia o dia acordava. O nascer do sol foi magnifico, com cores lindas, dos azuis aos rosas/vermelhos. Lindo! Quando chegamos à colónia, tínhamos os pinguins gentoo a chegar à praia e um pinguim rei perdido no meio deles. Em fila indiana, uns a andar, outros a correr, o destino era irem para o mar para mais um dia de pesca. Passámos 30-45 minutos deliciados a presenciar o dia a desabrochar, rodeados de pinguins. Que bonito dia para terminar a expedição. Como em segundos, regresso aqui ao aeroporto e olho para as pessoas ao nosso lado (como vocês sabem agora :)). Nem imaginam as aventuras e os segredos que os nossos olhares e sorrisos dizem.


We are writing to you from Heathrow airport (London, UK). We are in a tiny café inside the airport, protected from the cold (these days Cambridge has been flooded with temperatures below 0 C) and listening to relaxing music perfect for Sunday morning. Having these dozens of people around us (so many people!) is surreal as a few days ago we were far away from everywhere, where penguins and whales are kings and queens. In the last day, after another day of sorting out the equipments, cleaning the laboratories and preparing reports, Jen Thomas had the great idea to suggest to go to the gentoo penguins colony in the nst morning, before going to the airport. We thought carefully, as that night we were having the cruise dinner (so everyone stay later to socialize, already in a farewell mood) and the possible departure of our adventure would have to be at 4am. This is because the colony is 1.3hours distance (only to get there) and we would have to be back to the ship at 8am to carry on with the final works. In a nutshell: at 3.30am we, Jen and Jon Watkins were having breakfast.



 For us, it was fantastic having Jon with us, not only because he knew the way (he been in that colony in previous years) but also because this could be his last trip South, as he is retiring this coming Summer. So this would be VERY special to all of us! We left still in total darkness, without being able to see anything beyond our noses. The wind was strong but surprisingly warm. As we were getting closer to the gentoo colony, the day was waking up. The sunrise was breathtaking, with magnificent colours ranging from blues to bright reds. Beautiful. When we arrived at the colony, we had hundreds of gentoo penguins queuing to go to sea, numerous in line like in a supermarket line ready to pay and a king penguin lost in the middles of them. Their destiny was to go for another day at sea, fishing for them and their young penguins. We spent 30-45 minutes with them, enjoying every minute of the sunrise and penguins everywhere. What a nice day to end our expedition.  Like in seconds, as I finish writing these lines, we return to our little cosy café in Heathrow airport, with people passing by us every second. Surely they do not have the faintest idea of the adventures and secrets that our eyes and smiles say...