sexta-feira, 1 de março de 2013

Voo final Final flight






O tempo voa quando estamos a....trabalhar! E quando se gosta que se faz, o tempo voa... Esta viagem de trabalho à Nova Zelândia tem sido muito intensiva cientificamente. Desde reuniões com os responsáveis do programa cientifico Nova Zelandez, à aulas na Universidade de Christchurch  e às numerosas semanas passadas no laboratório do instituto NIWA, tudo tem sido sempre a uma velocidade assustamente rápida . Wellington, tal como a Antártica em anos anteriores, foi um local perfeito para desenvolver projetos, recolher e analisar amostras, e  estabelecer colaborações.






               O que se aprendeu nesta “expedição” à Nova Zelândia:
-   Lição número 1. Cientificamente, os resultados (ainda estou a terminar as análises das últimas amostras) foram super interessantes. Com os “meus” albatrozes a  cobrir diferentes áreas do oceano Pacifico, desde a Antárctica a águas tropicais, e alimentam-se muito de cefalópodes (lulas, potas e polvos), não sabia o que esperar. Será que se vão alimentar de espécies diferentes?  Na verdade ambas se alimentam das mesmas 40-50 espécies de lulas, mas em quantidades totalmente diferentes. Analizou-se 132 amostras (boluses, que consite em tudo o que o filhote não consegue digerir, que normalmente são os bicos), e 21 641 bicos de cefalópodes dos últimos 10 anos. O albatroz Diomedea exulans antipodensis, que se reproduz na Ilhas Antipodas (a sul da Noza Zelândia) vão à procura de comida em todo o Pacifico Sul, entre a Noza Zelândia e o Chile, e alimentaram-se mais de uma espécie de águas frias (por exemplo, Moroteuthis knipovitchi) do que nos outros locais. O albatroz Diomedea exulans gibsoni, que se reproduz nas Ilhas Aukland (particularmente nas ilha Adams), explora a outra parte da Nova Zelândia até à Austrália, alimentam-se de espécies de águas mais quentes (Moroteuthis ingens). Ambas as espécies continuam a alimentar-se abundamente de espécies de águas intermédias (Histioteuthis atlantica, Taonius sp. B (Voss)). Muito interessante pois isso releva o papel das lulas, não só na dieta destes albatrozes mas também a sua importância nas cadeias alimentares dos Oceanos.
-  Lição número 2.  A Nova Zelândia é lindissima. As pessoas, as cidades, o seu modo alegre e feliz de viver no meio da Natureza, é cativante. Possuem uma linda história, e o povo Maori está bem integrado. Sente-se se estamos numa ilha. Pode estar sol de manhã e à tarde pode estar a chover torrencialmente. Gostei de notar a resiliência das pessoas em Christchurch em continuar a voltar a pôr a cidade de pé (no dia 22 de Fevereiro faz 2 anos que o terramoto destruiu literalmente a cidade).  As pessoas são educadas, humildes e trabalhadoras, similar a todos os países de pequena dimensão mas de alma grande. A Nova Zelândia tem uma ligação forte com a Austrália e com o Reino Unido (nota-se pelos programas da televisão) e o raguêbi, o cricket e surpreendentemente o nosso futebol, imperam . A última notícia mais alarmante, além do possível tsunami e o terramoto nas ilhas Salomão, foi o ataque fatal de um tubarão branco a norte de Auckland (já não ocorria alog assim desde 1976). Logicamente que quando dei o meu último mergulho, após o jogo de futebol das Terças-feiras ao almoço com a equipa do instituto, não nadei para muito longe.  E subir a “montanha” todos os dias de bicicleta foi o meu ir às colónias de pinguins...
-  Lição número 3.  O desafio pessoal existe sempre. Além da ciência, do muito trabalho e de conheçer um novo país, é importante evidenciar os desafios pessoais destas “expedições”. Estar longe mais 2 meses da nossa família, dos nossos amigos e das pessoas que nos são querida é sempre duro. As longas horas no laboratório, ou no campo, fazem-nos estar super focados no trabalho e sempre atarefados. A equipa que me recebeu foi sempre muito profissional e facilitou ao máximo o meu trabalho.  Quanto as coisas correm bem, tudo parece mais fácil...e percebe-se quando estamos perante uma boa equipa. Tudo é aparentemente fácil. Só depende de ti para teres bons resultados. E isso é fantástico.
A paciência de todos dos que nos são queridos é surprendente...e como estou agradecido a todos voçês por isso. São 12 ou 13 horas de diferença. Engraçado ouvir o futebol às 9 ou 10 da manhã, receber telefonemas no meio da noite, ou abrir a minha caixa do correio electrónico e ter 40-50 emails como eu tivesse estado parado no tempo (na verdade são os emails dos colegas que trabalham na Europa)...e vale a pena todo este trabalho? Espero que sim....
Felizmente o tempo voa...

Time flies when you are having fun....in this case working! And when you have the privilege to do what you enjoy doing, time really flies. This trip to New Zealand was pretty intensive. From meetings, to lectures, to many hours in the laboratory of NIWA, everything has been taking place in a fast pace. Wellington, such like in other years in the Antarctic, it was the perfect location to develop research projects, collecting and analyzing samples and establishing collaborations. What has been learned in this “scientific expedition” to New Zealand? Lesson number 1. Scientifically, the results are pretty interesting. “My” albatrosses cover huge areas of the Pacific ocean, and fed on more than 40 species of squid. I analyzed a total of 132 samples (Blouses, that consist of all undigestable material, including beaks), 21 641 cephalopod beaks from both albatross species (Diomedea exulans gibsoni and D. e. antipodensis) from the last 10 years. The one that spends most of their time in eastern Pacific waters (D. e. antipodensis), from New Zealand to South America, they fed most on Histioteuthis atlantica but my mass Moroteuthis knipovitchi was surely pretty relevant. The other albatross (D. e. gibsoni) that forage mostly in western waters, between New Zealand and Australia, they also feed mostly on Histioteuthis atlantica but with Moroteuthis ingens boosting their importance by mass. Very fascinating!!!! Lesson number 2. New Zealand is beautiful. The people, the cities, the life style of living within nature, ís truly great to see. New Zealand also has a beautiful history, with the Maori people well integrated and keeping their culture well alive. The only alarming news was the fatal white shark attack north of Auckland (nothing happened nothing similar since 1976). Logically, on my last swim after the football match with the NIWA team, I did not swim very far...Lesson number 3: The personal challenge continues. Beyond science and the lot of work with it, it is truly important to acknowledge those personal challenges you face during these “expeditions”. Being away for another 2 months from family, friends and those more close to us, is always tough. The team that welcomed me in New Zealand made it much easier, by making everything feel like home. Even the sun stayed most of the weeks....I thank everyone!!! Was worth all this effort? I hope so....thank God, time flies....

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