Aqui respira-se
Antártida PURA! Estamos a 67 graus Sul onde o impotente continente mostra a sua
beleza ao nível mais extremo. O frio sente-se mais intensivamente na cara, as
montanhas elevam-se imponentemente do mar quase cobertas de neve, os icebergues
chegam são agora gigantescos, várias vezes o tamanho do barco, onde o branco
(da neve), o azul (do mar) e o cinzento (das rochas) imperam. Tentar avaliar o
tamanho das montanhas ou dos icebergues é impossível pois não possuímos pontos
de referência (ex. Uma casa ou um carro) para comparar;num dos dias vimos
montanhas que se encontram a 250 km de distância, mas pareciam estar a 15-20
km. Não vimos vegetação, só neve e rocha. E assim, a vida aqui é mais
difícil...e isso nota-se nos poucos animais que se vê: elefantes marinhos,
pinguins Adélia, moleiros polares e pouco mais...mas aqui eles são felizes!
Todos dependem, direta ou indiretamente, do mar para sobreviver.
Esta
experiência veio após muito trabalho na Frente Polar Antártica, em direção a
SUL, para a estação Britânica de Rothera. A caminho, tivemos alguns dos dias
mais espetaculares das nossas vidas! As cores do céu, dos azuis luminosos
durante o dia aos amarelos, laranjas, vermelhos e violetas à medida que o sol
que aproxima do horizonte, a tentar se pôr mas sem sucesso, é realmente um
mundo diferente do nosso planeta!
Na verdade, estamos tão a sul que o Sol mal
se põe para novamente voltar a regressar, luminoso, ao céu. Os icebergues também
aumentaram de número e as suas formas, tamanhos e cores são infinitas, é como
olhar para as nuvens e imaginar o diferentes formas. Nos 2 dias de viagem, mal conseguimos dormir,
tal era o entusiasmo em absorver ao máximo este lugar único. Tudo é
simplesmente perfeito. Bastava apontar a máquina fotográfica para qualquer lado
que a fotografia vai ser bem, mesmo sem olhar!Mas é mais do que isso.
A
Antártida é um paraíso no nosso planeta, protegida pelo Tratado da Antártida
que defende que esta região é para ser respeitada, para o bem comum, para o
conhecimento, ciência e para a Paz. Com este esforço internacional para a
conhecer melhor, para a poder proteger, faz-nos sentir cientistas com
responsabilidade acrescida de levar a todos estes conhecimentos obtidos através
da ciência que fazemos todos os dias. Como pessoas, faz-nos sentir humildes
perante tal imponência. Daí partilhar convosco estas diferentes vertentes de
uma expedição Antártica. Rothera é a maior estação Britânica, podendo albergar
mais de 100 cientistas durante o Verão Antártico.
Agora estamos no pico da
época cientifica e vimos as diferentes vertentes da ciência Antártica em ação.
Com uma forte dimensão logística, vimos aviões a aterrar, mini-expedições a
irem para o campo (o nossos colegas geólogos Teal e Phil conhecem muito bem
Rothera e partiram daqui para várias temporadas nas montanhas Antárticas),
muito trabalho nos laboratórios. Até tivemos o privilégio de ajudar o colega
Britânico Ben no seu projeto de meteorologia, que precisava de traduzir alguma
informação de Português para Inglês. E se estamos num local tão especial da
Antártida, tiramos fotografias com as bandeiras que gentilmente nos foram
entregues por várias escolas portuguesas e que irão ser devolvidas aos alunos
durante os próximos meses. Mais, pedimos aos nossos colegas a bordo para as
assinarem, para serem devolvidas com um pouco deles também. Foram 3 dias
cansativos em Rothera, pois este foi a “first call” (primeira chamada) do nosso
navio James Clark Ross com muitos mantimentos e equipamento a necessitar de ser
entregue. Para mais, tomamos a oportunidade de tratar do nosso equipamento
cientifico (usado na expedição), ao limpá-lo e empacotá-lo, pronto para ser
levado em segurança de volta ao Reino Unido. Também aproveitamos a oportunidade
para limpar os laboratórios, empacotar todas as amostras que recolhemos e
começar a trabalhar no relatório final da expedição. Isto porque agora, o
próximo passo é em direção à América do Sul, para apanhar o avião de regresso a
casa...mas ainda temos mais 2 dias de Paraíso pois todos aqueles icebergues,
montanhas e animais estão à nossa espera no caminho de regresso... vamos ali
fora tirar mais umas fotografias! até já!
Here we breathe pure Antarctic! We are at 67 degrees South
where the continentshows all its beauty at the highest extreme. The cold is
felt in our cheeks, the mountains elevate themselves, stranding proud, from the
ocean almost covered with snow, the icebergs can reach gigantic sizes, where
the white (from the snow), the blue (from the ocean) and the grey (from the
rocks) dominate. Extremely difficult to assess the size of the mountains or of
the icebergs as we do not have any points of reference (e.g. An house or a
car): mountains can be as far as 250 km away but they look within 20 km. No
(very little) vegetation seen. Therefore, life here is more difficult...and that is reflected
in the few animals seen: elephant seals, Adelie penguins, polar skuas and
little else...but they seen happy! All depend, directly or indirectly, from the
sea to survive. In the last 2 days, on our way south, it was hard to sleep.
They were some of the most beautiful days in our lives. The colours of sky, the
shades and sizes of the icebergs, the mountains showing up at the horizon...everything
simply beautiful! It felt that you could aim at anywhere and it would be
possible to get a nice photograph. The Antarctic, protected by the Antarctic
Treaty, is truly a very special place on our planet worth protecting. With such
noble goals, the Antarctic Treaty is an excellent guide to how international
collaborations based on science should prevail in the future. With science and
beauty, it is important to share all of it to everyone. Therefore, we put an
effort to show all these different views o fan Antarctic expedition. Rothera, is the largest British Antarctic
station, with more than 100 scientists during the Antarctic Summer. We are now
at the peak of the Summer which allowed us to witness the activities of the
Base. With a strong logistical support, we saw airplanes taking off to
mini-expeditions around this Antarctic region, and the busy work in the
laboratories. We even managed to help a fellow scientist to translate some
materials from Portuguese into English. And if we are in a special place, we
need to share it with schools too: we took photographs with flags produced by
schools around the world (Portugal, UK, Japan,...). We also asked our colleagues onboard of the RRS James Clark Ross to
sign them, so that they could contribute with something of them too. Our next
step is to leave Rothera and go in the direction of South America, to get our
plane back home...but we still have 2 days of Paradise on our way back, with
icebergs, mountains and animals keen to wave us goodbye!
Jose Xavier & Jose Seco
2 comentários:
Os nossos cientistas enchem-nos de orgulho...
E a turma do 5.°H adorou ver a sua bandeira na Antártida :) :) :) Agora virá até nós enriquecida.
De todos nós alunos e professores, obrigada por se fazerem presentes.
Bom regresso a casa, cá vos esperamos...
Muito obrigado Marta!!!!! Mais surpresas com a vossa bandeira :) Beijinho Jose
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