“Mas a Nova Zelândia fica do outro lado do mundo, não fica?” questionavam
os colegas todos quando souberam que a próxima expedição Antárctica me levaria
a este país. A família diz que se fizermos
um buraco no chão, iriamos ter à Nova Zelândia, como a dizer que não poderia ir
mais longe de Portugal. E sim, possui pinguins e albatrozes e tem uma forte
ligação à Antártica. Aliás, existe um programa Neo-Zelândez Antártico
e a Nova Zelândia até reclama uma parte da Antártica, sendo o Sir Edmund
Hillary, um dos seus mais famosos exploradores.
A viagem de avião , de Portugal a Nova Zelândia, demorou quase 2 dias
(partida às 8 da manhã de dia 3 de Janeiro 2013 com chegada às 5 da tarde do
dia 5 de Janeiro; são 13 horas de
diferença em fuso horário, com a Nova Zelândia com + 13 horas que em
Portugal). A partida de Lisboa foi
agradável, ao encontrar a Filipa (que está a tirar o doutoramento na UCL (University
College London), e membro da associação de cientistas e estudantes no Reino
Unido, PARSUK) no avião. Com a conversa, o tempo voou. Depois de o dia passado no aeroporto de Heathrow, a
partida para Sydney, partiu no fim da noite (às 21.30). Só aí reparei que
iriamos fazer uma paragem de 2 horas em Singapura para reabastecer. Nestas
viagens de avião durmo MUITO pouco e devoro tudo o que é filmes (devo ter visto
um total de 10 filmes). A chegada a Sydney foi a correr, pois houve um atraso e
tive de me apressar para apanhar a última ligação de Sydney para Wellington.
Consequentemente, a minha bagagem não
chegou...e continha a minha coleção, fiquei preocupado.
A minha coleção de bicos de lulas (na próxima vez que tiveres uma lula, um
choco ou um polvo na mão, vejam a sua “boca”. Aí encontrarás os bicos
(semelhantes aos picos de papagaio) que estudo) é muito importante pois vou
estudar as lulas que os albatrozes (Diomedea
exulans antipodensis e Diomedea exulans gibsoni)
da Nova Zelândia se alimentam. Como estes albatrosses cobram enormes áreas do
Oceano Antártico, e águas adjacentes em redor da Nova Zelândia, à procura de
alimento (incluindo muitas espécies de lulas), nada melhor que estudar as suas
dietas. Para mais, os albatrosses apanham muito mais lulas do que a melhor rede
de pesca do mundo. Como? Os albatrosses evoluiram para descobrir onde as lulas
estão, enquanto as redes de pesca são muito lentas para as rápidas lulas. Como
eu quero estudar a importância das lulas on Oceano Antártico, e perceber como as alterações climáticas pode
afetar toda a cadeia alimentar Antártica, estes dados são a parte do puzzle que
falta. Já temos dados das lulas dos setores Atlântico (através dos estudos com
a British Antarctic Survey) e Índico (através do Centro de Estudo Biológicos de
Chizé, França) do Oceano Antártico, só falta mesmo estes dados do setor Pacifico
para finalmente ter uma ideia total da fauna de cefalópodes de todo o Oceano
Antártico.
Estão a imaginar a minha cara de felicidade quando o meu colega
Nova-Zelândez me convidou para ir à Nova Zelândia para analisar as suas
amostras, durante um pequeno almoço numa conferência internacional sobre aves
marinhas, em Vancouver (Canadá). “Nós recolhemos as amostras, e já temos
algumas prontas a analisar, e é só vires! Vai-nos produzir excelente
dados!”. Para mais iria reduzir
grandemente os custos, pois não teria de ir recolher amostras, pois isso
estaria ao cargo dos meus colaboradores. Excelente!
O nosso projecto CEPH 2013, dentro do programa polar português PROPOLAR,
envolve instituições de Portugal, Nova Zelândia, Reino Unido, Espanha, Argentina e USA, e estará a decorrer
até Março 2013! Até lá, muito trabalho
no laboratório me espera...mas com um grande sorriso também!
"But New Zealand is on the other side of the world, right?" questioned my colleagues when got the information that my next expedition would take me to this country. My family said that if you make a hole in the ground in Portugal, you end up in New Zealand, trying to say that I could not go further away from Portugal. And yes, New Zealand has penguins and albatrosses and has a very strong connection with the Antarctic. Indeed, there is an NZ Antarctic programme, it claims one part of the antarctic continent and has famous explorers such as Sir Edmund Hillary. The trip to Wellington was pretty good fun, despite the nearly 2 days to get there (via London, Singapure and Sydney). The objective of this expedition is to analyze samples of the diet of 2 species of albatrosses (Diomedea exulans antipodensis and Diomedea exulans gibsoni) from the Pacific setor of the Southern Ocean and adjacent waters. I and my colleagues already have data from the Atlantic sector and from the indian sector. You can imagine the simle on my face when my colleague from New zealand, during a conference, informed me that he had numerous samples to be analyzed. Perfect!!! This project is within the Portuguese Polar Programme PROPOLAR, bringing together teams from Portugal, UK, New Zealand, France, Spain, Argentina and USA...until March 2013. Until then, let´s the fun begin!!!
4 comentários:
mas ficamos sem saber...a mala (e a importante coleção!) já apareceu?
bom inicio de trabalho :)
Já apareceu...no dia seguinte;)
Beijinho
ai ai ai... a Filipa esta' na UCL (University College London)! :)
E o tempo voou mesmo!
Beijinhos
Querida Filipa!!!!! Está corrigido;)
Tudo de bom e força no PhD
José
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