quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O mais a SUL de sempre – The furthest SOUTH












Aqui respira-se Antártida PURA! Estamos a 67 graus Sul onde o impotente continente mostra a sua beleza ao nível mais extremo. O frio sente-se mais intensivamente na cara, as montanhas elevam-se imponentemente do mar quase cobertas de neve, os icebergues chegam são agora gigantescos, várias vezes o tamanho do barco, onde o branco (da neve), o azul (do mar) e o cinzento (das rochas) imperam. Tentar avaliar o tamanho das montanhas ou dos icebergues é impossível pois não possuímos pontos de referência (ex. Uma casa ou um carro) para comparar;num dos dias vimos montanhas que se encontram a 250 km de distância, mas pareciam estar a 15-20 km. Não vimos vegetação, só neve e rocha. E assim, a vida aqui é mais difícil...e isso nota-se nos poucos animais que se vê: elefantes marinhos, pinguins Adélia, moleiros polares e pouco mais...mas aqui eles são felizes! Todos dependem, direta ou indiretamente, do mar para sobreviver. 


Esta experiência veio após muito trabalho na Frente Polar Antártica, em direção a SUL, para a estação Britânica de Rothera. A caminho, tivemos alguns dos dias mais espetaculares das nossas vidas! As cores do céu, dos azuis luminosos durante o dia aos amarelos, laranjas, vermelhos e violetas à medida que o sol que aproxima do horizonte, a tentar se pôr mas sem sucesso, é realmente um mundo diferente do nosso planeta! 



Na verdade, estamos tão a sul que o Sol mal se põe para novamente voltar a regressar, luminoso, ao céu. Os icebergues também aumentaram de número e as suas formas, tamanhos e cores são infinitas, é como olhar para as nuvens e imaginar o diferentes formas.  Nos 2 dias de viagem, mal conseguimos dormir, tal era o entusiasmo em absorver ao máximo este lugar único. Tudo é simplesmente perfeito. Bastava apontar a máquina fotográfica para qualquer lado que a fotografia vai ser bem, mesmo sem olhar!Mas é mais do que isso. 


 












A Antártida é um paraíso no nosso planeta, protegida pelo Tratado da Antártida que defende que esta região é para ser respeitada, para o bem comum, para o conhecimento, ciência e para a Paz. Com este esforço internacional para a conhecer melhor, para a poder proteger, faz-nos sentir cientistas com responsabilidade acrescida de levar a todos estes conhecimentos obtidos através da ciência que fazemos todos os dias. Como pessoas, faz-nos sentir humildes perante tal imponência. Daí partilhar convosco estas diferentes vertentes de uma expedição Antártica. Rothera é a maior estação Britânica, podendo albergar mais de 100 cientistas durante o Verão Antártico. 


Agora estamos no pico da época cientifica e vimos as diferentes vertentes da ciência Antártica em ação. Com uma forte dimensão logística, vimos aviões a aterrar, mini-expedições a irem para o campo (o nossos colegas geólogos Teal e Phil conhecem muito bem Rothera e partiram daqui para várias temporadas nas montanhas Antárticas), muito trabalho nos laboratórios. Até tivemos o privilégio de ajudar o colega Britânico Ben no seu projeto de meteorologia, que precisava de traduzir alguma informação de Português para Inglês. E se estamos num local tão especial da Antártida, tiramos fotografias com as bandeiras que gentilmente nos foram entregues por várias escolas portuguesas e que irão ser devolvidas aos alunos durante os próximos meses. Mais, pedimos aos nossos colegas a bordo para as assinarem, para serem devolvidas com um pouco deles também. Foram 3 dias cansativos em Rothera, pois este foi a “first call” (primeira chamada) do nosso navio James Clark Ross com muitos mantimentos e equipamento a necessitar de ser entregue. Para mais, tomamos a oportunidade de tratar do nosso equipamento cientifico (usado na expedição), ao limpá-lo e empacotá-lo, pronto para ser levado em segurança de volta ao Reino Unido. Também aproveitamos a oportunidade para limpar os laboratórios, empacotar todas as amostras que recolhemos e começar a trabalhar no relatório final da expedição. Isto porque agora, o próximo passo é em direção à América do Sul, para apanhar o avião de regresso a casa...mas ainda temos mais 2 dias de Paraíso pois todos aqueles icebergues, montanhas e animais estão à nossa espera no caminho de regresso... vamos ali fora tirar mais umas fotografias! até já!


Here we breathe pure Antarctic! We are at 67 degrees South where the continentshows all its beauty at the highest extreme. The cold is felt in our cheeks, the mountains elevate themselves, stranding proud, from the ocean almost covered with snow, the icebergs can reach gigantic sizes, where the white (from the snow), the blue (from the ocean) and the grey (from the rocks) dominate. Extremely difficult to assess the size of the mountains or of the icebergs as we do not have any points of reference (e.g. An house or a car): mountains can be as far as 250 km away but they look within 20 km. No (very little) vegetation seen. Therefore, life here is more difficult...and that is reflected in the few animals seen: elephant seals, Adelie penguins, polar skuas and little else...but they seen happy! All depend, directly or indirectly, from the sea to survive. In the last 2 days, on our way south, it was hard to sleep. They were some of the most beautiful days in our lives. The colours of sky, the shades and sizes of the icebergs, the mountains showing up at the horizon...everything simply beautiful! It felt that you could aim at anywhere and it would be possible to get a nice photograph. The Antarctic, protected by the Antarctic Treaty, is truly a very special place on our planet worth protecting. With such noble goals, the Antarctic Treaty is an excellent guide to how international collaborations based on science should prevail in the future. With science and beauty, it is important to share all of it to everyone. Therefore, we put an effort to show all these different views o fan Antarctic expedition.  Rothera, is the largest British Antarctic station, with more than 100 scientists during the Antarctic Summer. We are now at the peak of the Summer which allowed us to witness the activities of the Base. With a strong logistical support, we saw airplanes taking off to mini-expeditions around this Antarctic region, and the busy work in the laboratories. We even managed to help a fellow scientist to translate some materials from Portuguese into English. And if we are in a special place, we need to share it with schools too: we took photographs with flags produced by schools  around the world (Portugal, UK, Japan,...). We also asked our colleagues onboard of the RRS James Clark Ross to sign them, so that they could contribute with something of them too. Our next step is to leave Rothera and go in the direction of South America, to get our plane back home...but we still have 2 days of Paradise on our way back, with icebergs, mountains and animals keen to wave us goodbye!

Jose Xavier & Jose Seco
 




2 comentários:

Marta Espírito Santo disse...

Os nossos cientistas enchem-nos de orgulho...
E a turma do 5.°H adorou ver a sua bandeira na Antártida :) :) :) Agora virá até nós enriquecida.
De todos nós alunos e professores, obrigada por se fazerem presentes.
Bom regresso a casa, cá vos esperamos...

Jose Xavier disse...

Muito obrigado Marta!!!!! Mais surpresas com a vossa bandeira :) Beijinho Jose