O tempo voa
quando estamos a....trabalhar! E quando se gosta que se faz, o tempo voa... Esta
viagem de trabalho à Nova Zelândia tem sido muito intensiva cientificamente.
Desde reuniões com os responsáveis do programa cientifico Nova Zelandez, à
aulas na Universidade de Christchurch e
às numerosas semanas passadas no laboratório do instituto NIWA, tudo tem sido
sempre a uma velocidade assustamente rápida . Wellington, tal como a Antártica
em anos anteriores, foi um local perfeito para desenvolver projetos, recolher e
analisar amostras, e estabelecer
colaborações.
O que se aprendeu nesta
“expedição” à Nova Zelândia:
- Lição
número 1. Cientificamente, os resultados (ainda estou a terminar as análises
das últimas amostras) foram super interessantes. Com os “meus” albatrozes
a cobrir diferentes áreas do oceano
Pacifico, desde a Antárctica a águas tropicais, e alimentam-se muito de
cefalópodes (lulas, potas e polvos), não sabia o que esperar. Será que se vão
alimentar de espécies diferentes? Na
verdade ambas se alimentam das mesmas 40-50 espécies de lulas, mas em
quantidades totalmente diferentes. Analizou-se 132 amostras (boluses, que consite em tudo o que o filhote não consegue digerir, que normalmente são os bicos), e 21 641 bicos de
cefalópodes dos últimos 10 anos. O albatroz Diomedea
exulans antipodensis, que se reproduz na Ilhas Antipodas (a sul da Noza
Zelândia) vão à procura de comida em todo o Pacifico Sul, entre a Noza Zelândia
e o Chile, e alimentaram-se mais de uma espécie de águas frias (por exemplo, Moroteuthis knipovitchi) do que nos
outros locais. O albatroz Diomedea
exulans gibsoni, que se reproduz nas Ilhas Aukland (particularmente nas
ilha Adams), explora a outra parte da Nova Zelândia até à Austrália,
alimentam-se de espécies de águas mais quentes (Moroteuthis ingens). Ambas as espécies continuam a alimentar-se
abundamente de espécies de águas intermédias (Histioteuthis atlantica, Taonius
sp. B (Voss)). Muito interessante pois isso releva o papel das lulas, não só na
dieta destes albatrozes mas também a sua importância nas cadeias alimentares
dos Oceanos.
- Lição número 2. A Nova Zelândia é lindissima. As pessoas, as
cidades, o seu modo alegre e feliz de viver no meio da Natureza, é cativante.
Possuem uma linda história, e o povo Maori está bem integrado. Sente-se se
estamos numa ilha. Pode estar sol de manhã e à tarde pode estar a chover
torrencialmente. Gostei de notar a resiliência das pessoas em Christchurch em
continuar a voltar a pôr a cidade de pé (no dia 22 de Fevereiro faz 2 anos que
o terramoto destruiu literalmente a cidade).
As pessoas são educadas, humildes e trabalhadoras, similar a todos os
países de pequena dimensão mas de alma grande. A Nova Zelândia tem uma ligação
forte com a Austrália e com o Reino Unido (nota-se pelos programas da
televisão) e o raguêbi, o cricket e surpreendentemente o nosso futebol, imperam
. A última notícia mais alarmante, além do possível tsunami e o terramoto nas
ilhas Salomão, foi o ataque fatal de um tubarão branco a norte de Auckland (já
não ocorria alog assim desde 1976). Logicamente que quando dei o meu último
mergulho, após o jogo de futebol das Terças-feiras ao almoço com a equipa do
instituto, não nadei para muito longe. E
subir a “montanha” todos os dias de bicicleta foi o meu ir às colónias de
pinguins...
- Lição número 3. O desafio pessoal existe sempre. Além da
ciência, do muito trabalho e de conheçer um novo país, é importante evidenciar
os desafios pessoais destas “expedições”. Estar longe mais 2 meses da nossa
família, dos nossos amigos e das pessoas que nos são querida é sempre duro. As
longas horas no laboratório, ou no campo, fazem-nos estar super focados no
trabalho e sempre atarefados. A equipa que me recebeu foi sempre muito
profissional e facilitou ao máximo o meu trabalho. Quanto as coisas correm bem, tudo parece mais
fácil...e percebe-se quando estamos perante uma boa equipa. Tudo é aparentemente
fácil. Só depende de ti para teres bons resultados. E isso é fantástico.
A paciência de
todos dos que nos são queridos é surprendente...e como estou agradecido a todos
voçês por isso. São 12 ou 13 horas de diferença. Engraçado ouvir o futebol às 9
ou 10 da manhã, receber telefonemas no meio da noite, ou abrir a minha caixa do
correio electrónico e ter 40-50 emails como eu tivesse estado parado no tempo
(na verdade são os emails dos colegas que trabalham na Europa)...e vale a pena
todo este trabalho? Espero que sim....
Felizmente o tempo
voa...
Time flies when you are having fun....in this case working! And when
you have the privilege to do what you enjoy doing, time really flies. This trip
to New Zealand was pretty intensive. From meetings, to lectures, to many hours
in the laboratory of NIWA, everything has been taking place in a fast pace.
Wellington, such like in other years in the Antarctic, it was the perfect
location to develop research projects, collecting and analyzing samples and
establishing collaborations. What has been learned in this “scientific
expedition” to New Zealand? Lesson number 1. Scientifically, the results are
pretty interesting. “My” albatrosses cover huge areas of the Pacific ocean, and
fed on more than 40 species of squid. I analyzed a total of 132 samples (Blouses, that consist of all undigestable material, including beaks), 21 641
cephalopod beaks from both albatross species (Diomedea exulans gibsoni and D.
e. antipodensis) from the last 10 years. The one that spends most of their time
in eastern Pacific waters (D. e. antipodensis), from New Zealand to South
America, they fed most on Histioteuthis atlantica but my mass Moroteuthis
knipovitchi was surely pretty relevant. The other albatross (D. e. gibsoni)
that forage mostly in western waters, between New Zealand and Australia, they
also feed mostly on Histioteuthis atlantica but with Moroteuthis ingens
boosting their importance by mass. Very fascinating!!!! Lesson number 2. New Zealand
is beautiful. The people, the cities, the life style of living within nature,
ís truly great to see. New Zealand also has a beautiful history, with the Maori
people well integrated and keeping their culture well alive. The only alarming
news was the fatal white shark attack north of Auckland (nothing happened
nothing similar since 1976). Logically, on my last swim after the football
match with the NIWA team, I did not swim very far...Lesson number 3: The
personal challenge continues. Beyond science and the lot of work with it, it is
truly important to acknowledge those personal challenges you face during these “expeditions”.
Being away for another 2 months from family, friends and those more close to
us, is always tough. The team that welcomed me in New Zealand made it much
easier, by making everything feel like home. Even the sun stayed most of the
weeks....I thank everyone!!! Was worth all this effort? I hope so....thank God,
time flies....
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